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Mar Morto - Jorge Amado

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Por:   •  6/5/2013  •  5.400 Palavras (22 Páginas)  •  9.076 Visualizações

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MAR MORTO – JORGE AMADO

Ano de Publicação: 1936

Personagens Principais

Guma:É o personagem principal. Gumercindo era o seu nome de batismo. Foi entregue pela mãe, logo que nasceu, ao seu Pai Frederico, que morreu no mar ao tentar salvar o próprio irmão (velho Francisco), que criou o pequeno Guma dentro do seu saveiro. Guma era um mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de ser um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia.

Lívia:É o par romântico de Guma na história, primeira grande paixão; tornou-se e esposa do herói, com quem se casou na igreja de Monte Serrat, onde se casam os pescadores, os canoeiros e os mestres de saveiros. Era magra e a mulher mais linda da beira do cais e dos saveiros.

Iemanjá: Dona das águas, do cais, dos saveiros, dos oceanos. As curvas do seu corpo exaltam a maternidade, ancas redondas como as mães de extensa prole e seios fartos para alimentar seus filhos, mas também é mulher sensual e vaidosa.

Ela se chama Iemanjá, sempre foi chamada assim e esse é seu verdadeiro nome, de dona das águas, de senhora dos oceanos. No entanto os canoeiros amam chamá-la de Dona Janaina, e os pretos, que são seus filhos mais diletos..., a chamam de Inaê, com devoção ou fazem súplicas à Princesa de Aiocá, rainha dessas terras misteriosas que se escondem na linha azul que as separa das outras terras. (...) Ela é sereia, é a mãe-d'água, a dona do mar, Iemanjá, Dona Janaina, Dona Maria, Inaê, Princesa de Aiocá

Os canoeiros a chamam de Janaína, os pretos de Inaê, Princesa de Aiocá e as mulheres que esperam por seus homens a chamam de dona Maria. Iemanjá adora as noites de lua cheia e o canto dos negros e as preces das mulheres do mar. É ela que causa as tempestades e escolhe os homens que levará para as profundezas do mar.

"Da união entre Obatalá, o Céu, e Odudua, a Terra, nasceram Aganju, a Terra Firme, e Iemanjá, as Águas. Desposando seu irmão Aganju, Iemanjá deu a luz a Orugã. Dessa união incestuosa, nascem todos os Orixás, e dos seios fartos de Iemanjá nascem as águas do mundo

Tempo

FLASHBACK - A história de Mar morto começa pelo meio. No primeiro capítulo, intitulado Tempestade, Lívia, já casada com Guma, espera-o, aflita, de mais uma longa viagem pela mar. Na seqüência, Jorge Amado recomeça a história para contar tudo, passo a passo, de forma linear e cronológica.

TEMPO CRONOLÓGICO - Em Mar morto, as ações das personagens acontecem no tempo cronológico (exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias, dos anos). O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) aparece tenuemente.

Espaço

ESPAÇO GEOGRÁFICO: Cidade baixa do Recôncavo baiano. Cais e proximidades como algumas cidades citadas do Recôncavo, Cachoeira, Maragogipe, Itaparica, Santo Amaro, Salvador e pela Ilha de Itaparica. Espaço rústico, de contrastes fundamentais na divisão nítida de classes. Litoral de Salvador.

Foco Narrativo

TERCEIRA PESSOA - O romance Mar morto é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente). O narrador (o próprio autor) relata as ações de todos os personagens, penetrando em seu interior, revelando ao leitor as suas particularidades, dando, às vezes, uma visão pessoal do que acontece. Em muitos episódios, narrador e personagem fundem-se, dando a impressão de um ser único.

Estilo

LINGUAGEM

Linguagem Coloquial - O autor também incorpora dados da fala oral do texto, se distanciando da língua padrão.

Enredo

A história se passa no Cais da Bahia, onde viviam os marinheiros, e um dos mais antigos era Seu Francisco que criava o sobrinho Guma, ensinando-lhe as leis do mar. Guma, com o tempo, tomou conta do saveiro chamado Valente. A fama de Guma no cais ocorreu em uma noite de tempestade, onde Guma, com o seu Valente, salvou um navio (Canavieiras) que iria naufragar. Depois disso, Guma conheceu Lívia, uma das moças mais bonitas do cais, casou-se com ela e foram morar com Seu Francisco, onde ao lado deles foram morar Rufino (um grande amigo de Guma) e Esmeralda.

Viviam muito bem, até que Guma envolveu-se com Esmeralda que o perseguia, Rufino descobriu, matou Esmeralda e depois matou-se de desgosto. Logo depois, Lívia descobriu que estava grávida. Guma, com remorso de ter traído Rufino e Lívia, pegou o Valente e foi para o mar e bateu nas pedras. Não morreu, mas o Valente ficou totalmente destruído. Lívia teve o filho que se chamava Frederico e Guma estava feliz com o filho, mas ao mesmo tempo arruinado por ter perdido seu saveiro. Sem escolha, começou a contrabandear seda (já tinha comprado outro saveiro) para os árabes. Numa dessas viagens, o filho de um dos árabes tinha ido junto para Porto de Santo Antônio, mas caiu no mar. Guma pulou no mar e conseguiu salvá-lo, mas morreu com seu ato de coragem. Lívia ficou com Frederico e o Seu Francisco, e tomaram conta do saveiro (de nome Paquete Voador) apenas com a lembrança de Guma que ficará na memória do cais, principalmente porque após sua morte as águas do mar se tornaram calmas e mortas, mas também por ele ter sido um homem de coragem e bom coração.

Características da obra

Nenhum outro livro sintetizou tão bem quanto Mar morto o mundo pulsante do cais de Salvador, com a rica mitologia em torno de Iemanjá, a rainha do mar. Personagens como o jovem mestre de saveiro Guma parecem prisioneiros de um destino traçado há muitas gerações: o dos homens que saem para o mar e que um dia serão levados por Iemanjá, deixando mulher e filhos a esperar, resignados.

Mas nesse mundo aparentemente parado no tempo há forças transformadoras em gestação. O médico Rodrigo e a professora Dulce, não por acaso dois forasteiros, procuram despertar a consciência da gente do cais contra o marasmo e a opressão.

Esse contraste entre o tempo do mito e o da história move Mar morto, envolvendo-nos desde a primeira página na escrita calorosa de Jorge Amado.

As histórias de Jorge Amado revelam a figura feminina, de personalidade forte. Prostituta ou recatada, ela tem presença marcante em suas narrativas

O casamento de Lívia e Guma era presenciado de músicas tristes, que mostravam a realidade

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