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Mudança Do Capitalismo

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Por:   •  17/11/2013  •  2.334 Palavras (10 Páginas)  •  294 Visualizações

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INTRODUÇÃO

No século XVIII se completa a transição de sistema feudal a capitalismo, as mudanças provocadas no processo de produção e a emergência do trabalho assalariado impactam diretamente as relações sociais, reorganizando a sociedade em moldes capitalista de produção e reprodução, dividindo-a em duas classes sociais, dos que detêm e dos que não detêm os meios de produção.

Esta divisão elucida o caráter antagônico das relações capitalistas, permeando todas as atividades humanas e esferas da vida social estabelecidas no conjunto das práticas sociais, potencializando o processo de dominação econômica, política, social, ideológica e cultural e a manutenção do mando e do poder.

A venda da força de trabalho aliena o trabalhador de sua capacidade criativa de produção, que não percebendo a alienação, não reconhece a exploração de que é vítima. Os conflitos entre as classes aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que estão trabalhando mais e, no entanto, está cada dia, mais miseráveis.

Vários tipos de enfrentamento vão surgindo no decorrer do desenvolvimento do capitalismo, em que os operários vão se organizando, de forma lenta, mas constante, em associações e sindicatos e a partir deles ocorrem os “movimentos de independência”. A teoria marxista mostra a importância do processo de formação de consciência de classe, por meio da qual o trabalhador descobre que seus interesses são divergentes dos interesses da classe dominante.

Os operários jamais aceitaram passivamente as novas condições impostas pela consolidação do capitalismo e da burguesia e, diante das contradições resultantes desta consolidação ao longo do século XIX, cita BAKUNIN (1992, p. 6): “Toda propriedade burguesa, enquanto propriedade exclusiva, é baseada na miséria e no trabalho forçado do povo, forçado não pela lei, mas pela fome”.

As diferenças sociais se tornaram aguçadas em face das condições de vida e de trabalho da classe dos trabalhadores, produzindo a resistência dos mesmos de diversas maneiras e em diversos lugares no mundo.

O estudo da história revela que os movimentos sociais e a participação popular estiveram sempre presentes em todas as sociedades e devem ser entendidos como fenômenos do processo de mudança.

DESENVOLVIMENTO

No Brasil, a independência e a organização do Estado brasileiro após séculos de colônia império, se processam de acordo com as aspirações e interesses da aristocracia rural; o processo de emancipação política do Brasil não alterou as estruturas de poder no país. “Permanecerão os mesmos quadros administrativos, na maior parte das vezes até as mesmas pessoas; e os processos não se modificarão.” (PRADO JR, 1967, p. 260).

No final do Império, a estrutura social resultante de quase quatrocentos anos de história era de “uma classe dominante” composta de senhores de escravos e de terras, uma “classe média” de militares, profissionais liberais, funcionários públicos e pequenos produtores agrícolas e de uma “classe baixa”, maioria da população, composta de escravos, trabalhadores semilivres, colonos e assalariados.

Na Idade Moderna com os movimentos dos mercadores e comerciantes protagoniza a Revolução Industrial e a transição para o sistema capitalista de produção. E na Idade Contemporânea, com o capitalismo já consolidado, destacam-se os movimentos operários denunciando as precárias condições de vida nas fábricas e nas cidades.

Uma das faces mais perversas do capitalismo se mostra na exploração do trabalhador com jornadas de trabalho excessivas e péssimas condições de sobrevivência aviltantes à dignidade humana. Alguns segmentos de trabalhadores, em lugares e momentos diversos, começam a se insurgir contra as explorações sofridas. As lutas, a princípio mais isoladas, por melhores salários e redução de jornada de trabalho, pouco a pouco, tornam-se mais freqüentes e organizadas.

A primeira manifestação de resistência foi o “Movimento Ludita”, no qual operários ingleses inspirados em Ned Ludd, deram início à destruição das máquinas, responsabilizadas como a causa da situação de miséria dos trabalhadores; o governo reage violentamente com perseguições e até condenações à morte.

A segunda manifestação, o “Movimento Cartista”, em 1830, também na Inglaterra, foi outro momento da luta operária; criou-se a Associação dos Operários por meio da qual foram realizadas greves, passeatas e comícios para pressionar o parlamento inglês.

Após longo processo de conflitos, o movimento operário chegou ao final do século XIX com uma consciência crítica relativamente desenvolvida sobre a sociedade capitalista, tendo claro o seu papel de sujeito de transformações sociais. O processo pelo qual os indivíduos passam, como agente de transformação social, de uma situação passiva para uma situação ativa e reivindicatória é decorrente do contexto socioeconômico e histórico de cada sociedade.

No Brasil o movimento operário nasceu entre o final do século XIX e início do século XX. Apesar de um relativo atraso no processo de industrialização do país, que ganhou impulso somente após 1850, com a extinção do tráfico negreiro e a liberação dos recursos financeiros para outras atividades econômicas. Por volta de 1881 o Brasil já contava com cerca de duzentas indústrias, tendo esse número subido para cerca de seiscentas, em 1889 e, no início do século XX, mais de 300 mil pessoas estavam direta ou indiretamente envolvidas com a produção industrial no país. A maioria dos trabalhadores industriais nessa época era composta de imigrantes europeus, principalmente italianos, fugidos do processo de concentração fundiária iniciado na Itália após sua unificação e já acostumados com os conceitos de luta de classes e sindicalismo, além de espanhóis e alemães.

Os avanços observados em alguns momentos da história do Brasil, nas órbitas econômicas, sociais e políticas, sempre estiveram vinculadas aos interesses do capitalismo internacional o que significa que na divisão internacional do trabalho, o papel do Brasil foi sempre de subalternidade em relação aos países desenvolvidos, submetendo o povo a uma situação opressiva.

No Brasil o movimento operário nasceu entre o final do século XIX e início do século XX. Apesar de um relativo atraso no processo de industrialização do país, que ganhou impulso somente após 1850, com a extinção do tráfico negreiro e a liberação dos recursos financeiros para outras atividades econômicas.Nessa época também começaram a surgir no Brasil

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