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Para Que Devem Ser Formados Os Novos Engenheiros

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Por:   •  5/10/2014  •  5.602 Palavras (23 Páginas)  •  325 Visualizações

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ARTIGO: 'Para que devem ser formados os novos engenheiros?'

A Engenharia é um fator determinante para o desenvolvimento econômico das nações. Cada vez mais a criação e a produção de bens de grande valor agregado fazem a diferença na balança comercial do mundo globalizado. A capacidade de inovação depende de vários fatores, entre eles a existência, quantidade e qualidade de profissionais de Engenharia. Com a rápida evolução da tecnologia e a consequente obsolescência das existentes, a formação do engenheiro deve privilegiar os conteúdos essenciais, ensinando-o a se adaptar rapidamente aos novos conhecimentos e técnicas. Por essa razão, a pulverização de especialidades estanques não é uma política profissional desejável. Além da necessidade de revisão dos currículos e das formas de integrar os conhecimentos científicos, tecnológicos, econômicos e mercadológicos, é preciso estabelecer uma nova política para o corpo docente das faculdades de Engenharia, associando a formação acadêmica avançada à experiência prática dos melhores profissionais do mercado, criando condições para uma coexistência altamente produtiva.

A INOVAÇÃO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO

Em junho de 2008, durante sua 32ª reunião, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas (Cepal/ONU), que aconteceu em Santo Domingo na

República Dominicana, recomendou em seu estudo “A Transformação Produtiva 20 Anos Depois” a inovação como um dos pontos chaves para o desenvolvimento da América Latina e do

Caribe.O estudo destacava a relevância do setor público para impulsionar o processo de inovação, que seria reforçado em cada região da América Latina e do Caribe de acordo com a etapa de desenvolvimento, a importância dos recursos naturais e da estrutura produtiva de cada uma.Para isso, a Cepal considerava essencial o desenvolvimento de uma cultura de inovação – que permitisse criar e aproveitar oportunidades sem a necessidade de transitar por caminhos já percorridos - e a capacidade de detectar e fazer bom uso das oportunidades que o mundo já oferecia, ou viria a oferecer, permitindo o aprendizado a partir das experiências e avanços de outros países.De lá para cá, só cresceu o consenso sobre o papel fundamental da inovação no desenvolvimento econômico das nações. A inovação é um processo complexo que exige grande interação social, estoque de conhecimento

acumulado, gestão específica e injeção de capital. Segundo W. Brian Arthur, em “The Nature of Technology”, as novas tecnologias aparecem pela combinação de tecnologias já existentes e, portanto, pode-se dizer que as tecnologias existentes geram as novas tecnologias. As novas tecnologias, depois de algum tempo, se tornam possíveis componentes - como se fossem tijolos - para a construção de tecnologias ainda mais novas. As tecnologias se criam por si mesmas e de si mesmas. É um modelo de evolução combinatória. A evolução da tecnologia depende, também, e fundamentalmente, dos novos conhecimentos a respeito dos fenômenos naturais. É o conhecimento científico (que está ligado às ciências naturais) que embasa parte do desenvolvimento tecnológico, sendo o principal responsável pelas novas invenções. A inovação tecnológica depende, portanto, das tecnologias existentes, das demandas sociais (uma vez que a tecnologia se caracteriza por atender a um mercado demandante e à cultura de um povo que exige maior qualidade e inovação dos produtos ofertados) e do estoque de conhecimentos científicos disponível.

Para entender e padronizar o que chamamos aqui de “inovações tecnológicas”, é

preciso definir tecnologia. Uma definição possível e aceita é a elaborada pelo próprio Brian Arthur:

“Tecnologia é uma coleção de componentes e práticas disponíveis a uma cultura

que têm o objetivo de atender a uma demanda humana. As tecnologias consistem

de partes que compõem um sistema organizado de componentes, ou módulos.

Neste sentido, tecnologia é uma forma de organizar e utilizar fenômenos para uso

humano.”

Como aponta Brian, as demandas da sociedade criam exigências e mercados que

estimulam o uso da tecnologia e a própria inovação tecnológica. Por isso,

sociedades mais cultas e exigentes tendem a fazer com que novas tecnologias

surjam com mais frequência em seu próprio benefício.

Quanto maior o estoque de tecnologia, mais provável é para uma sociedade gerar

mais e novas tecnologias. O mesmo se dá com o domínio por parte da sociedade

dos conhecimentos sobre a natureza.

Mecanismos que facilitem a comunicação entre os conhecimentos da natureza e os

desenvolvedores de tecnologias, tanto quanto entre estes e as demandas sociais, são

mecanismos fundamentais para a produção de novas tecnologias.

Se não houver uma forte e eficaz ligação entre estes segmentos, o desenvolvimento

tecnológico é imensamente prejudicado. Não basta inflar com projetos e recursos

os círculos relativos aos conhecimentos da natureza e às demandas sociais: é

preciso alargar as conexões entre estes círculos e o estoque de tecnologia.

Não sendo a inovação tecnológica mera aplicação da ciência - uma vez que ela

precisa não só do conhecimento científico, mas do próprio estoque de tecnologia

existente, da demanda social, com seus aspectos econômicos e comerciais, e dos

fluxos entre estes três componentes - investir somente em ciência não faz com que

a geração de inovação prospere.

É na oxigenação permanente e na ligação eficaz entre os três componentes

(conhecimentos da natureza, as demandas sociais e estoques de tecnologia) que se

efetiva a geração da inovação.

A

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