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Barroco Brasil

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Por:   •  9/10/2013  •  2.660 Palavras (11 Páginas)  •  646 Visualizações

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BARROCO NO BRASIL

O Barroco foi introduzido no Brasil no início do século XVII pelos jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. Nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho - na escultura e Mestre Ataíde - na pintura onde suas obras, consideradas as mais belas do país despontaram com maior encanto a partir de 1766. O barroco brasileiro é associado claramente à religião católica. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco encontram-se os mais belos trabalhos de relevo em madeira - as talhas - e esculturas em pedra sabão. Já nas regiões mais pobres, onde não havia o comércio de açúcar e ouro, a arquitetura das igrejas apresentava aparência mais modesta, assim como as residências, chafarizes, câmaras municipais etc.

No Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, terras do Paraguai e Argentina, chamadas de região missioneira, a arquitetura era diferenciada da arquitetura do Nordeste e das regiões das minas de ouro, pois os jesuítas misturaram elementos da arquitetura românica e barroca da Europa, pois os construtores eram de origem européia.

No Nordeste, somente no século XVIII houve total domínio do requinte do barroco. De Salvador saia grande quantidade de riqueza do país para Portugal e também vinham os artistas portugueses e produtos.

Riquíssima é a Igreja de São Francisco de Assis, com seu interior revestido de talha dourada levando para si o título de a Igreja mais linda do Brasil.

Os mestres maiores da arte sacra foram Aleijadinho e Ataíde, onde suas obras, consideradas as mais belas do país despontaram com maior encanto a partir de 1766.

O período barroco brasileiro tem, então, em seus santos e suas igrejas a mais significativa manifestação de fé e de arte: não só uma fé intimista com que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também, como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte. As maiores expressões do Barroco Mineiro são, sem dúvida, o Aleijadinho e Ataíde. Mas a arte setecentista de Minas Gerais foi criação de uma infinidade de artistas, dos quais muitos permanecem no anonimato.

Pernambuco

A arquitetura religiosa em Pernambuco inicia-se em 1535 com a construção da ermida, depois matriz, dos Santos Cosme e Damião em Igarassu. Ao longo do século XVI, são construídos, como ainda pode ser constatado em igrejas como a já citada dos Santos Cosme e Damião (1535), Nossa Senhora da Graça (Olinda, 1540), São Lourenço de Tejucupapo (1555), Nossa Senhora de Nazaré (Cabo de Santo Agostinho, 1580), etc.. A pesquisa levada a efeito até o momento pôde fazer uma interessante constatação: analisando as pinturas de Frans Post foi possível observar que, até a chegada dos holandeses a Pernambuco (1630), as igrejas permaneciam, pelo menos em seu aspecto exterior, com as mesmas características do século XVI – frontão triangular suportado por um entablamento clássico, este, por sua vez suportado por cunhais de pedra à guisa de colunas dóricas, com uma composição formada por óculo, duas janelas e uma porta, o que leva a crer, a princípio, que o Barroco não foi utilizado em Pernambuco até a época posterior à saída dos holandeses do nosso território (1654). A partir de 1654, com a retomada de Pernambuco pelos luso-brasileiros, iniciam-se as reconstruções e reformas das igrejas destruídas e saqueadas pelos holandeses e a construção de novos templos. Praticamente todas as igrejas construídas antes do período holandês foram remodeladas ao final do século XVII e ao longo do século XVIII, passando a ter uma aparência barroca. A maioria das igrejas construídas ex novo já foram construídas dentro da nova estética, mas há casos como os de Nossa Senhora do Desterro (Convento de Santa Teresa, Olinda), Nossa Senhora do Pilar (Recife) que, mesmo construídas no final do século XVII vão manter a feição quinhentista. É importante salientar que as igrejas levavam décadas para serem construídas, como foram os casos da Basílica de Nossa Senhora do Carmo (1687-1767) e da Concatedral de São Pedro dos Clérigos (1728-1782), incorporando modificações sucessivas de estilo, partindo de um Barroco mais “primitivo” e alcançando resultados mais rebuscados dentro do Barroco-Rococó. O Estilo, introduzido inicialmente em Olinda e no Recife, vai sendo, aos poucos levado para povoações e engenhos da Zona da Mata, não ultrapassando, porém os limites dessa região. Sua limitação temporal pode ser estabelecida como sendo a partir da década de 1680, início das reformas das igrejas olindenses motivadas, principalmente pela elevação da vila à cidade (1676) e terminando em meados da década de 1840 com o término de igrejas como Rosário dos Pretos de Goiana (data do frontispício: 1836) e de outras em engenhos e povoados, que não seguiam o “estilo oficial” – o Neoclassicismo.

A observação dos exemplares existentes levou à definição de duas fases no Barroco produzido em Pernambuco:

- A primeira que vai, aproximadamente, da década de 1680 (início das grandes reformas das igrejas de Olinda): apresenta alguns exemplares com feições quinhentistas, apesar de o trabalho de cantaria já denotar elementos barrocos como é possível observar no nicho da igreja de Nossa Senhora do Desterro (Olinda) e na cantaria das portas da igreja do Divino Espírito Santo. Outros exemplares, como a Madre de Deus (Recife) e Nossa Senhora do Carmo (Goiana), apresentam frontão em volutas mais horizontalizadas, formando um conjunto pesado e sem grande movimento. As torres ora se apresentam com coroamento piramidal (Espírito Santo, São João Batista dos Militares) ou com bulbo “simples” (Madre de Deus, Nossa Senhora das Neves).

- A segunda fase vai, aproximadamente do final da década de 1720 (1728 – início da construção da Concatedral de São Pedro dos Clérigos) até a década de 1840, aproximadamente (1836 – conclusão do frontispício da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Goiana): esta fase apresenta uma maior exuberância de formas nos frontispícios, torres e altares. O frontão é progressivamente substituído por um jogo de volutas cada vez mais altas, gerando frontispícios esguios (Carmo do Recife, Rosário dos Pretos do Recife São Pedro dos Clérigos) ou as formas características da arquitetura franciscana, com frontispícios movimentados. Pode ser chamada de fase barroco-rococó e é onde se encontra um maior número de exemplares e aqueles com maior qualidade de soluções compositivas – os trabalhos em cantaria do Recife (São Pedro dos Clérigos, Carmo, Rosário dos Pretos, Santo Antônio do convento Franciscano e a Matriz de Santo Antônio estão entre os melhores

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