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Antropologo

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Por:   •  10/12/2012  •  491 Palavras (2 Páginas)  •  449 Visualizações

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macro, ou seja, estas obrigações pertencem em grande maioria às coletividades, famílias, tribos etc., devemos evidenciar também o material de troca, que aparenta ser puramente material e físico, na verdade, a dádiva trabalha bem mais no abstrato do que puramente no concreto, permeado pelo mana, o ato de dar denotaria não o perder, mas o ganhar privilégios, status (no caso de líderes). Independente de seu valor ou origem, as dádivas, segundo Mauss, permanecem e agem inicialmente ao interesse próprio do doador - não estabelecer ai uma relação estritamente egoísta – e em seguida ao outro, cria-se a partir daí uma moralidade entre o de receber e de retribuir.

Lançado três anos antes de O Ensaio, Os Argonautas veio como inaugurador de uma nova atividade de trabalho de campo; a etnografia, que consiste no recolhimento de dados de um determinado grupo social pelo contato entre o pesquisador e o pesquisado, no caso, as Ilhas Trobriand, na Nova Guiné. Sua relação para com a obra de Mauss aloca-se justamente na questão da reciprocidade, valor de troca etc.

Malinowski discorre durante parte do livro sobre o conceito do Kula, sendo este, superficialmente falando, um mecanismo de câmbio de bens entre tribo. Segundo o próprio autor, o Kula seria uma “instituição enorme e extraordinariamente complexa”, sua atividade consiste na interdependência mútua de uma tribo a outra, onde em casos de necessidade de um grupo o outro deve estar disposto a ajudá-lo e vice-versa.

O Kula, também estudado por Mauss, não é realizado de modo indisciplinado, sua atividade contém regras ancestrais estabelecidas e ritos de magia obrigatórios. Sendo a finalidade deste, gerar “prestígio’’ e “fama” a uma pessoa, devido exclusivamente a troca de dois conjuntos de objetos (nomeados por soulava e mwaya), dotados de determinado valor. É preciso dar, receber e retribuir, mas apenas com certo tipo de indivíduos que estabelece com alguém certo tipo de relação, as transações do Kula só podem ser realizadas por grupos parceiros, determinados por relações ancestrais, os objetos a serem trocados devem obedecer a uma equivalência de valor (lembrando que estes valores não são absolutos).

Esses objetos têm a obrigatoriedade de circularem constantemente, para que criem mais valor. Nesse caso, as trocas aparentam ter mais ou menos uma personalidade comercial, Malinowski, no entanto, parece não abandonar a ideia de reciprocidade, tendo esta uma espécie de “lugar fora da esfera econômica”, sendo necessário como suplemento do trabalho para grupos sem tecnologia avançada, mesmo percebendo que nessas sociedades nada é totalmente gratuito. Uma das semelhanças entre Malinowski e Mauss está justamente na ideia de que os meios de inclusão social são resultados (em parte) das práticas de reciprocidade e são exatamente essas trocas (sejam materiais ou simbólicas) que mantém a sociabilidade dos indivíduos.

3) Disserte acerca do trabalho de campo, a partir de toda bibliografia

trabalhada ao longo da disciplina ( Equivale a 6 pontos).

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