TERCEIRIZAÇÃO

Modelo de Gestão para Alinhar as Empresas Terceirizadas às Exigências Regulatórias

do Setor Elétrico

Rita de Cássia Bittencourt

Evangelista

Terceirização.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar um modelode gestão que assegure a excelência das

empresas terceirizadas, cujo resultado seja suficiente para garantir a performance da qualidade, custoe

tempo de atendimento das empresas de distribuiçãode energia elétrica, de acordo com as exigência

regulatórias. O modelo apresentado é composto por ferramentas de gestão: por objetivos, auditoria da

qualidade, reconhecimento dos melhores parceiros e comunicação e relacionamento para

intensificação da parceria. Com o método proposto,concluiu-se ser possível o alcance dos

mecanismos de viabilização de redução dos custos, da eficiência produtiva e alocativa e eficácia da

gestão exigidos pela empresa de referência do setor elétrico. A gestão estratégica das Prestadoras de

Serviços é examinada a partir da definição de indicadores de custos, qualidade e de tempo com

vistas à aplicação do modelo, mediante desenvolvimento de estudo de caso na Companhia de

Eletricidade do Estado da Bahia.

I. Introdução

As últimas décadas puderam testemunhar o começo do fim da organização tradicional. Num período

dominado por um único tipo de organização, a burocracia mecânica cedeu lugar, lentamente, a uma

nova era. Impulsionadas por forças tecnológicas, acirrada competição, excesso de ofertas, globalismo,

novas expectativas dos clientes, participação governamental e a dinâmica da força do trabalho, as

organizações estão sendo forçadas a se reformularempara sobreviver e para prosperar (NADLER e

LIMPERT, 1994).

Neste contexto, no limiar dos anos 90, o cenário foi caracterizado pela implantação da política

externa de desverticalização e pela ampliação dos níveis de concorrência das empresas estatais,

forçando a substituição do Estado por capitaisprivados e a busca de um processo de

regulação.

Foi nesse panorama de mudanças estruturais, que em 1993 iniciou-se no Brasil a reforma institucional

do Setor Elétrico, com foco voltado para a garantiada expansão do sistema, mediante transferência

das concessões do serviço de energia elétricapara a iniciativa privada. Ao Estado, coube o

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papel de agente regulador, na idéia de que as mudanças abririam as possibilidades de ingresso de

capitais, com a conseqüente participação do setor privado nos investimentos de distribuição e

principalmente de geração de energia elétrica.

Essa abertura iniciou-se com os efeitos da Lei 8.631, de 14.03.1993 e foi ampliada com a

promulgação da Lei 8.987, de 13.02.1995, da Lei das Concessões de Serviços Públicos e da Lei

9.047, de 19.05.1995. Neste contexto são introduzidas no setor elétrico mudanças substanciais como

a criação da ANEEL – Agencia Nacional de Energia Eletrica, a adoção de um novo modelo

institucional, introduzindo a competição nos segmentos de geração e comercialização, e o processo

gradual de privatização no segmento de distribuição.

Com a falta de recursos financeiros para investimento nas empresas públicas de energia elétrica

conjugada a necessidade de equilíbrio das contas públicas, induziu a União e alguns Estados a iniciar

de imediato o processo gradual da privatização de suas empresas de energia elétrica.

Nesse sentido, a intensificação da terceirização foi uma das adaptações estratégicas das organizações

para continuarem competitivas neste ambiente de constantes mudanças. E no setor elétrico, na

composição da força de trabalho das distribuidoras,intensificou-se muito a representatividade da mão

de obra terceirizada.

Desta forma, este trabalho tem como objetivo apresentar um modelo de gestão que assegura

excelência das empresas terceirizadas que executam serviços técnicos e comerciais, cujo resultado seja

suficiente para garantir a performance da qualidade, custo e tempo de atendimento das empresas de

distribuição de energia elétrica, de acordo com as exigências da Empresa de Referência1, dos

parâmetros de qualidade exigidos pela legislação dosetor elétrico, do incentivo a eficiência produtiva

conforme delineados no Fator X2e resultados eficientes do custos operacionais configurados na

Parcela B3(Despesas Gerenciáveis).

Para tanto, organizou-se o artigo em cinco capítulos. No primeiro capítulo enfatizou-se sobre as

considerações iniciais e introdução ao tema. No segundo capítulo demonstra-se a evolução da

terceirização. No terceiro capítulo discorre-se sobre as características do modelo de gestão dos

terceiros e o alinhamento com as exigências regulatórias. No quarto capítulo são apresentados os

resultados