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TREINAMENTO E CRIANÇAS PARA JOGAR COM DESASTRES

Tese: TREINAMENTO E CRIANÇAS PARA JOGAR COM DESASTRES. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/2/2014  •  Tese  •  1.355 Palavras (6 Páginas)  •  291 Visualizações

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A APRENDIZAGEM E O BRINCAR DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO

DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

O projeto de psicomotricidade reúne crianças com diferentes níveis de desenvolvimento, preocupa-se com os processos de aprendizagem por intermédio do brincar. Com a presença de crianças com transtornos de déficit de atenção/hiperatividade no referido projeto, surge a necessidade de explorar o tema do TDAH relacionando-o com as capacidades de aprendizagem e desenvolvimento humano apresentada nos pressupostos de Vygotsky. O estudo preocupa-se em discutir os processos de aprendizagem e de desenvolvimento para além das tradicionais descrições e caracterizações do TDAH. Apresenta ainda o brincar como um recurso de ajuda às representações mentais e ao desenvolvimento do vocabulário de movimentos em crianças com TDAH.

Palavra chave: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Aprendizagem e desenvolvimento. Brincar.

INTRODUÇÃO

O presente estudo integra as pesquisas relacionadas aos processos de aprendizagem e desenvolvimento infantil a partir das práticas de psicomotricidade com grupos de crianças com diferentes níveis de desenvolvimento. O artigo apresenta reflexões sobre o tema da capacidade de aprendizagem de crianças com TDAH (Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade) tomando como base os fundamentos dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento do psicólogo soviético Lev Vygotsky.

O estudo contribui com as áreas da saúde, da educação e da educação física, uma vez que vai apresentar subsídios do brincar como meio educativo para a aprendizagem de representações mentais e no desenvolvimento do vocabulário de movimentos, seja em atividades de jogo como também de exercício. Explicamos que o brincar pode envolver atividades que são de jogo ou de exercício. Explicamos que o jogo pressupõe a presença do componente simbólico que são as fantasias e o faz-de-conta (Vygotsky, 2004). O exercício são as atividades sensório-motoras, isto é, envolvem brincadeiras que não contam com a presença do simbólico.

Busca-se, enfim, entender um pouco mais sobre o TDAH que, talvez por falta de informações, tem sido negligenciado por profissionais da área da educação, que costumam confundi-lo com a má-educação, a “má-criação” ou a “falta de limites”, gerando conseqüências graves que podem ir desde a deficiência na aprendizagem propriamente dita, até a pré-disposição para o uso de drogas, álcool ou para o crime.

Antes de iniciar com as reflexões acerca dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento e a influência do brincar para a criança com TDAH, é necessário descrever o que a literatura apresenta sobre o transtorno em questão.

O TDAH é identificado, na maioria das vezes, primeiramente durante a idade escolar, pelas alterações de comportamento da criança por conseqüência do transtorno, como a perda de atenção e sua difícil ou complicada relação com os colegas em sala de aula. O TDAH costuma gerar enorme angústia para os pais e para as crianças que a possuem. Crianças e adolescentes diagnosticados com TDAH são rotineiramente taxados de “problemáticos”, “indisciplinados” ou, até mesmo, “pouco inteligentes” (ABDA).

Segundo Russell (2002), nos Estados Unidos de 3% a 5% das crianças em idade escolar são portadoras do TDAH, mostrando que a divulgação do Déficit é de suma importância. No Brasil com uma população alvo em torno de 17 milhões, 30 mil estão em tratamento, enquanto que em países desenvolvidos como Canadá, com uma população alvo em torno de 13 milhões, 8 milhões estão em tratamento, segundo GAETAH (Grupo de Apoio e Estudos do Transtorno da Atenção e Hiperatividade).

Segundo a ABDA*, o TDAH é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, os controles de impulsos e o nível de atividade. Não há certeza científica, mas é provável que seja transmitido de forma genética, caracterizando-se por um desequilíbrio das substâncias químicas do cérebro, ou neurotransmissores reguladores da conduta. É esse desequilíbrio bioquímico que impediria crianças de focar a atenção numa determinada tarefa, fazendo com que prestem igual atenção a todos os estímulos do ambiente, inclusive àqueles que não são úteis, como por exemplo, um lápis que cai ao chão, uma cadeira ou carteira que se arrasta, uma buzina ou conversas na rua, as cores das roupas dos colegas etc., fatos que as impedem de manter a concentração e resolver a tarefa que lhes está sendo solicitada.

Ainda em Russell (2002) está a explicação de que não há sinais exteriores de que algo esteja fisicamente errado com o sistema nervoso central ou com o cérebro da criança. Apesar disso, acredita-se que seja uma imperfeição no cérebro a responsável pela movimentação constante e outros comportamentos que as pessoas julgam tão intoleráveis numa criança com TDAH. O autor acrescenta ainda que a demora no diagnóstico e no tratamento do transtorno, fatos que em geral se devem ao desconhecimento do quadro, acabam prolongando por vários anos o sofrimento desses pacientes desnecessariamente e, o que é ainda pior, deixando-os com déficits de aprendizagem que, por sua vez, podem ser irreparáveis. Daí a importância

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