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Questionário 4 AVA Direito Anhanguera -

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Por:   •  18/3/2014  •  826 Palavras (4 Páginas)  •  361 Visualizações

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ESCRAVIDÃO E IMIGRAÇÃO: UMA VISÃO HISTORIOGRÁFICA DA QUESTÃO DO TRABALHO NO BRASIL

O abolicionismo e a imigração foram tendências muito abordadas na historiografia nas últimas décadas do século XIX.

Duas posições predominaram a respeito da escravidão/imigração na historiografia. Alguns autores como Jacob Gorender defendiam a tese de que o abolicionismo era a causa da imigração, pois a implementação de uma política imigratória só foi pensada depois que os próprios escravos e abolicionistas lutaram pela extinção do regime escrasvista. Os escravos começaram a se revoltar por conta da proximidade do abolicionismo, como consequência disso os fazendeiros de café do oeste paulista começaram a pensar em uma alternativa de mão de obra para suprir a grande falta de escravos que se sucederia. Para isso a elite local teve grande ajuda do governo nacional neste processo de imigração em massa onde o estado de São Paulo foi o maior beneficiado.

Outros autores como Paula Beiguelman defendiam o processo inverso de que a disposição dos fazendeiros em substituir a mão de obra escrava pela imigrante incentivou o movimento abolicionista. Fica evidenciado também na analise dessa autora que os fazendeiros já não viam os escravos como mão de obra lucrativa para o capitalismo, pois o país necessitava de um mercado consumidor interno para abandonar sua condição pré-capitalista para país capitalista.

Já autora Célia Maria Marinho de Azevedo defende a vinculação entre abolicionismo e imigração. Para ela, tanto a abolição quanto a imigração foram respostas dos fazendeiros aos escravos que já em grande número na época começavam a se revoltar e engrossar as estatísticas da criminalidade na região. Com receio de que os desentendimentos entre escravos e donos de fazendas aumentassem, provocando assim um aumento no número de crimes decidiu-se pela união entre as duas iniciativas, promovendo a imigração com a ajuda do Estado e inserindo o negro ao trabalho livre como forma de um melhor controle social.

Com o fim aproximado do modelo de trabalho escravo no Brasil, crescia a preocupação da elite cafeeira em substituir a escravidão por outra modalidade de trabalho que conseguisse suprir a demanda, mas também havia a preocupação de um controle sobre essa nova modalidade de trabalho assalariada.

O ideal para os proprietários era que os imigrantes fossem trabalhadores mecânicos, que executassem suas tarefas com o máximo de aproveitamento e não exigissem nenhum tipo de investimento. O trabalho imigrante havia contaminado o imaginário brasileiro no qual se pensava em ter um trabalhador economicamente barato e servil, no entanto o que se provou foi o contrário, pois os mesmos já possuíam uma identidade, ou seja, já sabiam como era a dinâmica do trabalho assalariado, o que influenciaria o seu comportamento como trabalhadores.

Em seu artigo, Walkíria Martins descreve como o trabalhador imigrante era idealizado pela elite e como suas expectativas em relação ao trabalho imigrante eram equivocadas:

(...) estes grupos idealizavam o trabalhador imigrante, projetando sobre ele qualidades que não visualizavam nos escravos e outros trabalhadores nacionais, tais como: espírito de iniciativa, amor ao trabalho, disciplina, etc. Entretanto, algumas experiências realizadas com estes trabalhadores em São Paulo e no Pará contrariaram tais

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