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THOMAS HOBBES O Medo E A Esperança

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Por:   •  25/11/2014  •  7.169 Palavras (29 Páginas)  •  422 Visualizações

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AINNE CHRISTIE PARANAGUÁ DE SOUZA

ANE CRISTINE HEINZEN OJEDA

FRANCIELLI RAMOS BRUNI

MICHELLY KAMPIM COFLER

THOMAS HOBBES

O medo e a esperança

Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Ciências Sociais, do curso de Direito, turno integral, da Universidade Federal do Espírito Santo ministrado pelo Professor Dr. André R. Nogueira.

Vila Velha

2014

INTRODUÇÃO

Este trabalho discorre sobre as principais ideias abordadas pelo filósofo inglês, Thomas Hobbes (1588 – 1679), nascido em Malsmburry, extraídas de sua principal obra Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil (1651). Ademais, como principal fonte para pesquisa e, assim, fundamentação das concepções deste texto, tem-se o texto O medo e a espera, JANINE Ribeiro (2004), sendo este parte integrante do livro Os clássicos da Política. Em seu texto, Renato Janine Ribeiro, aborda as principais teorias de Hobbes e suas características, dentre as quais se devem destacar sua acepção ao contratualismo, o estado de natureza, a guerra generalizada, o contrato, Estado Civil, soberano, igualdade, liberdade e propriedade. Sendo estas também contempladas aqui, desenvolvendo-se, dessa forma, o trabalho sobre vida e obra de Thomas Hobbes, evidenciando principalmente seus estudos refletidos no Leviatã (1651).

Filósofo inglês, Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588 em Malmsbury, Inglaterra. Sobre tal fato, em sua autobiografia (Monteiro, 1983) afirma que sua mãe deu a luz a gêmeos: Hobbes e o medo, visto que o parto foi prematuro dado o medo sentido por ela em relação à Armada Espanhola, também chamada Armada Invencível . Cabe destacar que o medo, e também o poder, tornam-se temas de suas obras mais tarde. Hobbes viveu até cerca de seus sete anos com o pai, um clérigo semiletrado, o qual deixou sob a tutela do tio para dirigir-se a Londres após encontrar oposição a outro vigário em sua região. O então tutor de Hobbes, em situação próspera, pode conceder-lhe bons estudos e financiou para que fosse para Magdalen Hall, em Oxford quando já possuía quatorze anos completos. Vigorava na época na instituição a escolástica e as concepções de inspiração aristotélicas, pelas quais Thomas Hobbes já não demonstrava interesse e, posteriormente, principalmente em relação a Aristóteles, mostrou-se opositor, no que tange a ideia veiculada pelo grego de que o homem seria um animal social, quando sua concepção acerca dos indivíduos era, na verdade, de que estes eram naturalmente ruins, guiados por suas paixões, questões estas que serão melhor abordadas posteriormente.

Após formar-se, por indicação, Hobbes iniciou como preceptor, responsável pela educação de uma criança ou adolescente, do filho de William Cavendish, condição que o possibilitou não só tempo para que pudesse dedicar à literatura, que constituiu uma de suas grandes paixões, bem como propiciou que fizesse viagens pelo continente europeu, entrando em contato, assim, com o cenário intelectual de sua época para além das fronteiras inglesas. Em relação aos contatos que estabeleceu ao longo de sua vida, vale destacar o de grande relevância com Francis Bacon, sendo este responsável pelo método empírico indutivo , recusando as ideias, principalmente, de Platão e do plano metafísico, ligando-se muito mais ao mundo material, as experiências e a ciência ligada aos resultados que poderiam ser observados e analisados. Por esse contato, Hobbes pôde reforçar a oposição já anunciada a Aristóteles e à Escolástica. Em meados do século XVII, de volta à França, Hobbes teve a oportunidade de conhecer o Padre Mersenne, pelo qual pode chegar a Descartes, não pessoalmente, mas por meio de cartas. Ademais, o autor do Leviatã, em viagem à Itália, conheceu ainda Galileu, do qual recebeu influência em sua filosofia social.

Já por volta da década de 40 do século XVII, Thomas Hobbes precisou exilar-se na França, onde fora recebido pelos intelectuais, visto que havia um confronto em território inglês pelas ideias liberais que se propagavam, principalmente com a luta acirrada entre o parlamento e a figura do monarca. Hobbes, nesse sentido, posicionava-se a favor do rei, da monarquia absolutista, com expressa aversão à democracia. Explica-se, assim, também, a recomendação que fazia de Tucídides, cujo autor as obras traduzia, dentre elas A Guerra do Peloponeso, e que enunciava o seguinte pensamento, com o qual compactuava o filósofo inglês, ressaltado no prefácio da maior obra de Hobbes, Leviatã, “um rei é mais capaz que uma república”.

Ainda em Paris, Hobbes acaba tornando-se professor do Príncipe de Gales, que também se encontrava no exílio. No entanto, dois anos após a decapitação de Carlos II, resolve retornar à Inglaterra, já estando esta sob o controle de Oliver Cromwell, findando, assim, a guerra civil. Nesse mesmo período, Hobbes publica o Leviatã (1652), causando grande polêmica, acerca da qual se gera uma discussão sobre seu posicionamento religioso, principalmente pela ideia de um absolutismo não teológico, sem a base no poder divino do governante, mas explicado por outras vias. Entre as críticas geradas pela publicação de sua obra, destaca-se a do bispo de Derry, chegando este a designar Hobbes como um materialista ateu. Outras obras ainda foram lançadas causando polêmica e certa rejeição.

Thomas Hobbes viveu até os 91 anos, em uma sociedade em que a expectativa de vida era de 40 anos. Chegando à velhice, voltou a fazer traduções, como exemplo, tem-se as obras Ilíada e Odisseia traduzidas para o inglês, além de uma autobiografia em latim. Hobbes faleceu em 1679, sendo um marco na história inglesa, apesar de toda crítica e polêmica.

Assim, inicia-se a apresentação das principais ideias de Hobbes, a partir da definição de um contexto histórico e de sua vida e obra. Observa-se, que segundo Renato Janine Ribeiro (Os Clássicos da Política, 2004, pg. 53), Thomas Hobbes estava inserido em um contexto, basicamente entre os séculos XVI e o XVII, em que o Contratualismo vigorava predominantemente entre os filósofos, em fator disso, Hobbes também adotou a postura contratualista. Por tal modelo, compreende-se que a origem do Estado e da sociedade estaria relacionada a um processo em que os indivíduos abdicariam de sua autonomia de vontade em prol de

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