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BRANDÃO. Carlos Antônio Leite; A formação do homem moderno vista através da arquitetura. Editora UFMG. 1991

Por:   •  22/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.248 Palavras (9 Páginas)  •  576 Visualizações

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BRANDÃO. Carlos Antônio Leite; A formação do homem moderno vista através da arquitetura. Editora UFMG. 1991

INTRODUÇÃO

“A arquitetura funcionalista que dominou o século XX trouxe consigo dois axiomas que distorceram as pretensões dos seus fundadores: por um lado, o repertório tecnológico-construtivo e as necessidades sociais reduzidas à sua pragmaticidade tornaram-se os condicionantes fundamentais dos projetos e recolocaram a arquitetura como serviço mais do que como arte; por outro, promoveu-se a novidade absoluta como o objetivo maior de suas criações vanguardistas e rompeu-se com toda e qualquer referência à história da arquitetura e aos estilos passados”. (p.21)

“Proclamava-se, então, o esgotamento de sua linguagem formal, considerada excessivamente racional, fria e objetiva.” (p.21)

“Essa atitude historicista pós-modernista, no entanto, é falsa. Sob sua máscara esconde-se o atrelamento da arquitetura consumista, que substitui a sociedade industrial moderna.” (p. 21)

“Mas o maior perigo se assenta na redução da história de uma prática revivalista que esvazia a arquitetura de sentido. Tornada mero objeto de consumo, ela não se define nem como serviço à sociedade, nem como expressão artística.” (p. 22)

“- o sentido das formas e o significado do edifício e da cidade frente ao contexto histórico e existencial da humanidade. Esta é a tarefa fundamental do atual crítico da arquitetura: recuperar o papel e significado das obras junto com as concepções e ideologias originárias as quais se ligam. Voltar à história não significa, pois, abrir um reservatório de valores e formas codificadas, nem um outro instrumento de projetação qualquer. Significa ao contrário, contestar o presente- procura-se sempre reencontrar o sentido da arquitetura e os valores produzidos pelo ato de projetar edifícios.” (p. 22)

“Heidegger percebia que a verdadeira crise da arquitetura não era uma crise de alojamentos, mas crise no sentido habitar.” (p. 22 e 23)

“Tal crise manifesta-se antes do século XX e reflete um estágio ulterior das concepções do homem moderno a respeito de si mesmo, de Deus e do mundo. Portanto, ela ultrapassa o campo especifico da arquitetura e remete-nos a questões cientificas e filosóficas no seio das quais o arquiteto desenvolve sua pratica.” (p. 23)

“Tanto na arquitetura quanto na filosofia, o surgimento do homem moderno é um marco que altera a produção artística e teórica.” (p. 23)

“A história da arquitetura divide-se em dois momentos: um primeiro, onde os edifícios mais significativos imitam o Universo (mímesis); e um segundo, onde o que importa é a expressão de uma progressiva subjetividade, cuja autonomia e infinitude caracterizam o homem do século XVII que luta para se comunicar e se revelar ao mundo, através do trabalho executado na matéria pelo arquiteto (metteur en oeuvre).” (p. 23)

Em primeiro lugar, recolhermos edifícios que comportam um elevado grau de monumentalidade frente à história. Contudo convém não confundirmos monumentalidade com grandiosidade, pomposidade ou algo parecido. Entendemos o monumento como aquele edifícios que incorpora um determinado valor, ideologia ou mensagem e a transmite pelos séculos afora.” (p. 24)

“Assim, evitamos um duplo erro: cair em um historicismo no qual a arquitetura é tomada como mero reflexo da época, sem reconhecer o papel ativo por ela desempenhado de afirmar ou contrariar as ditas concepções e evitar um incontável numero de aspectos históricos irrelevantes que fariam desviar a atenção da pontencialidade expressiva do objeto artístico. Não queremos provar que a arte é produto do meio, mas que é co-autora dele, e interage com ele dialeticamente.” (p. 25)

“Primeiramente, devemos empreender uma análise sintática do monumento, estudando a construção lógica interna do seu sistema de símbolos, formas, técnicas e materiais. Embora esse momento não baste para revelar-nos a verdade da obra, ele é imprescindível para se alcançar a atitude adequada ao recolhimento da experiência transmitida pela obra, e para fazermos justiça ao objeto estudado.” (p. 25)

 “A análise pragmática estuda a relação entre o edifício e aqueles que o habitam, procurando encontrar a modificações reações, atitudes e sentimentos despertados no fruidor, com vistas à transmissão de mensagens e valores significativos de um determinado período.” (p. 26)

A análise semântica, em que estudaremos a relação entre aquele sistema de símbolos e a realidade histórica com a qual ele interage, entre o signo e o designado.” (p. 26)

“Na medida em que a analisamos como arte, é justamente esse o seu dever. Em primeiro lugar, pela própria essência do objeto artístico. Enquanto a ciência se baseia em símbolos descritivos, a arte procura símbolos expressivos que nos proporcionam conhecimento, mas também expressam valores.” (p. 26)

“A obra de arte é a concretização de um resultado do encontro de valores objeto intermediário filosóficos, científicos, comunicados religiosos, éticos e estético.” (p. 26)

“Por isso a arte comunica-nos os valores fundamentais do momento histórico por ela concretizado.” (p. 26)

A origem etimológica da palavra arquitetura, entre os gregos, decorre da necessidade de distinguir algumas obras providas de significado existencial maior do que outras, que apresentavam soluções meramente técnicas e pragmáticas. Assim, precedendo ao termo tektonicos  (carpinteiro, fabricante, ação de construir, construção), acrescentou-se o radical arché (origem começo, principio, autoridade).” (p. 27)

”Quando situamos a arquitetura como arte, reconhecemos o suplemento de fenomenalidade ou visibilidade nela produzido. Isso significa que a análise estética considera as formas construtivas tais como estas se dão na sensibilidade do fruidor, que, com elas, estabelece uma relação familiar, imediata, construída no reino da pura visibilidade.” (p. 28)

“Deixa-la voltar ao seu próprio ser de habitação, de estadia dos mortais na terra, de lugar no qual a nossa condição humana. Tratemo-la, com cuidado, portanto.” (p. 31)

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