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Poluição das Águas

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Por:   •  19/10/2013  •  Tese  •  7.817 Palavras (32 Páginas)  •  862 Visualizações

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Aspectos e Impactos Ambientais

Poluição das Águas

Cindy.........................................nº 02

Fabiano.....................................nº 08

Jackson.....................................nº 17

Patrick.......................................nº 23

Rafael........................................nº 26

Valeria.......................................nº 32

Sumário

I – Introdução

- Água.....................................................................................................

- Planeta Terra........................................................................................

- Ciclo Natural da Água..........................................................................

- Água Liquido Vital..................................................................................

II – Poluição das Águas

- Poluição Industrial

- Poluição por rejeitos da Agricultura

- Poluição das águas Continentais

- Poluição Hidrica

- Poluição Marinha

- Poluição por derramemento de Petroleo

- Poluição Domestica

III – Tratamento da Água

- Etapas do Tratamento da Água

- Fluoretação

- Poços Fundos

- Abastecimento

IV – Tratamento do Esgoto

- Tratamento do Esgoto na fase liquida

- Tratamento do Esgoto na fase solida

V – Contaminação da Agua e Consequencias sobre a Saude Humana

- Contaminação Microbiologica da Água

- Contaminação Quimica

- As principais doenças transmitidas pela água contaminada

VI – Soluções para Economia

- Reuso da àgua

- Aproveitamento da agua da chuva

- Dicas de economia

VII – Dicas para diminuir da poluição das aguas

Introdução

Água

Antes de tudo é sempre bom lembrar que sem água não haveria vida em nosso planeta. Ela é de extrema importância para a vida de todos os seres vivos que habitam a Terra. O uso irracional e a poluição de fontes importantes (rios e lagos), podem ocasionar a falta de água doce muito em breve, caso nenhuma providência seja tomada.

Planeta Terra

A água está distribuída da seguinte forma no planeta Terra:

Ciclo Natural da Água

Diante de toda precisão desse processo dinâmico, fica evidente que caso haja um desmembramento ou interrompi mento, uma incalculável mudança ocorrerá, comprometendo a configuração das paisagens e colocando em risco diversos tipos de vida no planeta. Um exemplo claro de desequilíbrio ligado ao ciclo natural das águas é o fenômeno do aquecimento global, que ocasiona o derretimento das calotas polares e, conseqüentemente, provoca a elevação dos níveis dos oceanos que podem submergir ilhas e áreas costeiras de muitos países, tirando pessoas e animais dessas áreas.

Água Líquida Vital

A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente 80% de nosso organismo são compostos por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, é considerada o solvente universal, auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo contra o envelhecimento.

O percentual de água no organismo humano diminui com a idade: entre 0 e 2 anos de idade é de 75 a 80; entre 20 e 40 anos esse teor de água

No corpo humano fica entre 58 a 60%. Entre os 40 e os 60 anos, essa percentagem cai para 50 a 58%. No próprio corpo humano, os teores de água variam. Os órgãos com mais água são os pulmões (mesmo se vivem cheios de ar) e o fígado (86%). Paradoxalmente, eles têm mais água do que o próprio sangue (81%). O cérebro, os músculos e o coração são constituídos por 75% de água.

Menos da metade da água necessária ao corpo humano (47%) chega por meio de ingestão de líquidos; uma parte significativa de água, o corpo absorve através da respiração celular (14%). O resto da água necessária à vida chega através dos alimentos (39%).

Porém, está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável são destinadas para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano.

A poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água.

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Causa da poluição das águas do planeta ocorre principalmente por esgoto doméstico, poluição industrial e insumos agrícolas. Como conseqüência a deteriorização dos rios, lagos e dos oceanos.

Em função destes problemas, o governo preocupado tem incentivado a exploração de aqüíferos (grandes reservas de água doce subterrânea). Na América do Sul, temos o Aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo e ainda pouco utilizado. Grande parte das águas deste aqüífero situa-se em subsolo brasileiro

É interessante saber como e porque isso vem ocorrendo, e tomar medidas para a prevenção. Mas primeiro vamos saber o que seria uma água potável, ou seja, própria para o consumo. Para ser considerada potável, a água tem que atender a determinados requisitos quanto a sua natureza física, química e biológica.

Requisitos físicos: Não possuir cheiro algum (inodora), nem sabor (insípida) e nem cor (incolor). A poluição causa alterações físicas na água, que podem ser notadas no cheiro, na cor e o pior, no sabor da água. Mas o que provoca essas alterações nos aspectos físicos da água?

A decomposição da matéria orgânica lançada nos rios, isto é, animais ou plantas apodrecidas podem alterar o cheiro da água. E mais: o esgoto, óleo queimado, produtos de limpeza (detergentes), etc. Quando a água apresentar aspecto leitoso em sua cor, ou cor escura acinzentada, corre o risco de conter restos industriais. Essa coloração na água é chamada de turvação ou turbidez.

Requisitos químicos: sob o ponto de vista químico, alterações na portabilidade da água podem ocorrer devido à presença de tóxicos como chumbo, cádmio, arsênico, e metais pesados como o mercúrio. Podem ocorrer excessos ou ausências de cálcio e magnésio.

Requisitos biológicos: a água para ser considerada biologicamente potável, não pode conter organismos patogênicos que são os causadores de doenças.

A poluição industrial

Chaminés de fábricas lançando os seus poluentes para a atmosfera.

A indústria constitui, sem dúvida, o sector de atividade mais poluidor da água. Nos circuitos de produção, a água é utilizada como dissolvente ou reagente químico, na lavagem (com adição de detergentes), na tinturaria e no arrefecimento, acabando forçosamente por se poluir, e de freqüentemente, tal maneira que se torna imprópria para quaisquer usos. Com elevadas cargas orgânicas, químicas e substancias tóxica e, por isso extremamente venenosa, essa água é lançada, direta ou indiretamente, nos rios, ribeiras, lagos e albufeiras, onde provoca graves desequilíbrios ecológicos, com a morte de muitas espécies aquáticas e anfíbias. Por outro lado, infiltrando-se no solo, vai envenenar as águas subterrâneas, cujas conseqüências para a saúde pública são fáceis de adivinhar. Saliente-se ainda que se a poluição de um rio ou ribeira pode ser combatida eficazmente em alguns anos, as toalhas subterrâneas, que se renovam muito lentamente, podem manter-se contaminadas durante dezenas ou mesmo centenas de anos.

A Poluição industrial - um problema da sociedade moderna.

Nos países industrializados, como os Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica, Itália, Reino Unido e outros, rios e lagos e respectivas margens constituem autênticas fossas a céu aberto. Com forte teor de cianetos, amônio, nitratos e detergentes, tornaram-se biologicamente mortos, já que ali a vida deixou simplesmente de existir.

Poluição das águas por rejeitos da agricultura

No início da história da humanidade, as pessoas eram nômades, mudavam-se constantemente em busca de alimentos. No entanto, quando o homem percebeu que se fosse realizado um tratamento especial da terra, os seus recursos não se esgotariam tão facilmente como antes, e ele poderia permanecer por mais tempo no mesmo lugar.

Surgiu então a agricultura, com suas técnicas e instrumentos de trabalho, que em grande parte depende dos estudos químicos para progredirem. E esse

progresso é importante tendo em vista o crescente aumento populacional e a conseqüente necessidade de maior produção de alimentos.

Hoje em dia a produção agrícola é um investimento de grande rentabilidade e as empresas e os financeiros fazem de tudo para aumentar a sua produção. Para tanto, alguns recursos que os auxiliam são, por exemplo, enriquecer a terra com fertilizantes químicos, pois isso contribui para melhorar o rendimento das terras cultivadas ou recuperar os solos empobrecidos pela constante utilização; e usam também agrotóxicos, que permitem controlar diversas pragas, facilitando o cultivo de monoculturas.

No entanto, essas técnicas empregadas, como o uso de agrotóxicos e fertilizantes, podem trazer grandes estragos ambientais, principalmente quanto à poluição das águas.

Resultado do uso de fertilizantes e agrotóxicos

O uso indiscriminado de agrotóxicos pode comprometer a qualidade da água para abastecimento, o solo, os alimentos e a manutenção da vida aquática selvagem. Isso ocorre porque eles alcançam os recursos hídricos ao serem aplicados sobre superfícies inclinadas, pois, quando chove, as águas arrastam as partículas dos compostos dos agrotóxicos contidos nos solos tratados, poluindo rios, lagos e mares.

O cultivo da monocultura favorece apenas um tipo de espécie em detrimento de outras, e isso causa um desequilíbrio ambiental entre as populações de plantas e insetos. Algumas espécies desaparecem e surgem pragas mais fortes, pois com o uso prolongado de agrotóxicos, os insetos criam resistência, o que exige que se apliquem doses cada vez maior de agrotóxicos.

Um fator agravante é que esses compostos são biocumulativos, isto é, acumula-se progressivamente na cadeia alimentar e não são eliminados ou dissolvidos com o tempo. Eles não são biodegradáveis, isto é, são resistentes à degradação biológica, além de serem também resistentes à degradação química e fotolítica, que é a degradação feita pela luz. Em razão disso, mesmo em pequenas concentrações afetam bastante o equilíbrio do ecossistema.

Uso de fertilizantes e os agrotóxicos

Os fertilizantes também podem, quando usados de forma excessiva e mal planejados, levar à poluição das águas superficiais de rios, lagos e represas, causando prejuízo para o ecossistema. Isso ocorre porque, em geral, esses compostos são solúveis na água e possuem alguns íons como o nitrato (NO31-), nitrito (NO21-), amônio (NH41+), fosfato monoácido (HPO42-) e fosfato diácido (H2PO41-), que são nutrientes para as algas que constituem o fitoplancto. Com as enxurradas arrastando esses fertilizantes para os rios, lagos e represas, as algas se proliferam rapidamente, em uma proporção acima do normal. Isso dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água. Essa situação se torna pior quando essas algas morrem, pois elas liberam um número muito grande de detritos que são decompostos por microrganismos aeróbios, ou seja, microrganismos que utilizam o restante de oxigênio da água, causando a morte de vários peixes e plantas aquáticas. Esse fenômeno é denominado de eutrofização.

Ecossistema comprometido pela eutrofização

Isso deve nos levar a cobrar uma pronta ação das autoridades, para que a agricultura seja de forma sustentável, levando em consideração não somente os interesses econômicos, mas também sociais e ambientais, como o respeito à qualidade de vida e aos recursos hídricos.

Poluição de Águas Continentais

Rio Poluído com lixo sólido

As perspectivas futuras para as águas continentais são bastante negativas. Muitos são os estudos que buscam contemplar informações sobre a quantidade e qualidade da água disponível. A ONU (Organização das Nações Unidas) elaborou uma série de estudos para obter um parecer concreto da real situação no quadro hídrico do planeta, e ficou comprovado que com o passar do tempo o comprometimento das águas para o consumo humano, para a manutenção de animais e para a irrigação na agricultura ocorre de forma crescente.

Atualmente, vários fatores e seguimentos distintos contribuem para o processo de escassez desse recurso indispensável a todo ser vivo, dentre os principais estão: a atividade industrial, que utiliza os rios para escoar os seus rejeitos; as mineradoras, a agricultura, que faz uso de diversos insumos agrícolas (fertilizantes, inseticidas, herbicidas e etc.) com intuito de aumentar a produção a fim de atender o mercado externo, ou seja, exportação; entre outros.

Uma parte dos insumos agrícolas é levada pela enxurrada da chuva, que chega a rios e córregos inserindo várias substâncias tóxicas, essas mesmas substâncias são absorvidas pelo solo e atingem o lençol freático.

Das substâncias comumente encontradas como agentes poluidores estão: restos de petróleo e derivados, chumbo, mercúrio e metais pesados, que são largamente usados em indústrias e na extração de minérios.

Outro centro de difusão de poluição são os centros urbanos, que diariamente, em todo o planeta e principalmente nos países pobres, lançam esgotos domésticos sem nenhum tipo de tratamento, o esgoto atinge rios e córregos, além do lençol freático, que estão nas proximidades das cidades. Isso acontece em vários lugares, no entanto, a incidência é mais comum em pequenas cidades que não possuem centros de tratamento do esgoto doméstico.

O desmatamento é um fator direto que agrava a questão da escassez da água, uma vez que ao retirar a cobertura vegetal para a ocupação urbana ou rural, o solo fica exposto à água da chuva e vento, com isso o solo vai sendo depositado nos mananciais, provocando o assoreamento dos rios, esse processo promove mudanças climáticas e compromete a vida aquática.

Os garimpos, que têm suas atividades às margens de rios, provocam a dispersão de minerais pesados, como o mercúrio, poluindo as águas que são consumidas por comunidades.

Os portos realizam limpeza de cinco em cinco anos, jogando uma imensa quantidade de dejetos; os aterros sanitários são grandes agentes poluidores de águas, principalmente do lençol freático, pois milhões de toneladas de lixo acumulados liberam um líquido (chorume) que é absorvido pelo solo e atinge as reservas subterrâneas de água.

Poluição Hídrica

A poluição hídrica, também conhecida como poluição das águas, é caracterizada pela introdução de qualquer matéria ou energia responsável pela alteração das propriedades físico-químicas de um corpo d’água. Os principais responsáveis por esse tipo de poluição são os lançamentos de efluentes industriais, agrícolas, comerciais e esgotos domésticos, além de resíduos sólidos diversos. Isso compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, afetando a saúde de espécies animais e vegetais em vários pontos do planeta.

Os prejuízos desse processo são imensos, além de comprometer a qualidade da água para abastecimento, ocorre à morte de espécies aquáticas, além da proliferação de doenças como a febre tifóide, meningite, cólera, hepatites A e B, entre outras. Outros fatores negativos da poluição hídrica são: odor, grande concentração de mosquitos e eutrofização (quando o esgoto é lançado nos meios aquosos, o excesso de nutrientes provoca o crescimento de algas, impedindo a passagem da luz e a transferência do oxigênio atmosférico para o meio aquático).

Lançamento de efluente sem tratamento

Os nitratos presentes nos fertilizantes e os dejetos humanos e animais também contaminam as águas subterrâneas, que abastecem diversas populações. Isso ocorre principalmente nas áreas de intensa atividade agrícola, industrial e nos locais que não possuem saneamento básico.

O saneamento básico não foi uma preocupação dos políticos ao longo da história, muitos países, principalmente os em desenvolvimento, apresentam baixas porcentagens de saneamento ambiental. No Brasil, por exemplo, mais da metade do esgoto não passa por tratamento antes de ser despejado em rios, lagos e mananciais.

Algumas medidas para minimizar a poluição hídrica são:

- Maiores investimentos para instalação de estações de tratamento de esgoto;

- Intensificação na fiscalização de indústrias;

- Educação ambiental para a população em geral;

- Utilização de produtos químicos na agricultura menos agressivos ao meio ambiente

Poluição Marinha

A poluição marinha ocorre porque tanto os mares quanto os oceanos recebem diariamente, em todo o mundo, uma infinidade de poluentes, como esgoto doméstico, industriais, lixo sólido, que são levados pelos rios que deságuam no mar.

Vazamento de um navio petroleiro

Estimativas revelam que cerca de 14 bilhões de toneladas de lixo são acumuladas nos oceanos todos os anos. Outra prática que contribui para a poluição marinha são os navios petroleiros e os oleodutos, pois podem causar contaminação das águas quando ocorrem vazamentos e quando os tanques dos navios são lavados, já que a água suja com petróleo é jogada no mar, esse tipo de poluição marinha é chamado de ‘maré negra’.

A imensa quantidade de substâncias lançadas nos oceanos produz o aparecimento de organismos que prejudicam o desenvolvimento da vida marinha e também comprometem o percentual de alimentos.

Um modelo de poluição extremamente degradante ocorre no litoral japonês, mar do Norte, uma das áreas de maior concentração industrial do mundo, esse litoral é receptor de milhões de toneladas dos mais variados tipos de lixo, embora os oceanos tenham a capacidade de se regenerar, a quantidade é tão grande que fica praticamente impossível haver uma recomposição, pois muito dos detritos lançados não são biodegradáveis.

O elevado nível de concentração de substâncias compromete a produção de oxigênio e de plânctons, que são responsáveis por produzir cerca de 40% do nosso oxigênio.

É importante salientar que os oceanos não são separados, isso significa que as poluições estão “globalizadas”, assim como os impactos

Poluição por derramamento de petróleo

Pessoas fazendo limpeza em animais atingidos pelo derramamento de petróleo em uma praia

O derramamento de petróleo é um tipo de poluição ambiental muito difícil de ser contido, por diversos fatores.

O petróleo é um tipo de combustível fóssil de origem animal e vegetal formado geologicamente há milhões de anos. É uma substância líquida oleosa de coloração escura encontrada em muitos lugares no mundo, que pode ser extraída no continente, em terra firme e também no assoalho oceânico.

A extração do petróleo nos oceanos é feita através de máquinas montadas em plataformas fixas ou móveis, que bombeiam o petróleo para o navio ou oleodutos.

O vazamento de petróleo pode ocorrer em navios petroleiros, nas plataformas de extração e nos oleodutos de distribuição, causando danos enormes ao meio ambiente.

Plataforma de extração de petróleo no oceano

Esse derramamento acontece em razão de falhas estruturais dos equipamentos, falhas humanas na execução e também pela pressão exercida no fundo do oceano que pode causar fissuras ou falhas no assoalho, escapando gás ou óleo. Em um desastre ambiental desse tipo são lançadas no mar quantidades enormes do produto, formando manchas que são espalhadas pelas correntes marítimas e pelas correntes de ar.

A poluição causada pelo petróleo é muito tóxica para os amimais marinhos e para as aves migratórias, além de prejudicar indiretamente a população que vive no litoral das áreas atingidas.

Um dos piores desastres com o lançamento de petróleo no oceano ocorreu nos Estados Unidos, no ano de 2010, quando uma quantidade enorme do líquido ficou vazando por meses, atingindo uma extensa área do Golfo do México. O prejuízo ambiental foi incalculáveis e muitas espécies animais e vegetais foram atingidas, tanto no mar quanto na costa.

A poluição doméstica

As águas fluviais são constantemente agredidas pelo excesso de poluentes derramados e despejados nestas águas. Os constantes despejos de esgotos dos centros urbanos estão carregados de substâncias que podem contribuir para o aparecimento de ovos de parasitas, fungos, bactérias, e vírus que ocasionam doenças como tifo, tuberculose, hepatite e cólera.

Tratamento da Água

As estações de tratamento de água (ETAs) da Sabesp funcionam como verdadeiras fábricas para produzir água potável. Das 214 estações: 28 abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, e as outras 186 fornecem água aos municípios do interior e litoral do Estado. Atualmente, são tratados 111 mil litros de água por segundo. É um número bem expressivo, mas que ainda pode aumentar. Projetos de extensão e melhorias dos sistemas de abastecimento estão em andamento. O processo convencional de tratamento de água é dividido em fases. Em cada uma delas existe um rígido controle de dosagem de produtos químicos e acompanhamento dos padrões de qualidade.

A água oferecida à população é submetida a uma série de tratamentos apropriados que vão reduzir a concentração de poluentes até o ponto em que não apresentem riscos para a saúde. Cada etapa do tratamento representa um obstáculo à transmissão de infecções.

As etapas são:

A primeira dessas etapas é a COAGULAÇÃO, quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação de tratamento, uma dosagem de sulfato de alumínio. Este elemento faz com que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.

Segue-se a FLOCULAÇÃO, quando, em tanques de concreto, continua o processo de aglutinação das impurezas, na água em movimento. As partículas se transformam em flocos de sujeira.

A água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a DECANTAÇÃO. As impurezas, que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da gravidade, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.

A próxima etapa é a FILTRAÇÃO, quando a água passa por grandes filtros com camadas de seixos (pedra de rio) e de areia, com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores.

A água neste ponto já é potável, mas para maior proteção contra o risco de infecções de origem hídrica, é feito o processo de DESINFECÇÃO. É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido de cloro.

Fluoretação

Uma das principais finalidades do tratamento da água de um sistema público de abastecimento é evitar a proliferação de doenças entre a população. E, entre elas, está a cárie. O flúor está na lista dos elementos que trazem efeitos fisiológicos benéficos. A fluoretação previne a perda de minerais do esmalte dos dentes, deixando-os mais resistentes à ação de agentes nocivos.

Estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que, para cada dólar investido em fluoretação, são economizados US$ 50 (que seriam destinados ao pagamento de tratamentos dentários e outras despesas indiretas). No Brasil, a prática de fluoretação das águas de abastecimento público começou em 31 de outubro de 1953, na cidade de Baixo Guandu, no Espírito Santo. Porém, foram nos anos 70 que a fluoretação alcançou um grande progresso, com participação nos programas nacionais e estaduais.

Criança escovando os dentes nos municípios operados pela Sabesp, em todo o Estado de São Paulo, é adotada um valor padrão para a fluoretação da água. São 0,7 miligramas para cada litro. Isto reduz em até 65% a incidência de cáries e obturações na população. Recentemente, cerca de 1,7 milhões de moradores de 117 cidades paulistas que não são atendidas pela Sabesp também se beneficiaram. Mas foi a empresa, em parceria com o governo, que contribuiu para a elaboração de um programa de fluoretação para sistemas de abastecimento alternativos. É bom lembrar que o excesso de flúor pode ser prejudicial para a saúde. Em doses muito altas, dentes podem ficar manchados ou até quebradiços. É importante que a população se informe sobre o sistema de fluoretação de sua região. Doses extras da substância devem ser utilizadas apenas quando recomendadas por dentistas.

Poços Fundos

Água subterrânea é aquela existente no subsolo, que passa por um processo de filtragem natural e de represamento, dando origem aos aqüíferos. Através da construção de poços artesianos, essa água pode ser captada e utilizada no abastecimento público. Nos últimos anos, ocorreu um aumento significativo no consumo de água subterrânea no país. O Estado de São Paulo é o maior usuário dessas reservas. Em muitos dos municípios do interior atendidos pela Sabesp, o abastecimento é feito por meio de poços. São mais de 1.000 deles, e cerca de 3 milhões de pessoas beneficiadas. Na Região Metropolitana, 100 poços atendem as regiões não abastecidas pelo Sistema Integrado, também conhecido como Sistema Adutor Metropolitano. O poço mais profundo que a Sabesp possui fica em Presidente Prudente. Ele tem 1.794,97 metros de profundidade e vazão de exploração de 110 litros por segundo. Há também poços profundos que precisam ser resfriados, pois, na captação, apresentam temperaturas elevadas. É o caso de Jales, com 58º C, Fernandópolis, com 57º C e Tupã com 48º C. Assim como acontece nos reservatórios superficiais, existe um tratamento adequado e o devido controle sanitário no tratamento da água nos poços profundos. Para torná-la potável e livre da contaminação, a Sabesp realiza a cloração e a fluoretação da água. O cloro auxilia na desinfecção e o flúor na prevenção às cáries. A Sabesp não recomenda a utilização de poços como fontes alternativas de abastecimento. Além de não possuírem registro e autorização do Governo, em muitos casos não há o controle de qualidade exigido pelo Ministério da Saúde, trazendo graves riscos à saúde pública.

Abastecimento da Água

Na Região Metropolitana de São Paulo, o sistema de abastecimento é integrado: 8 complexos são responsáveis pela produção de 67 mil litros de água por segundo, para atender 33 municípios atendidos pela Sabesp e outros 6 que compram água por atacado (Santo André, São Caetano do Sul, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Diadema e Mauá).

Saibam quais são os sistemas

Tratamento do esgoto

O tratamento de esgotos consiste na remoção de poluentes e o método a ser utilizado depende das características físicas, químicas e biológicas.

Na Região Metropolitana de São Paulo, o método utilizado nas grandes estações de tratamento é por lodos ativados, onde há uma fase líquida e outra sólida.

O método, desenvolvido na Inglaterra em 1914, é amplamente utilizado para tratamento de esgotos domésticos e industriais. O trabalho consiste num sistema no qual uma massa biológica cresce, forma flocos e é continuamente recirculada e colocada em contato com a matéria orgânica sempre com a presença de oxigênio (aeróbio).

O processo é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto e o lodo ativado são misturados, agitados e aerados em unidades conhecidas como tanques de aeração. Após este procedimento, o lodo é enviado para o decantador secundário, onde a parte sólida é separada do esgoto tratado. O lodo sedimentado retorna ao tanque de aeração ou é retirado para tratamento específico.

No Interior, além das estações convencionais a Sabesp dispõe de lagoas de tratamento. Já no Litoral, as instalações adotam o método de lodos ativados e em algumas cidades há emissários submarinos para lançar os esgotos tratados no mar.

Saiba como funciona o processo de tratamento de esgotos:

Fase Líquida

1 – Cidade Após a distribuição nas residências, a água utilizada para higiene pessoal, alimentação e limpeza vira esgoto. Ao deixar as casas, ele vai para as redes coletoras, passa pelos coletores, troncos e interceptores até chegar às Estações de Tratamento de Esgotos.

2 - Redes de esgotos

3 – Grades - Antes de ser tratado, o esgoto passam por grades para retirar a sujeira (papel, plástico, tampinha, etc.).

4 - Caixa de areia - Depois de passar pelas grades, o esgoto é transportado para uma caixa que vai retirar à areia contida nele.

5 - Decantador primário - Após a caixa de areia, o esgoto é enviado aos decantadores primários onde ocorre a sedimentação de partículas mais pesadas.

6 - Tanques de aeração - O esgoto é composto por matéria orgânica e microrganismos. Nos tanques de aeração, o ar fornecido faz com que os microrganismos ali presentes multipliquem-se e alimentem-se de material orgânico, formando o lodo e diminuindo assim a carga poluidora do esgoto.

7 - Decantador secundário - Nos decantadores secundários, o sólido

restante vai para o fundo e a parte líquida já está sem 90% das impurezas. Esta água não pode ser bebida. Ela é lançada nos rios ou reaproveitada para limpar ruas, praças e regar jardins.

8 - Rio

Fase solida

1 - Cidade

2 - Entradas do lodo primário - Separa a água do sólido através da

sedimentação das partículas mais pesadas, semelhante aos decantadores.

3 - Entradas do lodo secundário - O lodo do decantador secundário será tratado pelo processo de adensamento por flotação nos flotadores.

4 – Adensadores - Nos adensadores acontecem o processo de adensamento que faz com que o lodo torne-se mais concentrado através da separação de uma parte da água presente.

5 – Flotadores - Nos flotadores acontecem o processo de flotação, que consiste na separação da água do sólido que ocorre através da introdução de água com microbolhas de ar.

6 – Digestadores - Recebem o lodo proveniente do sistema de adensamento. Neles, há microorganismos anaeróbicos que degradam a matéria orgânica presente no lodo formando assim gás metano e água, promovendo a estabilização do lodo, ou seja, não haverá odores desagradáveis.

7 - Filtro prensa - É um equipamento mecânico para desidratação do lodo proveniente do condicionamento químico, dotado de várias placas com telas filtrantes que serão preenchidas por lodo através de bombeamento. O lodo passa a ter 40% de sólidos.

8 - Esteira

9 - Tortas para aterro sanitário - Aqui o lodo é armazenado e desidratado para

ser disposto em aterro sanitário.

CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA E CONSEQUÊNCIAS SOBRE A SAÚDE HUMANA

Até chegar ao consumo humano, a água percorre um longo caminho desde sua nascente até o rio, represa, ou outra rede qualquer de distribuição. Nesse caminho que a água percorre, pode sofrer efeitos diversos de poluição e contaminação, seja por ação antropogênica ou mesmo natural, se tornando meio de transporte de tipos diversos de contaminação. Caso a água seja utilizada em condições inadequadas pode apresentar muitos riscos à saúde. O grau de poluição das águas é medido através de características físicas, químicas e biológicas das impurezas existentes, que, por sua vez, são identificadas por parâmetros de qualidade das águas. Dessa forma, para estar apta ao consumo humano, a água interceptada deve passar por uma série de tratamentos e de testes. O conjunto de normas brasileiras que contém a lista de parâmetros e valores máximos permitidos para avaliação da qualidade da água, para fins de portabilidade, é a Portaria 518, do Ministério da Saúde. A poluição/contaminação das águas por ação antropogênica é gerada principalmente por:

• Efluentes domésticos (poluentes orgânicos biodegradáveis nutrientes e bactérias);

• Efluentes industriais (poluentes orgânicos e inorgânicos, dependendo da atividade industrial);

• Uso na agricultura (poluentes advindos da drenagem de áreas: fertilizantes,

(defensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão).

Essa água impactada pode ser veículo de transmissão de contaminantes e/ou patógenos por meio de contato dérmico, inalação e ingestão, prejudicando a saúde das pessoas através de atividades corriqueiras, como ingestão direta, preparação de alimentos e uso na higiene pessoal, nas atividades de limpeza e no lazer. As doenças relacionadas com a água podem ser distribuídas em duas categorias principais:

1. Doenças de transmissão hídrica: a água atua como veículo do agente infeccioso, sendo contaminada por agentes biológicos (vírus, bactérias e parasitas) ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico;

2. Doenças de origem hídrica: causadas por substancias químicas presentes na água em concentrações inadequadas, geralmente devido a lançamento efluentes de esgotos industriais. Água e Saúde.

Contaminação Microbiológica da Água

A contaminação microbiológica da água se dá principalmente devido ao despejo indevido de esgoto e lixo em corpos d’água. Com o aumento da exposição humana a esgotos domésticos e efluentes contaminados, coloca-se a saúde em risco pela possibilidade de contato ou ingestão de água com organismos infecciosos como bactérias, vírus, protozoários e helmintos.

Entre a segunda metade do século XIX e início do século XX houve um rápido aumento populacional no Brasil e, com ele, grandes epidemias de doenças passaram a ser mais freqüentes. Data do mesmo período o advento da descarga hidráulica nos vasos sanitários primeiramente na Europa e Estados Unidos e depois no resto do mundo.

“Epidemias como a de febre amarela, a de cólera e a de varíola eram comuns em todo o território brasileiro, atingindo drásticas proporções nas cidades mais populosas. Estas enfermidades tornavam mais fortes à compreensão da interdependência social, segundo a qual todos os homens estavam ligados pelo agente causador da doença. A cada nova epidemia tornava-se mais evidente a vulnerabilidade de toda a população à doença, que não

“fazia escolha entre pobres e ricos” (Hochman, 1996 apud REZENDE, 2002, p. 06).

Este trecho salienta para o fato de que pessoas com atividades e padrões de vida totalmente diferentes estavam expostos às doenças da mesma maneira. Essa constatação podia ser aplicada à maioria das populações mundiais, despertando o interesse de muitos estudiosos que começaram associar essas doenças a água consumida. Naquela época não se admitia que a água pudesse ser transmissora de doenças e desconheciam-se os agentes infecciosos destas doenças. Alguns estudiosos, entretanto, recomendavam que a água devesse ser tratada antes de chegar ao ambiente domiciliar, pois esta pode veicular direta ou indiretamente agentes causadores de doenças infecciosas.

As principais doenças transmitidas pela água são: Cólera, Febre tifóide e Febres paratifóides; Disenteria infecciosa; Leptospirose; Giardíase; Enterites gastrointestinais. Assim, a importância sanitária do abastecimento de água é das mais discutidas; a implantação ou melhoria dos serviços de abastecimento de água traz como resultado uma Água e Saúde rápida e sensível melhoria na saúde (diminuição das moléstias cujos agentes epidemiológicos

(são encontrados nas fezes humanas) e nas condições de vida de uma comunidade principalmente através de:

 controle e prevenção de doenças;

 promoção de hábitos higiênicos da população;

 desenvolvimento de esportes (como a natação);

 melhoria da limpeza pública;

 conforto e segurança coletiva (refrigeração e combate a incêndio).

Contaminação Química

São muitos os poluentes potenciais que podem prejudicar a qualidade das águas dos rios, lagos e águas costeiras e marinhas. A poluição aquática pode ser causada por matérias orgânicas, nutrientes e um grande número de substâncias químicas que ou são produzidas para utilização deliberada, como os pesticidas, ou são formadas não intencionalmente em

processos de produção, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos gerados em processos de combustão.

A água sendo um excelente solvente, através do seu ciclo hidrológico conserva-se em contato com os constituintes do meio ambiente (ar e solo), dissolvendo muitos elementos e carregando outros em suspensão. Nesse sentido, estima-se que cerca de 4 bilhões de

metros cúbicos de contaminantes, provenientes, principalmente, de efluentes industriais, uso agrícola, dejetos domésticos e outros, atinjam o solo a cada ano e, conseqüentemente, a água.

A variedade de contaminantes é enorme, e os mais importantes são os metais pesados (como chumbo, arsênio, cádmio e mercúrio); agrotóxicos (nitratos, compostos organoclorados, organofosforados ou carbamatos) e compostos orgânicos voláteis (como produtos combustíveis e solventes halogenados).

A. Metais Pesados - Os metais pesados são micropoluentes inorgânicos provenientes, na sua maioria, de efluentes industriais e altamente tóxicos para a vida aquática. O processo de biomagnificação transforma concentrações consideradas baixas no meio ambiente, em concentrações tóxicas em diferentes organismos vivos inclusive no homem. A persistência, outra característica dos metais pesados, garante a influência desses metais, mesmo após a Água e Saúde interrompimento das fontes poluidoras. Os principais metais pesados presentes nas águas em forma dissolvida são cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, níquel e zinco. Os metais pesados, além de serem tóxicos são cumulativos no organismo e podem provocar diversos tipos de doenças no ser humano com a ingestão de pequenas doses, por períodos consideráveis.

Um fato histórico que exemplifica a toxidade dos metais pesados foi o envenenamento pelo chumbo proveniente das tubulações de água, um fator que contribuiu para a queda final do Império Romano. Tantas pessoas começaram a morrer de envenenamento por chumbo em longo prazo que a vigor de toda a nação foi se exaurindo.

B. Orgânicos Voláteis

• Solventes Halogenados - constituem um grupo de compostos orgânicos muito utilizados na indústria, principalmente indústrias de plásticos, de tintas e corantes, etc. Os principais representantes dessa classe são: 1,1-dicloetano, 1,1-dicloeteno, tetracloeteno e tetracloreto de carbono.

• Solventes Aromáticos – os principais são: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX). A presença de tais compostos em águas de abastecimento se deve à contaminação por resíduos de combustíveis e indústrias, principalmente de tintas, de plástico, de medicamentos, etc. São considerados potencialmente cancerígenos.

C. Biocidas - Os biocidas constituem um grupo de compostos orgânicos utilizados por várias décadas no controle de insetos, de fungos, pragas nas lavouras. Devido à sua alta persistência no ambiente (água, solo), ou seja, não se degradar facilmente, a fabricação e comercialização dessas substâncias está proibido na grande maioria dos países desde o começo da década

de 1980. Entretanto, devido exatamente à sua difícil degradação natural, são encontrados ainda resíduos no solo e na água e, por isso, os pesticidas organoclorados, por exemplo, são incluídos na legislação para análise obrigatória em águas de abastecimento. Sua presença na

água consumida, em concentrações muito acima dos limites toleráveis (VMP) pode acarretar prejuízos à saúde que vão desde sintomas de envenenamento, como dor de cabeça, distúrbios gastrointestinais, etc., até danos ao fígado, rins e sistema nervoso, além de efeitos cancerígenos, dependendo do tipo de pesticida.

Recursos hídricos

Uma das maiores preocupações atuais é o término das reservas de petróleo. Por ser um produto não-renovável, muitas reservas já se esgotaram e outras estão escasseando, gerando crise econômica e até guerras – isso porque grande parte da energia consumida no mundo todo depende hoje deste combustível fóssil. Porém, outra crise – maior e mais assustadora – está ameaçando o mundo todo: a falta de água.

A água que pode ser usada para beber, tomar banho, preparar alimentos, etc., é muito pouca – e está diminuindo. Mais da metade dos rios do mundo diminuíram seu fluxo ou estão contaminados, ameaçando a saúde das pessoas.

A escassez de água se deve basicamente à má gestão dos recursos hídricos e ao aumento da demanda e não à falta de chuvas. Uma das maiores agressões para a formação de água doce é a ocupação e o uso desordenado do solo.

Para agravar ainda mais a situação são previstas as adições de mais de três bilhões de pessoas que nascerão neste século, sendo a maioria em países que já tem escassez de água, como Índia, China e Paquistão.

O Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo, cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Só que essa reserva também está ameaçada pelo mau planejamento e uso, pela poluição e pelo desperdício.

50% da água tratada são desperdiçadas no país. Entre os maus hábitos estaria a lavagem de carro, calçadas, roupas, banhos demorados, louças na qual é desperdiçada mais água do que o necessário, além de vazamentos (uma gota de água caindo o dia inteiro corresponde a 46 litros).

Conseqüências

A água já é hoje em dia uma ameaça à paz mundial. Muitos países da Ásia e do Oriente Médio já estão disputando recursos hídricos.

Relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que um bilhão de pessoas não tem acesso a água tratada e com isso quatro milhões de crianças morrem devido a doenças como cólera e malária. A expectativa é de que nos próximos 25 anos 2,76 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez de água. Cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a desviada dos rios e a bombeada do subsolo, são utilizadas para irrigação. Aproximadamente 20% vão para a indústria e 10% para as residências.

A falta de água afetaria diretamente todo esse sistema. A escassez dos recursos hídricos pode levar ao aumento de fontes de contaminação devido à dificuldade de acesso à água de qualidade (tratada e potável), o que também acarretaria a contaminação de alimentos (animais e vegetais) e a escassez dos mesmos, numa reação em cadeia que comprometeria saúde humana e saúde pública, com deterioração da qualidade de vida e do desenvolvimento econômico e social

Soluções

Para se evitar que a crise da água se torne crítica, é preciso tomar uma série de ações. A primeira delas é promover uma melhor administração dos recursos hídricos em nível de bacias hidrográficas, desenvolvendo tecnologias avançadas de monitoramento e gestão, ampliando a participação da comunidade – usuários e público em geral – nessa gestão e no compartilhamento dos processos tecnológicos que irão melhorar a infra-estrutura do banco de dados e dar maior sustentabilidade às ações.

Além disso, ações de educação e conscientização da população, de empresas e mesmo de governos são indispensáveis para se evitar o desperdício e a poluição das águas. Fora isso, é possível também realizar a despoluição de rios e mananciais, revitalizando esses importantes recursos hídricos e tornando-os novamente saudáveis e próprios para o uso.

Reuso de água

A reutilização ou o reuso de água ou o uso de águas residuárias não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo há muitos anos.

Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição de esgotos e sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por água tem feito do reuso planejado da água um tema atual e de grande importância.

Neste sentido, deve-se considerar o reuso de água como parte de uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água.

Dentro dessa ótica, os esgotos tratados têm um papel fundamental no planejamento e na gestão sustentável dos recursos hídricos como um substituto para o uso de águas destinadas a fins agrícolas e de irrigação, entre outros.

Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para abastecimento público e outros usos prioritários, o uso de esgotos contribui para a conservação dos recursos e acrescenta uma dimensão econômica ao planejamento dos recursos hídricos. O reuso reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de qualidade inferior. Essa prática, atualmente muito discutida, posta em evidência e já utilizada em alguns países é baseada no conceito de substituição de mananciais. Tal substituição é possível em função da qualidade requerida para um uso específico.

Dessa forma, grandes volumes de água potável podem ser poupados pelo reuso quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente efluentes pós-tratados) para atendimento das finalidades que podem prescindir desse recurso dentro dos padrões de portabilidade.

Tipos de Reuso

A reutilização de água pode ser direta ou indireta, decorrente de ações planejadas ou não:

Reuso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração).

Reuso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para ser utilizada a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.

O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas com outros efluentes que também atendam ao requisito de qualidade do reuso objetivado.

Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou irrigação.

Aplicações da Água Reciclada

Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, gramados residenciais.

Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, proteção contra geadas.

Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento.

Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo.

Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.

Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca.

Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira, dessedentarão de animais.

Aproveitamento de Águas de Chuva

As águas de chuva são encaradas pela legislação brasileira hoje como esgoto, pois ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de lobo aonde, como "solvente universal", vai carreando todo tipo de impurezas, dissolvidas, suspensas, ou Simplesmente arrastadas mecanicamente, para um córrego que vai acabar dando num rio que por sua vez vai acabar suprindo uma captação para Tratamento de Água Potável. Claro que essa água sofreu um processo natural de diluição e autodepuração, ao longo de seu percurso hídrico, nem sempre suficiente para realmente depurá-la.

Uma pesquisa da Universidade da Malásia deixou claro que após o início da chuva, somente as primeiras águas carreiam ácidos, microorganismos, e outros poluentes atmosféricos, sendo que normalmente pouco tempo após a mesma já adquire características de água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados.

Para uso humano, inclusive para como água potável, deve sofrer evidentemente filtração e cloração, o que pode ser feito com equipamento barato e simplíssimo, tipo Clorador Embrapa ou Clorador tipo Venturi automático. Em resumo, a água de chuva sofre uma destilação natural muito eficiente e gratuita.

Esta utilização é especialmente indicada para o ambiente rural, chácaras, condomínios e indústrias. O custo baixíssimo da água nas cidades, pelo menos para residências, inviabiliza qualquer aproveitamento econômico da água de chuva para beber. Já para Indústrias, onde a água é bem mais cara, é usualmente viável sim esse uso.

O Semi árido Nordestino tem projetos onde à competência e persistência combate o usual imobilismo do ser humano, com a construção de cisternas para água de beber para seus habitantes.

Com o objetivo de buscar soluções para os problemas dos recursos hídricos da Terra, foi realizado no Japão, em março de 2003, o III Fórum Mundial de Água. Políticos, estudiosos e autoridades do mundo todo aprovaram medidas e mecanismos de preservação dos recursos hídricos. Estes documentos reafirmam que a água doce é extremamente importante para a vida e saúde das pessoas e defende que, para que ela não falte no século XXI, alguns desafios devem ser urgentemente superados: o atendimento das necessidades básicas da população, a garantia do abastecimento de alimentos, a proteção dos ecossistemas e mananciais, a administração de riscos, a valorização da água, a divisão dos recursos hídricos e a eficiente administração dos recursos hídricos.

Embora muitas soluções sejam buscadas em esferas governamentais e em congressos mundiais, no cotidiano todos podem colaborar para que a água doce não falte. A economia e o uso racional da água devem estar presentes nas atitudes diárias de cada cidadão. A pessoa consciente deve economizar, pois o desperdício de água doce pode trazer drásticas conseqüências num futuro pouco distante.

Dicas de economia de água: Feche bem as torneiras, regule a descarga do banheiro, tome banhos curtos, não gaste água lavando carro ou calçadas, reutilize a água para diversas atividades, não jogue lixo em rios e lagos, respeite as regiões de mananciais.

Dicas para ajudar a diminuir a poluição das águas: não jogar lixos em rios, praias, lagos, etc. Não descartar óleo de fritura na rede de esgoto. Não utilizar agrotóxicos e defensivos agrícolas em áreas próximas às fontes de água. Não lançar esgoto doméstico em córregos. Não jogar produtos químicos, combustíveis ou detergentes nas águas.

O esgoto doméstico é lançado nos córregos, rios e mar de forma displicente e sem tratamento adequado. Poluindo grande parte das águas doces próximas às cidades e vilarejos humanos, causa uma série de doenças e degradação do meio ambiente.

A poluição pelas indústrias que na maioria das vezes não tratam seus dejetos, jogando-os em rios e lagos, deixam um rastro de degradação ambiental enorme, matando plantas e animais com produtos tóxicos e metais pesados dos mais variados tipos.

E temos também a poluição das águas por agrotóxicos e fertilizantes que são jogados nas plantas, e com as chuvas estes venenos são infiltrados no solo até o lençol freático ou levados juntamente com as enxurradas para os rios e lagos. Envenenando, portanto as águas e causando grandes problemas ambientais.

Bibliografia:

www.sabesp.com.br

www.usp.br/gpqa/disciplinas

www.suapesquisa.com

www.brasilescola.com.br

www.cetesb.sp.gov.br

http://www.portaleducacao.com.br

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