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Tipos de capitalismo

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Por:   •  26/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  219 Visualizações

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Os tipos de capitalismo

O capitalismo excludente

p. 44: A organização do trabalho no sistema capitalista excludente assumiu o caráter de linha de produção ao estilo taylorista-fordista, lídima expressão da Revolução Industrial. Foram claramente separadas as funções de concepção e controle, conferida aos gestores pelos empresários ou exercida por eles mesmos; e execução de tarefas parceladas, exclusiva dos trabalhadores.

p. 45: Tal processo de produção requer tão-somente trabalhadores desqualificados ou semi-qualificados, de quem se extrai principalmente a força física. Os trabalhadores tornam-se descartáveis, substituíveis por outros igualmente despojados de habilidade técnica, já que seu preparo se resume a treinamentos sumários ou a uma aprendizagem precária com base no “ver fazer”. O monopólio do saber técnico, detido pelos gestores e pelo staff de especialistas, cristaliza relações autoritárias de poder. Em vista disso, o capitalismo excludente assenta-se em algumas âncoras: na prevalência da hierarquia e da autoridade política; na matriz autoritária de pensamento; na intolerância para com os subalternos e na discriminação de todos aqueles que se apresentam como “diferentes” ou “diversos”; na defesa de sociedades elitistas (a sobrevivência do mais apto) e orgânicas (cada qual uma função natural); na preferência por regimes políticos de exceção, no “cupulismo” político no culto aos grandes homens. O sistema capitalista dos dois últimos séculos moveu-se a partir de uma lógica da exclusão, em que prevalece a maximização dos lucros. A sociedade tendeu a cindir-se em vencedores, bem-sucedidos e aptos e em perdedores, malsucedidos e ineptos. Somente os empresários que sobrevivem à concorrência, os gestores cooptados, os técnicos especialistas bem como os autônomos cuja competência lhes garante bons rendimentos têm acesso às benesses de um sistema capaz de projetar a produtividade a píncaros jamais vistos nos demais sistemas. (p. 46) Em contrapartida, os trabalhadores não-qualificados ou de baixa qualificação, ainda que usufruam de padrões de vida bem superiores a seus antepassados, ficam submetidos a um processo de “pauperização relativa”. Afinal, o crescimento econômico e a geração de necessidades socialmente criadas são sempre maiores que o seu poder de compra. Tende também o sistema a conservar um exército de reserva para pressionar os salários, convertendo muitos trabalhadores em desempregados crônicos ou ocasionais, ou em assíduos frequentadores da economia informal.

O capitalismo social

p. 46: O capitalismo viveu sob fogo cruzado no século XX. Foram decisivos para a redefinição do sistema alguns fenômenos históricos, como o fortalecimento de uma sociedade civil, ativa e articulada, que rejeitou a acomodação à pobreza sem apelo a soluções de força, e que aos poucos penetrou no aparelho de Estado, tornando-o “poroso”; o fato de, numa economia aberta e cada vez mais policiada pela mídia, os investimentos passarem a dar resultados econômicos apenas quando os produtos oferecessem mais valor aos consumidores; o desenvolvimento de alianças estratégicas entre empresários que, embora concorrentes entre si, estabelecem diversas formas de cooperação [...] para dinamizar seus negócios e alcançar maior competitividade; a conjugação dos esforços de agentes sociais em fundos de investimentos e em fundos de pensão, numa associação em que o capital assume “caráter conjunto” ou “associativista”; a pulverização do capital aplicado numa variedade enorme de empreendimentos, sem mudar sua essência privada e individual; a emergência de empreendedores que controlam alguma forma de conhecimento, ou de saber inovador, em detrimento dos antigos detentores de capital monetário, dando corpo ao conceito de “capital intelectual”; o fortalecimento da figura dos gestores profissionais, possuidores de capacidades gerenciais centradas na perseguição da qualidade, da produtividade crescente e da competitividade internacional; e a conquista de espaços democráticos no seio das empresas, graças à gestão participativa.

p. 47: A partir da segunda metade do século XX, e graças ao funcionamento da democracia representativa, esses fatores todos desembocaram num novo sistema sócioeconômico, de caráter capitalista, e esculpiram nele uma dupla lógica – a do lucro e a da responsabilidade social. No capitalismo social, a maximização dos lucros dá lugar à sua otimização e à produção de excedentes em limites socialmente compatíveis. O que isso significa? Que foi incorporado um novo termo à equação capitalista ou uma nova chave-mestra: as empresas capitalistas deixam de fixar-se apenas na função econômica (ainda que esta se mantenha determinante) e passam a orientar-se, de modo indissociável, pela função ética da responsabilidade social. Em outras palavras, o mecanismo de apropriação dos excedentes econômicos, embutido nas relações de propriedade, não mais beneficia de maneira exclusiva os shareholders (acionistas, quotistas), pois tem seu alcance estendido aos stakeholders – contrapartes do ambiente empresarial ou todos aqueles que, de alguma forma, têm interesse na preservação e na vitalidade da empresa. Na frente interna, equacionam-se os investimentos dos proprietários e as necessidades dos gestores e dos trabalhadores. (Página 48) Na frente externa, levam-se em consideração as expectativas dos clientes, fornecedores, prestadores de serviços, fontes de financiamentos (bancos, credores), comunidade circunvizinha, sindicato de trabalhadores, autoridades, associações voluntárias e demais entidades da sociedade civil.

p. 48: O conceito de responsabilidade social confere, desde logo, um caráter essencialmente “associativista” ao capitalismo social e reveste-o de uma segunda natureza. Implica parceria efetiva com clientes e fornecedores, gerando produtos de qualidade e assegurando durabilidade, confiabilidade e preços competitivos. Supõe contribuições para o desenvolvimento da comunidade (via projetos que aumentem o seu bem-estar), além de investimentos em pesquisa tecnológica para inovar processos e produtos, e para melhor satisfazer os clientes ou usários. Exige a conservação do meio ambiente através

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