TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Antoine Garapon

Exames: Antoine Garapon. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/11/2013  •  434 Palavras (2 Páginas)  •  372 Visualizações

Página 1 de 2

Ao escrever sobre o espaço judiciário, Antoine Garapon envolve os leitores em uma análise do ritual judiciário e para isso ele se utiliza de diversos elementos, falando sobre a história do simbolismo que envolve o fenômeno jurídico, importante constituinte e indicador do ritual, e talvez sua característica mais observável. O simbólico permite observar a subjetividade humana e a importância do símbolo para possibilitar, de certa forma, uma manutenção de poder. O símbolo é assim fundamental para reconstituir a cadeia de associações que nutrem e mantém o poder, atuando pela sua força histórica e de memorização. O autor mostra também as principais vertentes das quais são retiradas a simbologia do judiciário, destacando a natureza (cosmológica), o cristianismo e o laicismo.

Detém-se também a análise do teatro e da encenação, mostrando a relação de interdependência com o direito: sem o teatro a justiça não se concretiza e sem o fenômeno jurídico não existe teatralização, que é por si, ritual. Essa relação de interdependência ocorre graças à força de poder do ritual e do símbolo.

“A separação do resto do mundo” funda o templo, já diz a origem do termo que sugere a ideia de corte, separação e superioridade. Considerando a influência simbólica do cristianismo, a montanha sagrada bíblica (e presente também em outras religiões) dá origem à ideia de templo como um altar, além do gabinete dos juízes como um ponto superior central e culminante representando o ponto mais próximo da divindade e também a centralidade física do templo nas cidades, usando como exemplo o palácio de justiça de Paris.

Na análise histórica da recente apropriação de um capital simbólico próprio, funda-se o templo como ele é hoje, quando vai perdendo a influência do poder religioso, deixando os palácios de serem figurativos, tornando-se mais abstratos, fundando a imparcialidade na sua impessoalidade. Produzindo, assim, o templo de justiça, o que ele chama de três experiências fundamentais: o espaço separado, o lugar sagrado e o percurso de iniciação.

O que ocorre em verdade é um sistema de correspondências simbólicas tanto referentes à arquitetura e posicionamento do templo, à ordem dos atores do processo, indicando quando cada um vai entrar em cena e seus posicionamentos dentro do espaço do tribunal, bem como a iniciação da “encenação” e por fim toda a associação emocional trazida por esse contexto de influencia dos símbolos. A diferença se faz no contexto histórico em que esse conjunto de fatores é analisado: em um tempo onde a referência da religião era incontestável e sua influência era maior, tal relação de correspondência atingia as emoções dos envolvidos de maneira bastante diferente da que ocorre em nossos tribunais atuais.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (2.8 Kb)  
Continuar por mais 1 página »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com