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Mega Estruturas

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Por:   •  12/6/2013  •  526 Palavras (3 Páginas)  •  433 Visualizações

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Talita: O termo Megaestrutura surgiu no final dos anos sessenta como designação de uma tendência da arquitetura daquele período. Reyner Banham, incansável crítico de uma época, alguns anos depois, escreveria um livro sobre o assunto:Megaestruturas, futuros urbanos de um passado recente . Um título provocativo, na medida em que as Megaestruturas representavam as fantasias futuristas de um momento histórico, alimentadas pelo desejo de se resolver tecnologicamente os problemas de então. Só se pode pensar em um futuro que está contido no nosso presente, é isto que Banham diz no título de seu ensaio, que descreve a ascensão e queda de uma idéia sobre a arquitetura e a cidade dos anos 1960.

Ponte Vecchio. Florença. 1345 aD. Uma das primeiras megaestruturas. Imagem: students.ou.edu

Janaina: Banham, no seu livro fundamental, nos adverte que não são as dimensões gigantescas que melhor caracterizam as megaestruturas. Cita o caso do Vertical Assembly Building, em Cabo Canaveral, Flórida, de 1966, projetado pelos arquitetos Urbalm, Roberts, Seeley e Moran. Trata-se do maior espaço fechado do mundo, 1.500.000 m3, e não é uma mega-estrutura, pois sua função é simples, direta e objetiva: abrigar as atividades de montagem de foguetes. As mega-estruturas devem ser complexas, envolver atividades residenciais ou profissionais e urbanas, interferindo neste espaço de interface entre o edifício e a cidade.

Vertical Assembly Building, Cabo Canaveral, Flórida, 1966. Imagem 6qfpqg.blu.livefilestore.com

Talita e Janaina: As megaestruturas não são em si mesmas uma tendência, propriamente falando, mas uma idéia que transitava em muitas tendências (brutalistas, novobrutalistas, metabolistas etc.), refletindo bem o espírito de uma época, um momento de nossa civilização em que se pensava tecnologicamente, e se acreditava, com boa dose de ingenuidade, que os problemas da humanidade eram de ordem simplesmente quantitativa. Hoje os números são tão assustadores, que não mais podemos pensar assim. Há que se pensar qualitativamente.

A idéia das mega-estruturas corresponde àquilo que, nos anos 1970, Gianni Vattimo chamaria de Pensamento Forte, correspondendo na filosofia e na história às metanarrativas, idéias que chamavam para si a solução de todos os problemas. O pensamento pós-moderno iria lhe propor a alternativa do Pensamento Fraco, do “pensar pequeno”, da “diferença”, que vai estar contido nas propostas de orientação semiótica e fenomenológica. Nada tão distante das idéias das megaestruturas como, por exemplo, o conceito de Novo Urbanismo (Ver post neste blog).

O destino das megaestruturas veio mostar que com as cidades não se deve brincar. Muitas de suas idéias provaram ser tão inviáveis como absurdas eram as proposições que desejavam substituir. As”ruas elevadas”, seu principal ponto de doutrina, foram as peças que mais ajudaram a desgastar a proposta. No dizer de Charles Jencks, eram a prova de carros, mas não de vandalismo e de crimes, em uma área que as autoridades não podiam interferir. (Vem post “A morte da arquitetura moderna, neste blog)

As mais recentes preocupações dos arquitetos com a memória e ecologia, bem como o fracasso e a degradação de algumas megaestruturas, como o conjunto

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