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A intertextualidade e "MASH"

Por:   •  23/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  670 Palavras (3 Páginas)  •  231 Visualizações

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No texto intitulado “Pós Modernidade e Sociedade de Consumo”, são apresentadas as noções de Fredrik Jameson sobre paródia e pastiche. Segundo ele, ambos os conceitos se encaixam na intertextualidade, porém este incorpora elementos de obras externas com o objetivo de homenageá-las, sem qualquer traço de sátira ou deboche, enquanto aquele tem como finalidade extrair humor, sublinhando os exageros e excentricidades.

Por outro lado, Noel Caroll engloba essas duas ideias em apenas uma: a alusão. Ou seja, em “The Future of Allusion: Hollywood in the seventies (and Beyond) ”, todas as referências visuais ou temáticas são chamadas de alusão, pouco importando a existência de um objetivo humorístico ou não.

Além da diferença de termos usados que distancia os textos, as abordagens também se distinguem. O foco do primeiro texto reside na intertextualidade como um dos principais elementos da pós-modernidade, não só no cinema, como na literatura, na música etc. Para Jameson, a fragmentação de estilos em uma só obra é fruto de uma reação aos modernistas acadêmicos, que depositam marcas muito específicas em sua arte. Além disso, o uso constante do pastiche também ocorre em decorrência da ideia de que tudo que é único já foi criado no passado: apenas resta aos artistas imitar vozes antigas. Assim, não há mais um estilo singular e original, mas um novo olhar sobre ele.

Nesse sentido, o filme MASH, de 1970, é um exemplo de tal fenômeno. Ele retrata o cotidiano de uma equipe médica que cuida de feridos do exército norte americano. Essa obra de Robert Altman pode ser interpretada como uma resposta aos antigos filmes de guerra, que enalteciam o combate e a virilidade de seus protagonistas. Para isso, utilizam-se a comédia de humor negro e o humor físico, além da atmosfera melancólica. Já em sua abertura, há aviões de guerra transportando feridos para um acampamento médico na Coreia. Porém, a subversão acontece com a justaposição dessa imagem com a música extremamente triste. Sua letra diz: “o suicídio não é doloroso”. Seria de se esperar que os heróis médicos tivessem um emocional indestrutível e uma índole impecável, mas isso não é verdade nesse filme.

Já o segundo texto indica uma outra causa para o crescimento do uso de alusões. Segundo Noel Caroll, foi a partir dos anos 1960 e 1970 que surgiram cineastas cientes da história pregressa do cinema e que cresceram com a sétima arte. Esses diretores obtiveram influências visuais e temáticas que permaneceram em seus imaginários. Assim, como homenagem aos seus grandes heróis, copiaram movimentos de câmera, tipos de iluminação, arcos dramáticos, etc.

Seguindo tal lógica, esse amálgama de referências possui dois objetivos: atentar a audiência para a história do audiovisual e não tornar os filmes em simples exemplos de plágio. O filme MASH novamente traz um exemplo dessa última finalidade. Nele, além das influências de filmes de guerra e de comédias fortemente apoiadas no humor físico, há também referências a outros tipos de arte. A derradeira refeição de Walt "Painless" Waldowski antes de tentar cometer suicídio é filmada como se fosse o famoso quadro “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. Portanto, Robert Altman usa uma obra já estabelecida para legitimar a sua colcha de retalho.

Entretanto, há

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