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O MOVIMENTO ESTUDANTIL

Por:   •  5/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.045 Palavras (9 Páginas)  •  270 Visualizações

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto Três Rios

Movimento Estudantil

Atividade a ser apresentada a Profa. Camila Daniel no âmbito da Disciplina Ciência Política, pelos alunos: Daiane Gonçalves, Elaine Correa, Paola Barros, Paolla de Jesus, Paulo Ricardo Machado e Simone Thaiss.

Três Rios, 15 de julho de 2014

MOVIMENTO ESTUDANTIL.

        A formação do movimento estudantil pode ser analisada pela perspectiva histórica através dos momentos anteriores e posteriores a criação da UNE ( União Nacional dos Estudantes).

Num primeiro momento, situamo-nos no século XVIII, onde a atuação estudantil se mostra através da expulsão dos corsários franceses liderados por Duclerc, que havia invadido o Rio de Janeiro, em 1710. Essa ação se trata de uma reação instintiva e defensiva, portanto não sendo considerada para fins históricos como movimento estudantil seguido por motivações ideológicas e políticas. Ainda neste século, é importante destacar os conceitos educacionais, visto que fortes influências da colônia portuguesa, que expulsa os jesuítas e passa a formar jovens com princípios iluministas e revolucionários, transformaram o panorama cultural brasileiro, já que nesta época o Brasil ainda era colônia de Portugal, e as mudanças implementadas pelos lusitanos traziam novos ideais para a nação.

Cabe versar ainda, acerca da atuação de José Joaquim da Maia, aluno da Universidade de Coimbra, e outros onze jovens, que formaram uma sociedade secreta, com a finalidade lutar pela independência do Brasil. Maia troca correspondências com Thomas Jefferson – representante do governo americano na França. Este se manifestou de maneira positiva, com relação ao tema, chegando a marcar um encontro pessoal, porém o mesmo não veio acontecer, visto que Jefferson preferiu não comprometer nem a si ou seu governo. Neste aspecto, liderado por Maia, José Álvares Maciel, estudante de Química da mesma Universidade, acabou sendo um dos líderes da Inconfidência Mineira, trazendo princípios iluministas, entusiasmando Tiradentes com ideias francesas.

Já no século XIX, com a chegada da família real ( 1808 ) é instalado o primeiro curso superior do Brasil – Escola de Medicina da Bahia. E após a Independência do Brasil ( 1822 ) são criadas Academias de Direito nas cidades de São Paulo e Olinda ( 1827 ).Essas últimas, influenciaram na vida política brasileira, visto que grandes representantes formaram-se em tal centro acadêmico, e estes ainda foram espaços de politização e debate de ideias sobre a realidade nacional. Neste século ainda, são feitos registros da atuação estudantil nas três primeiras décadas, entre essas: Revolução Pernambucana ( 1817 ), lutas estudantis de caráter nacionalista e constitucionalista ( 1822 – 1831 ) – até a abdicação do trono e por parte de Pedro I, em 1831 -, Guerra dos Farrapos ( 1835-1845 ), Sabinada ( 1837-1838 ), todos sem muita expressividade. A partir de 1840, com a maioridade do imperador D. Pedro II, acabam-se os fortes movimentos regenciais, e os estudantes direcionam sua atenção para a produção literária, destacando-se os autores: Álvares de Azevedo, José de Alencar, José Bonifácio, Fagundes Varella e Castro Alves, esses fundaram sociedades de produção intelectual.

Importantes aspectos culturais devem ser levados em conta neste período, cabendo forte destaque à ampliação da imprensa brasileira. Alguns órgãos como “A sentinela da Liberdade”  de Cipriano Barata e “ Tífis Pernambucano”  de Frei Caneca, foram instrumentos para divulgação de ideias oposicionistas de cunho liberal no Brasil.

Concluindo a análise do século XIX, destacamos a atuação de Raul Pompéia e do grupo Os Caifazes, na libertação dos escravos. Neste aspecto, as ações destes auxiliavam na fuga dos negros até o quilombo da Jabaquara, em Santos, e encaminhando posteriormente para o Ceará – que havia declarado a igualdade racial.

Chegando ao século XX, observamos a criação da Federação Nacional dos Estudantes ( 1901 ), pioneira e com pouco tempo de atuação e em 1904, cadetes da Escola Militar sublevaram-se para apoiar a população na Revolta da Vacina.

Um aspecto importante neste período, e que voltou a levar os civis a manifestações foi o episódio conhecido como: Primavera de Sangue. Neste, estudantes que realizavam uma passeata em comemoração ao início da primavera e foram duramente reprimidos por um membro da Brigada Policial do Rio de Janeiro, estes foram até o Quartel da Força Policial e o Gal Souza Aguiar, desdenhou desses, os culpando pelo ato. Em protesto, os estudantes fizeram o enterro simbólico do General, sendo novamente reprimidos por soldados à paisana, assassinando dois estudantes. Esse ato, tomou páginas de jornais gerando comoção nacional, e foi novamente lembrado em missas e discursos públicos.

Em 1910, é realizado o I Congresso Nacional de Estudantes, em São Paulo. Um grande número de escolas acompanhou a organização coletiva de estudantes, onde os mesmos estiveram envolvidos com as principais questões do país.

Chegando em 1917, cria-se a Liga Nacionalista, em São Paulo.  Esta é marcada pelo papel na vida universitária, incluindo a alfabetização  e instalando cursos noturnos para a população de baixa renda. Em alguns comícios e passeatas começava-se a ouvir palavras de ordem, e defesa do voto secreto e obrigatório, aspectos que se contrapõem as ideias estruturais da República Velha. Cabe salientar, que os componentes da Liga eram contra as lutas operárias e greves, e durante a greve geral, os mesmos se ofereceram para trabalhar no lugar dos trabalhadores, que haviam paralisado suas atividades. Essa acaba em virtude de conflitos internos.

A partir da Revolução de 1930, passa a existir uma politização estudantil, atuando em organizações como a Juventude Comunista e Juventude Integralista. O desejo de criar uma única entidade representativa para promover a qualidade do ensino, do patrimônio nacional e da justiça social.

A última grande mobilização estudantil antes da formação da UNE, ocorreu em 1932, durante a Revolução Constitucionalista em São Paulo, quando muitos jovens colocaram-se em campo para batalha para lutar por uma Assembleia Constituinte. Os princípios da Liga Nacionalista continuavam firmes, principalmente o campo de dissociação estudantes-operários. A morte de quatro estudantes foi de um dos principais atos em prol da revolta armada. Estes emprestaram suas iniciais para formação do grupo paramilitar mais aguerrido Constitucionalista: MMDC ( Euclides Miragaia, Mario Martins de Almeida, Dráusio Marcondes e Antonio Américo de Camargo Andrade ), demonstrando portanto a importância da participação estudantil no movimento.

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