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Por:   •  18/3/2015  •  745 Palavras (3 Páginas)  •  366 Visualizações

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Tendo em mente os estudos feitos sobre as teorias políticas de Maquiavel e Montesquieu, leia o texto a seguir.

Os radicais sempre vencem: entrevista com Soner Cagaptay

Duda Teixeira

Nos últimos meses, com o desenrolar das revoluções no Oriente Médio, a Turquia foi apresentada como um modelo possível e desejável para a região. O país, de população quase totalmente muçulmana, seria um exemplo perfeito de convivência exitosa entre valores democráticos e um governo sob o comando de um partido islâmico, no poder há quase uma década. A utopia turca, contudo, não se sustenta, segundo um de seus mais atentos e qualificados observadores: o historiador Soner Cagaptay, do Washington Institute, um centro de estudos sobre o Oriente Médio com sede nos Estados Unidos. Diz Cagaptay: "A Turquia é um modelo falso. A imprensa está acuada e os tribunais foram dominados pelo partido do governo. Os políticos do AKP dizem o contrário, mas suas políticas acabarão levando à criação de um estado islâmico". Muçulmano, Cagaptay cresceu e se formou em Istambul, antes de se mudar para os Estados Unidos, onde fez seu doutorado e deu aulas nas universidades Yale, Princeton e Georgetown. O historiador concedeu a seguinte entrevista, por telefone, de seu escritório, em Washington.

A democracia turca é um exemplo para as nações do Oriente Médio que estão se desfazendo de seus regimes ditatoriais?

Não. O modelo da Turquia é falso. Quando o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, do premiê Recep Tayyip Erdogan) chegou ao poder, em 2002, o país já tinha tradição democrática. Esse partido islâmico aceitou as regras da democracia apenas para eliminá-las em seguida, impondo o controle sobre os tribunais e pressionando a imprensa. O sistema de pesos e contrapesos, cuja função é estabelecer limites ao Poder Executivo, está sendo destruído na Turquia. Recentemente, o governo obteve o direito de indicar praticamente todos os juízes da Suprema Corre, sem a necessidade de aprovação no Parlamento. Já a intimidação à imprensa chegou a um ponto muito crítico, com jornalistas sendo grampeados, presos ou acusados de tentativas de golpe "de estado. Há mais jornalistas presos na Turquia do que na China ou no Irã. Muitos estão em penitenciárias de segurança máxima, junto com os criminosos mais perigosos. Em 2007, dois repórteres investigativos do diário Alilim foram condenados a 3000 anos de cadeia cada um, sob a acusação absurda de terrorismo. Há quase 1000 processos criminais contra jornalistas. O governo está cada dia mais autoritário e disposto a calar a oposição. A Turquia é a prova de que, quando os partidos islâmicos participam de eleições, escondem o faro de que, depois de chegar ao poder. não têm a menor intenção de respeitar a democracia.

No Egito, a Irmandade Muçulmana pretende apoiar candidatos seculares à Presidência. Isso se assemelha à estratégia usada pelo AKP para chegar ao poder na Turquia?

Sem dúvida. O partido islâmico turco chegou ao poder com a ajuda de políticos seculares e, menos de uma década depois, já enfraqueceu a maioria das instituições indispensáveis a uma democracia. As próximas eleições, em junho deste

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