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A Face oculta do racismo no Brasil: Uma análise psicossociológica

Por:   •  4/4/2018  •  Resenha  •  1.011 Palavras (5 Páginas)  •  264 Visualizações

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Centro Universitário Internacional - Uninter

Curso: Bacharelado em Serviço Social

Disciplinas: Psicologia do Desenvolvimento Humano/ Linguagem e Compreensão de Texto

Professor (a) /tutor (a) local: Andrea Coelho Oliveira

Nome do Aluno(a), Mônica Valéria Quadros de Almeida - RU: 2044317

Identificação Bibliográfica: PEREIRA, Cícero; TORRES, Ana Raquel Rosas; ALMEIDA, Saulo Teles. In: Psicologia Reflexão e Crítica, 2003. Um estudo do preconceito na perspectiva das representações sociais: análise da influência de um discurso justificador da discriminação no preconceito racial.

RESENHA

Este artigo apresenta uma investigação, quantitativa dentro do âmbito do entendimento das representações sociais de como um discurso justificador contribui para a expressividade do preconceito racial, apresentando um estudo experimental com uma amostra de 120 estudantes do curso de psicologia de uma universidade de Goiânia.

No inicio do texto os autores relatam o empenho ao longo do tempo com o intuito de eliminar as atitudes discriminatórias ainda presentes em relação a grupos minoritários, no entanto, afirmam que o racismo expressa-se através das estratégias que grupos dominantes encontraram para driblar as normas antai-raciais de forma encoberta postergam esta ação, através de discursos ideológicos, este, justificador da discriminação que nega o preconceito pessoal racial e responsabiliza a sociedade pela existência desse preconceito (Camino & cols, 2001).

Para os autores pode-se perceber a variabilidade das representações sociais, segundo Doise (1986), são princípios que organizam as variações sistemáticas dos posicionamentos individuais nos diversos elementos que formam o campo representacional. Os autores utilizaram o Modelo de Análise Quantitativa das Representações Sociais, que auxilia no estudo das representações sociais, assim, e definem o preconceito como uma forma organizacional de relação intergrupal, organizada em torno das relações de poder entre os grupos, justificando a expressão de atitudes negativas e depreciativas e comportamentos hostis e discriminatórios em relação a membros de grupos inferiores.

No experimento foram distribuídos 120 alunos do curso de psicologia de universidade Goiânia aleatoriamente em dois grupos: um experimental e um de controle, sendo que somente o primeiro grupo teria acesso ao discurso justificador. Através dos princípios da Percepção de justiça e Avaliação profissional, deveriam analisar a seguinte situação: Uma gerente precisa contratar uma funcionária para ser vendedora em uma loja, após análise de currículo a gerente seleciona duas moças com características profissionais idênticas, e chamando ambas para uma entrevista verifica que uma delas tem pele branca e outra é de cor negra. Por fim, obteve como resultado que os alunos não têm preferência pessoal quanto a cor de pele da atendente, porém afirmaram que a sociedade prefere ser atendida por pessoa de cor branca.  Os estudantes da condição experimental expressaram um preconceito médio superior aos estudantes do grupo de controle, e perceberam que a decisão da gerente foi menos injusta do que os estudantes do grupo de controle. Contatou-se também que na condição experimental avaliam a atuação da gerente da loja mais positiva do que os da condição de controle. E por fim os do grupo experimental disseram que tomariam a mesma decisão da gerente em contratar a moça branca, enquanto os do grupo de controle posicionaram-se de forma medianeira.

Esse artigo vem trazer as claras, a prática do racismo social ainda bastante latente na sociedade atual, de uma forma mascarada, segundo pesquisa do Ibope em 2017, apenas 02 em cada 10 brasileiros admitem ser preconceituosos, porém, a maioria dos entrevistados assumiu que já usaram frases racistas como “ "não sou preconceituoso, tenho até um amigo negro", contraditoriamente as pessoas são preconceituosas, mas não querem assumir que são, talvez por “herança histórica” de um período de escravidão é notório que a sociedade para acreditar em uma superioridade de cor, racismo pode ser considerado como a crença de que existe uma hierarquia entre os grupos humanos a partir de determinadas características físicas, sociais e culturais (MUNANGA, 2006, p.179).

Esta nova prática encoberta apresentada no estudo deste artigo nos leva a reflexão de outro tema relevante: A realidade do negro no mercado de trabalho, segundos dados do IBGE a “taxa de desocupação das pessoas que se declararam de cor preta (14,4%) ou parda (14,1%) foi maior do que das pessoas que se autodeclararam brancas (9,5%).” (http://folhape.com.br/economia), a mesma pesquisa afirma que pessoas de pele negra ou parda, ainda recebe salário inferior as de pele branca. Mesmo ultrapassando o período da escravidão, o reflexo desse tempo ainda é presente, em particular sobre a mulher negra, é visível que se tem uma preferencia pela mulher branca, a recorrência abusiva, a inflação de mulheres loiras, ou da “loirização”, na televisão brasileira, é um exemplo dessa disparidade. (CARNEIRO, 2003:119 ).  Percebe-se que, elas não têm oportunidades pela meritocracia profissional, mas são sujeitas por um “sistema de cor”, “há empresa que não quer associar imagem a negro”, diz a engenheira Gisélia Curry (GAZETA ONLINE). Independente da forma do preconceito racial, este é inaceitável e além disso, um crime inafiançável e imprescritível (Lei do Crime Racial - Lei 7716/89 | Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989), é contra a dignidade humana e   deve ser combatido, portanto não devemos nos calar diante de uma situação em que as pessoas negras, especificamente as mulheres sejam discriminadas pela sua cor.

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