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A Pobreza Na Paraiba

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Por:   •  24/10/2013  •  1.789 Palavras (8 Páginas)  •  280 Visualizações

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O mundo esta mudando, todo dia vemos e vivemos mudanças perceptíveis a olho nu, são avanços tecnológicos e nas ciências, novas culturas, aumento na economia, modificações no meio ambiente e no modo de vida dos seres humanos. São mudanças consideradas boas e evolutivas para o homem, porem sabe-se que toda moeda tem duas faces e com a sociedade capitalista não poderia ser diferente.

A sociedade capitalista trouxe desenvolvimento e riqueza para uma parte da população, uma pequena parcela eu diria, entretanto trouxe consigo também o desenvolvimento e agravamento das questões sociais presentes na sociedade, como evidencia WLODARSKI & CUNHA (2005).

O processo civilizatório decorre em profundas mudanças, que levaram a sociedade ao desenrolar de um processo de modernização, a partir do qual tivemos uma exacerbação do individualismo, na busca pelo bem estar e pela ampliação do desenvolvimento rumo a novas conquistas, onde os conceitos que tinham como objetivo principal nortear ações que garantissem a melhoria na qualidade de vida acabou transformando-se em ações que provocaram o aumento dos índices de desigualdade social, onde muitos não têm acesso aos bens mais essenciais à vida. A pobreza, entendida como principal consequência da desigualdade social é uma problemática histórica que acompanha as formas de relações sociais.

Através do curta-metragem BMW Vermelho (2000), de Edu Ramos e Reinaldo Pinheiro, fiz uma reflexão critica sobre a pobreza presente no mundo, mais precisamente no estado da Paraíba, como também seu enfrentamento por meio de ações sociais realizadas através de setores publico e privados.

2 BMW VERMELHO

O curta-metragem BMW Vermelho (2000), de Edu Ramos e Reinaldo Pinheiro, retrata uma família pobre que mora numa região periférica que ganha um presente inusitado: um BMW vermelho.

A família porem não fica feliz com o presente, pois este apesar de ser de grande valor não pode ser vendido nem repassado no prazo de dois anos. Para piorar ainda mais a situação nenhum componente da família sabe dirigir e não tem condições financeiras para manter o veiculo. A vida da família que já era difícil fica ainda mais complicada com o verdadeiro presente de grego.

A chegada do carro logo causa frisson na comunidade formando-se filas entre as pessoas para desfrutar de pelo menos alguns minutinhos dentro do carro. Algum tempo depois após uma chuva inundar seu barraco, toda família vai dormir no carro, descobrindo então uma serventia para o mesmo, a partir deste momento Odilon vende seu barraco e vai com sua esposa e mais três filhos morar dentro do veiculo, ainda que ele não saia do lugar. Ao final o veiculo já todo enferrujado é vendido para um ferro velho e Odilon com sua família fica sem saber aonde vão morar, mas mesmo assim pede ao dono do ferro velho para lhe realizar um sonho, poder finalmente passear na BMW Vermelha.

Através desse filme vemos o sofrimento das famílias de classe baixa, que muitas vezes por não ter condições financeiras não podem adquirir um bem material mais valioso, muito menos usufruir de qualquer conforto que não esteja dentro de sua realidade paupérrima. Morando num lugar que não tem infraestrutura, saneamento básico, rede de esgotos, educação e saúde de qualidade, a população que mora nas favelas é considerada uma sociedade a parte, que não se mistura com a população das classes dominantes, aumentando ainda mais as desigualdades sociais e a pobreza no país e no mundo.

Apesar de ser cômico o curta também é trágico, pois a família ao final acaba sem ter onde morar, como acontece com uma boa parte da população que desempregada e cheia de dividas acaba vendendo o que tem e indo morar nas ruas, debaixo das pontes, onde sofrendo todo tipo de violência e discriminação, acaba a margem da lei, usando drogas e praticando vários crimes, que muitas vezes se resumem em questão de sobrevivência.

3 A POBREZA NA PARAIBA

A pobreza é um fenômeno multifacetado que está presente em todo o mundo, cerca de 986 milhões de pessoas ainda vive com menos de US$ 1 ao dia, critério este que classifica a extrema pobreza. No Brasil, diante de sua formação capitalista periférica, profundamente marcada pela desigualdade social, os temas que envolvem a concepção de pobreza são verificados por expressões tradicionais e emergentes.

As tradicionais são próprias das sociedades atrasadas, como a presença de baixos indicadores sociais (fome, analfabetismo, mortalidade infantil), de fenômenos naturais e/ou territoriais crônicos de pobreza (seca, enchente, favelas, latifúndio, etc.) e de práticas socioculturais e políticas conservadoras (favoritismo, clientelismo, assistencialismo, etc.). As expressões emergentes - que também se manifestam nas sociedades de capitalismo avançado – surgem com novas formações sociais como a “nova pobreza”, fruto das recentes transformações societárias, sobretudo, das atuais alterações ocorridas no mundo do trabalho. (ALMEIDA, XAVIER & ASSUNÇÃO, 2007).

No Nordeste, a pobreza configura-se como um fenômeno complexo e múltiplo por exibir características de atraso sendo a maioria da sociedade agrária, com distintas formas de exploração, onde os trabalhadores vivem em constante migração, pauperizados e por vezes marginalizados e discriminados, já que o Nordeste detém os indicadores sociais mais baixos do país. Dentro desta realidade esta a Paraíba, estado que tem um grande índice de pobreza e desigualdade social, agravados pela seca, desemprego, infraestrutura, analfabetismo, violência, subdesenvolvimento, mortalidade infantil, desnutrição, entre outras mediações sociais, políticas, culturais e simbólicas.

A Paraíba possui o terceiro maior índice de pobreza do País com 50,74% da população vivendo com metade do salário mínimo por pessoa, ficando atrás apenas de Alagoas (57,35%) e Maranhão (54,27%). Quando se considera o índice de pobreza extrema, a Paraíba fica na sexta posição com 9,54% dos seus habitantes sobrevivendo com menos de 12,5% do salário mínimo por mês, ficando atrás de Alagoas (14,83%), Maranhão (13,87%), Pernambuco (10,97%), Ceará (10,61%) e Piauí (9,57%). (PB AGORA, 2011).

Como no curta-metragem BMW Vermelho, as famílias paraibanas, numa porcentagem alta de baixa renda vive em condições degradantes de extrema pobreza. Muitas dessas famílias vivem com uma renda mensal de menos de R$ 70 por pessoa, o que significa indivíduos que não vivem, mas sobrevivem com pouca dignidade e respeito, sem poder desfrutar dos direitos essenciais de cidadãos, garantidos a todos

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