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Mulher , Esposa E Mae, Entrelaces Com A Prostituição

Artigos Científicos: Mulher , Esposa E Mae, Entrelaces Com A Prostituição. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/5/2014  •  1.215 Palavras (5 Páginas)  •  339 Visualizações

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Resumo

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais muitos podem ser os motivos que levam mulheres de todas as idades à prostituição. Estes caminhos muitas vezes envolvem, dificuldades econômicas, falta de oportunidades, dentre outros fatores, os quais são preponderantes no direcionamento destas mulheres à prática da prostitução. No entanto, nem sempre a prostituição é vista como alternativa para problemas econômicos ou de forma negativa, mas também pode ser vista como uma escolha tomada por quem a pratica.

A mulher, enquanto figura estigmatizada, por ocupar papeis sociais tidos com inferiores, começou com o movimento feminista a buscar seus espaços enquanto seres capazes de tomar as decisões que determinam o andamento das questões sociais, prova disso, foi o direito ao voto, conseguido, no Brasil na década de 1920, além disso, buscou entre tantas outras questões estabelecer-se profissionalmente e financeiramente, assumindo papel de chefe de família. Sabe-se que ainda nos dias atuais as mulheres sofrem com as diferenças impostas pela sociedade em comparação com os homens, mesmo que os passos dados até o momento tenham contribuido com sua independência.

Apesar de não serem bem vistas pela sociedade em que estão inseridas, as garotas de programa, fazem parte dela como seres culturais. Elas são ao mesmo tempo mães, esposas e profissionais, vivem o seu dia a dia da mesma forma que a maioria dos sujeitos, dividindo seu tempo entre todos os afazeres , muitas vezes ocupando funções de mãe e pai ao mesmo tempo, além de muitas destas mulheres serem chefes de família. Surge, assim, outra mulher, um novo contexto, pois conforme SOARES (1999, p.58)

"A mulher que pensa e diz o erotismo livremente é a mesma que pensa e diz seu papel, enquanto construtora da sociedade. São faces do mesmo processo. O autoconhecimento erótico leva ao conhecimento do outro, e à consciência do poder de transformá-la com sua própria vontade."

Diante do exposto, consideramos que a prostituição deve ser investigada com a finalidade de entedermos quais são os fatores que levam sujeitos a buscarem seu sustento em uma atividade tida como inferior. Além disso, no caso da prostituição feminina, objetivamos entrelaçar a prática da prostituição com os papeis sociais conquistados pela mulher no decorrer da luta feminista.

OBJETIVOS

Este estudo visa apresentar alguns elementos que direcionam algumas mulheres para o caminho da prostituição, assim como estabelecer a relação entre o ser mulher, esposa e mãe, pensando nos entrelaçamentos destes papeis socias com a prostituição.

METODOLOGIA

Para atender os objetivos deste trabalho foi realizada uma entrevista semi estruturada composta por aproximadamente oito itens que nortearam a temática. A entrevista transcorreu com certa flexibilidade havendo algumas alterações no transcorrer da conversação para o melhor esclarecimento do tema proposto. Os itens abordados foram: 1) Relatos de infância; 2) Adolescência; 3) Casamento; 4) Prostituição; 5) Relação com o marido; 6) Os filhos e a escola; 7) Familiares (relação com a prostituição); 8) Preconceito.

RESULTADOS

Com a infância atravessada por tentativas de abuso paterno, passagens por casas de abrigos e vários desencantos infantis, Alexia, 28 anos, se mostra determinada a ser feliz na vida e na profissão de acompanhante. Esta profissão foi sugerida por uma amiga, em determinada circunstância, e que foi determinante para sua mudança de vida. Alexia relata que aos 11 anos sofreu tentativa de abuso de seu pai, o que culminou na separação dos pais e obrigou sua mãe a trabalhar fora e como consequência, ela e seus irmãos, começaram a passar por casas abrigos, o que a traumatizou. Para fugir desta situação acabou se casando, aos 15 anos, com o primeiro namorado, embora não o amasse. Apesar do alcoolismo de seu companheiro, manteve com ele uma relação estável, por aproximadamente 13 anos. E desta relação nasceram dois filhos. Conta que durante a infância e adolescência, suas relações na escola, sempre transcorreram com tranqüilidade, tinha muitos amigos, mas nunca comentou com eles as intercorrências de sua vida. Revelou que não tem contato com drogas ilícitas e nunca teve nenhuma DST, pois no trabalho e na vida prioriza a prevenção. Menciona que sua situação financeira melhorou muito desde que se tornou garota de programa; construiu sua moradia e consegue manter a casa e os filhos com certa facilidade, ações que não eram tomadas antes de sua entrada na prostituição. Considera seu papel de mãe bem definido, embora sua filha de onze anos saiba de sua profissão. Consegue manter uma relação estável com ambos os filhos, buscando horários para atendê-los em suas prioridades. Respeita o espaço que é deles, procura não trabalhar aos domingos, mas quando acontece, só sai à noite, depois que os filhos estão acomodados.

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