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Por:   •  9/3/2015  •  3.083 Palavras (13 Páginas)  •  363 Visualizações

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Definição de ativação Ativação pode ser definida como um estado psicológico de alerta e antecipação que prepara o corpo para a ação. Ela envolve tanto aspectos psicológicos (motivação, ansiedade, atenção) quanto componentes fisiológicos (batimento cardíaco, respiração, sudorese); varia ao longo de um continuum, indo de níveis muito baixos (como sono profundo) a níveis muito elevados (exaltação); considera-se que o atleta está adequadamente ativado quando ele está mental e fisiologicamente pronto para competir de melhor forma (CASHMORE, 2008). São sinais da ativação: 1) mãos frias e suadas; 2) vontade constante de urinar; 3) sensação de "borboletas no estômago"; 4) sudorese; 5) olhos arregalados; 6) sensação de estar doente; 7) dor de cabeça; 8) boca seca; 9) dificuldade de dormir; 10) tensão muscular aumentada; 11) dificuldade de concentração.

© Dimensões Psicológicas do Movimento Humano40 Teorias de ativação Em nosso CRC, vamos discutir três teorias relevantes de ativação: (1) a teoria direcional, (2) a teoria do U invertido (a mais popular) e (3) a teoria das zonas ótimas de funcionamento. Teoria direcional (drive theory) A primeira teoria criada para explicar a ativação, em meados do século 20 (HULL, 1943). Pode ser resumida pela equação: desempenho = ativação x nível técnico Nessa equação, compreende-se que ativação e desempenho têm uma relação linear entre si: se a ativação aumenta, o desempenho aumenta também, sendo isso verdade para um atleta com alto nível técnico (Figura 4); todavia, para um atleta com baixo nível técnico, a ativação em um nível mais elevado teria um efeito desastroso (COX, 1998). Alto

Alto

Baixo

DESEMPENHO

ATIVAÇÃO

Baixo

Figura 4 A relação linear entre desempenho e ativação proposta pela teoria direcional.

Com a continuidade das pesquisas em Psicologia do Esporte, viu-se que essa relação entre ativação e desempenho não é verdadeiramente linear. Foi constatado que mesmo atletas de bom

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nível técnico tiveram desempenho insatisfatório com níveis muito elevados de ativação. A teoria direcional foi considerada ingênua e então superada. Teoria do U invertido Também conhecida como "Lei de Yerkes-Dodson", ela foi adaptada para a Psicologia do Esporte a partir dos trabalhos dos psicólogos Yerkes e Dodson sobre ativação aplicados à aprendizagem (YERKES; DODSON, 1908). Segundo essa teoria, há um ponto ótimo de ativação, no qual se pode atingir o melhor desempenho. As pessoas que estão em níveis de ativação menores que o ideal têm seu desempenho comprometido, pois seu estado de alerta não as preparou para agir e reagir da forma mais adequada. À medida que a ativação aumenta, há um aumento progressivo no desempenho, mas até um certo ponto: uma vez que a ativação continua a aumentar para além do nível ótimo de ativação, há uma queda progressiva no desempenho. Assim, pela teoria do U invertido, desempenho e ativação têm uma relação linear positiva até o ponto ótimo, a partir do qual se estabelece uma relação invertida, cuja maior ativação implica em menor rendimento (Figura 5).

Figura 5 A relação entre ativação e desempenho: para aquém ou para além do ponto ótimo de ativação, o desempenho está comprometido.

© Dimensões Psicológicas do Movimento Humano42 Uma variação da teoria do U invertido é a teoria da catástrofe. A lógica de haver um ponto ótimo de ativação relacionado com o melhor desempenho possível é a mesma nas duas teorias. Porém, a teoria da catástrofe prediz que o contínuo aumento da ativação para além desse ponto não causará um declínio gradual no desempenho, mas, antes, um declínio dramático na performance do atleta (Figura 6).

Figura 6 A relação entre ativação e desempenho: para além do ponto ótimo de ativação, o desempenho está completamente comprometido.

A teoria do U invertido é bem aceita entre os técnicos e os atletas, pois, empiricamente puderam verificar a adequação e seus princípios, observando seu rendimento em estados de baixa, moderada e alta ativação. Mas a despeito de sua popularidade, essa teoria foi alvo de críticas, centradas especialmente em qual seria o ponto ótimo da curva e como a teoria explicaria a regulação da ativação para tarefas distintas (mais simples, mais complexas). Essas críticas abriram a possibilidade de novas perspectivas teóricas, como veremos a seguir. Teoria das zonas ótimas de funcionamento (individual zones of optimal functioning) Proposta pelo psicólogo russo Yuri Hanin (2000), esta teoria parte da teoria do U invertido, com duas mudanças principais:

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• Níveis ótimos de ativação e ansiedade (que ele inclui na teoria) nem sempre ocorrem no ponto médio do continuum – como proposto pela teoria do U invertido. Isso significa que alguns atletas alcançarão sua zona ótima de desempenho em níveis mais baixos de ativação que outros; alguns terão que ser muito estimulados para obter um desempenho máximo e outros, como proposta pela teoria do U invertido, terão sua zona ótima de funcionamento em níveis moderados de ativação. • Hanin (2000) propõe ainda que não é um ponto específico que determina o estado de ativação ideal, numa relação "tudo ou nada". Há alguma margem para o ponto ideal de ativação, o que cria a "zona", uma área que permite uma certa variação do estado de ativação e que, mesmo assim, garante uma performance ideal (Figura 7).

Figura 7 Atletas diferentes podem ter zonas diferentes de ótimo funcionamento, necessitando ser mais ou menos ativados, de acordo com seu esporte e suas características pessoais.

A teoria das zonas de funcionamento foi muito bem aceita pelos pesquisadores em Psicologia do Esporte, assim como por aqueles que trabalham de forma aplicada na área. Assim, a teoria das zonas de funcionamento foi expandida para outras emoções relacionadas ao esporte, como a raiva, relaxamento, confiança, concentração etc. Um desafio aos técnicos das equipes esportivas

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