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UM CONTO REAL

Por:   •  5/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  803 Palavras (4 Páginas)  •  152 Visualizações

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UM CONTO REAL

Apenas quatrocentas gramas era seu peso ao nascer, rostinho amiudado, pele alva como leite, madeixas brancas ao ponto de causar inveja ao algodoeiro. Olhos azuis como o infinito que a cercava. Tudo delicado demais, pequeno demais, sensível demais.

O tempo passou e em dois anos seu peso era de dois quilos e meio, mesmo peso da sósia que acabara de nascer.

Seu andar cambaleante denunciava a acentuada falta de visão, ainda assim, andava, corria, saltava, vivia a profundeza da vida sem a preocupação do agrado ao outro.

Aos doze um pedacinho de seu corpo cismou de infecionar, um desordenado que nem precisava existir, mas, causou um estrago tão grande que a cirurgia foi inevitável. Venceu a batalha.

Aos quinze foi o cérebro que teimou em hospedar um danado verme que causava-lhe dores terríveis. As dozes gigantescas de anestésicos deixavam-na dormente por longos períodos, ainda assim, lutou e venceu mais um duelo.

Aos vinte, a pressão arterial aumentou tanto que o coração queria porque queria parar de bater, deixando claro que não conseguiria sozinho dar conta de bombear a seiva da vida, tão valiosa para que seu corpinho continuasse a jornada da qual se propunha, valentemente percorrer. Auxiliada por fortes medicamentos, obteve mais uma grandiosa conquista.

Aos vinte e seis, o grande amor que sentia pelo sobrinho, o qual adotou sentimentalmente, pelo fato de jamais poder ser mãe, fez com que perdesse as mais felizes e as mais dolorosas lembranças. A depressão foi tão profunda que, viveu seis meses de total esquecimento. Não lembrava se quer que já havia tomado banho, se alimentado ou dormido. Médicos, amigos queridos, orações e mais medicamentos em porções fortíssimas acabaram por trazê-la de volta à realidade.

Aos trinta, tendo passado um dia de muita emoção com sua amada família, perto do amanhecer, quando se comemoraria a páscoa, seu corpo começou a se debater e minutos depois ficou inerte, como se o sopro de vida que carregava consigo até aquele instante, tivesse abandonado sua dona.

Então, o irmão tomou-a em seus braços e começou a gritar com todas as forças dos pulmões para que Deus devolvesse a vida àquela a quem todos amavam como a joia mais preciosa dentre todos os tesouros já conhecidos pelo ser humano. Cinco minutos depois a respiração daquele corpinho desfalecido começou a respirar com extrema dificuldade. Levada ao hospital, o socorro não veio de

imediato, o médico demorou duas horas para prestar os primeiros socorros, visto que era véspera da páscoa e o doutor precisava descansar.

Mais uma vez o irmão interveio, esmurrando ferozmente o balcão e proferindo a seguinte frase: “Se a senhora não chamar o médico imediatamente, irei à delegacia e darei queixa por omissão de socorro”. Bastou aquela frase para que a enfermeira chamasse via telefone o então médico de plantão que apareceu mais ou menos cento e vinte minutos depois. A diagnosticou como sendo epilepsia, quando o real quadro era de um conhecido derrame cerebral. Sete dias depois deu entrada em um hospital na cidade vizinha, se não tivesse ido, teria chegado ternamente ao óbito, pois lá estando sofreu outro AVC, contornado pela eficácia da junta médica

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