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Psico E Dança

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Por:   •  29/1/2015  •  2.200 Palavras (9 Páginas)  •  430 Visualizações

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PARTE I

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: DA ANTIGUIDADE AOS NOSSOS DIAS

MANACORDA (1997)

No antigo Egito, os ensinamentos eram escritos ou mandados escrever pelo vizir pai e lidos e decorados pelos filhos prostrados no chão. Nasce a escola dos escribas (homem de poder)

1. Sociedade e educação no antigo Egito

Do Egito chegam até nós os testemunhos mais antigos e mais ricos sobre todos os aspectos da civilização e, em particular, sobre a educação. A quase totalidade de provas não se refere nem à escola intelectual ou dos aspectos formais e instrumentais da instrução (ler, escrever, calcular), nem aprendizado profissional (habilidades manuais e noções teóricas de cada ocupação). As provas são de processo de inculturação das classes dominantes: istó é, a escola de formação para a vida política, ou melhor, para o exercício do poder.

Embora compreenda elementos da instrução formal ou instrumental, a didática dos documentos falam apenas da introdução aos comportamentos e à moral.

2. O antigo império: a literatura sapiencial como instituio oratoria

Textos que descrevem os ensinamentos da época são introduzidos através de um título-sumário e encerrados numa moldura narrativa que fornece a ocasião e a circunstância em que o ensinamento foi dado. Eles descrevem conteúdos, objetivos e a relação pedagógica com o mestre. O mais antigo é o Ensinamento para Kaghemni, por meio do qual o vizir preparava ensinamentos para seus filhos. Neste caso não é possível saber se a escrita foi ensinada.

O ensinamento envolvia preceitos comportamentais e casos particulares.

“Não te envaideças em teu coração pela tua força quando estás entre teus colegas. Cuida para não ser desafiado...”

“Se sua boca procede com palavras indignas, tu deves domá-la em sua boca, inteiramenta. – o falar bem”.

Esse tipo de ensinamento procurava desenvolver a consciência interior e interpessoalidade em uma formação do homem político. Em um reino autocrático, a arte do comando é também, e antes de tudo, arte da obediência: a subordinação é uma das constantes milenares desta inculturação da qual, portanto, faz parte integrante o castigo e o rigor como a prática imediata da política.

“Pune duramente e educa duramente”

3. A idade feudal: os novos charlatães (2.190 a 2040 a.C.)

Norma institucional de educação intelectual (o falar bem) e física (natação) é reservada aos príncipes régios e a outros jovens nobres ou elevados entre os nobres. Havia condenação explícita da apropriação da arte da palavra, ou arte política, por parte das novas classes sociais: uma condenação que encontraremos frequentemente na história. O “charlatão” não é, evidentemente, o falador deselegante que não tem gosto literário, mas o demagogo que, não pertencendo à classe dominante, presume, mal usando esta arte, conquistar o poder. A este desprezo pelos novos oradores ou políticos junta-se, de fato, a admoestação do faraó ao filho, para que volte a dominar com competência esta arte.

“Sê um artista da palavra, para seres potente. A língua é a espada do homem.”

4. O Médio Império: o escriba e outros ofícios (2133-1786 a. C.)

Nas épocas posteriores, o uso do livro de texto torna-se cada vez mais frequente.

A obediência e o estudo aparecem cada vez mais como o caminho favorável para a proveitosa vida de escriba, considerada como ideal da promoção social. Este, por sua vez, satiriza o triste viver dos vários artesãos (sob a opressão e a exploração do trabalho).

“Eis que não existe uma profissão sem que alguém dê ordens, exceto a de escriba, porque ele é quem dá ordens.

“Sê escriba: esse ofício salva da fadiga e te protege contra qualquer tipo de trabalho. Por ele evitas carregar a enxada e a marra e dirigir um carro. Ele te preserva do manejo do remo e da dor das torturas, pois ele te livra de numerosos patrões e superiores.”

5. O segundo período intermediário e o treinamento do guerreiro (1785 a 1580 a. C. )

A passagem da sabedoria para a cultura da instrução é cada vez mais clara: agora é sábio quem possui experiência e a inteligência e, por isso, está em uma posição de domínio, mas quem conheceu a tradição nos livros, adquiriu uma cultura e assimilou a sabedoria dos antigos. Nesse período, a educação física é preparação para a guerra e prerrogativa das classes dominantes, assim como a educação oratória.

Havia uma generalização, uma quantidade considerável das chamadas coletâneas escolares (textos e cadernos de exercícios) que destacavam a valorização do ensino:

“O homem sai do seio de sua mãe e corre para o seu patrão. Mas o escriba, ele chefia todos os tipos de trabalho neste mundo.” Nessa tradição escolástica também aparecem procedimentos para resolver indisciplina dos alunos.

“A orelha da criança fica nas costas, e ela presta atenção quando é surrada.”

O escriba Hori, após ter exibido sua capacidade estilística, provoca o adversário a responder questões de matemática, geometria, geografia, engenharia e outras”. Este é um exemplo vivo da cultura técnica, e não mais sapiencial, como outrora um escriba deveira possuir.

6. O período demótico: testemunhos egípcios e gregos (1069-333 a.C.)

Ensinamentos: manual de “cortesão”, para uso de um jovem que, proveniente de classes subalternas, deve antes de tudo assimilar os costumes dos grandes e preparar-se para a subordinação. Os produtores intermediários (distinta dos simples trabalhadores braçais), além da instrução intelectual e profissional recebia também das classes dominantes uma inculturação (ou melhor uma aculturação, já que vinha de fora da sua classe) ético-comportamental, subproduto da cultura privilegiada.

A classe dominante é sempre um demiurgo que configura a sociedade toda à sua própria imagem e semelhança.

Das experiências

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