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A Construção Social Da Realidade - Resumo

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Por:   •  3/11/2012  •  953 Palavras (4 Páginas)  •  2.847 Visualizações

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o seu Tratado de Sociologia do Conhecimento intitulado “A Construção Social da Realidade” (op.cit,pp.124/132), Peter Berger e Thomas Luckmann desenvolvem uma análise dos “processos de legitimação pelos universos simbólicos” que toma por base a intersubjetividade e a biografia individual. Abordam o problema da transmissão a uma nova geração das “objetivações da ordem institucional”, assim tornada histórica. Quer dizer, a legitimação é uma questão de tradição teórica, incluindo as explicações e justificações.

O esquema analítico desses autores afirma a precedência do conhecimento sobre os valores, e se aplica a partir da distinção de quatro níveis. Inicialmente, a legitimação “incipiente” acha-se presente “logo que um sistema de objetivações lingüísticas da experiência humana é transmitido”. É o primeiro nível, que inclui “todas as afirmações tradicionais simples do tipo ‘é assim que se faz as coisas”. É o nível pré-teórico e constitui o fundamento do conhecimento evidente “sobre o qual devem repousar todas as ‘teorias subseqüentes’ e, inversamente, nível ao qual estas devem atingir para serem incorporadas à tradição”.

O segundo nível contém proposições teóricas em forma rudimentar, incluindo esquemas explicativos que relacionam “conjuntos de significações objetivas” e que “são altamente pragmáticos”, como “os provérbios, as máximas morais e os adágios da sabedoria” - ademais das lendas e histórias populares.

O terceiro nível já compreende “teorias explícitas”: um “corpo diferenciado de conhecimentos” oferecendo um “quadro de referência” amplo para a “conduta institucionalizada”. Já se nota a função de “pessoal especializado” para a transmissão desse conhecimento, pelo que o processo de legitimação começa a atingir “um grau de autonomia em relação às instituições legitimadas”, podendo gerar “seus próprios procedimentos institucionais”.

É somente no quarto nível que se impõem os universos simbólicos como tais, isto é, como “corpos de tradição teórica que (a)-integram diferentes áreas de significação”, (b)-abrangem a ordem institucional em “processo de significação”, (c)-se referem a realidades diferentes das pertencentes à experiência da vida cotidiana”, (d)-realizam o grau mais alto de integração “de particulares áreas de significado” e de “processos separados de conduta institucionalizada”. Quer dizer, “todos os setores da ordem institucional acham-se integrados num quadro de referência global”. Desse modo, a “integração reflexiva de processos institucionais distintos alcança sua plena realização”; “todas as teorias legitimadoras menores são consideradas como perspectivas especiais”; “os papéis institucionais tornam-se modos de participação”.

Para Berger e Luckmann os universos simbólicos são passíveis de cristalização segundo processos de “objetivação, sedimentação e acumulação do conhecimento”. Esses processos de cristalização levam a um mundo de produtos teóricos que, porém, não perde suas raízes no mundo humano de tal sorte que os universos simbólicos se definem como “produtos sociais que têm uma história”.

Desse modo, se quisermos entender o significado desses produtos temos de entender a história da sua produção, em termos de objetivação, sedimentação e acumulação do conhecimento. A “função nômica”(função de fazer observar as rubricas e normas dos procedimentos regidos por símbolos, como procedimentos de tipo litúrgicos) do universo simbólico é que “põe cada coisa em seu lugar certo”, permitindo ao indivíduo “retornar à realidade da vida cotidiana”.

A análise dos processos de legitimação por Berger e Luckmann tem em conta que, nas objetivações em que as teorias são observadas, surge a questão de saber “até que ponto uma ordem institucional, ou alguma parte dela é apreendida como uma faticidade não humana”, e que essa “é a questão da reificação

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