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A Máquina E A Revolta: As Oganizações Populares E O Significado Da Pobreza O Antropólogo E Os Pobres: Introdução Metodológica E Afetiva Alba Zaluar

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Por:   •  16/4/2014  •  1.196 Palavras (5 Páginas)  •  3.305 Visualizações

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A pesquisadora Alba Zaluar escreveu livro sobre a pobreza e seus conceitos, titulado A Máquina e a Revolta, tendo como campo de pesquisa o conjunto habitacional Cidade de Deus. Sob o interesse na Antropologia e sociologia, fazendo um estudo sobre a vida dos moradores, a religião, arte, carnaval, violência, entre outros interesses, com o objetivo de analisar o modo de vida das classes populares urbanos do conjunto habitacional Cidade de Deus.

Ela queria entender como esses moradores que eram considerados como criminosos, traficantes e assassinos, viviam no lugar cujo nome estava estampado em muitos jornais do país, transmitindo medo e insegurança para os brasileiros, incomodando a vista e os negócios, e assim manchando a imagem da bela cidade carioca. Mostrava-se cansada e indignada com a visão pessimista e preconceituosa dos brasileiros com estes moradores.

Alba sentia muito medo e tensão, pois era estranha e mulher de classe superior, além de não conhecer ninguém ali que pudesse prestar-lhes informações do qual necessitava, duvidava que pudesse permanecer lá ou de relacionar-se com as pessoas, deparando-se com um lugar que se confunde com um bairro qualquer de subúrbio com intensa vida social.

Para ela os sinais de miséria social e moral eram visivelmente reconhecidos, pela estrutura e composição material do conjunto. Sua atração e repulsa era a possibilidade de romper uma barreira que separa a classe trabalhadora pobre das outras classes sociais que gozam de privilégios, tais como “educação”. Ela percebe com isso a invisível e poderosa hierarquia que separa as classes na sociedade.

Ela planejava seguir como passos de pesquisa primeiramente o reconhecimento do local, seguindo pela socialização e entrevista, após os dois primeiros serem feitos, foi então que as várias entrevistas se realizavam. Ao visitá-los em seu domínio aprendeu a cultivar a participação afetuosa e emocionada de seus dramas diários, vendo assim que só queriam a democracia.

Seu trabalho de campo foi dividido em duas fases, ao longo de 1980, 1981, depois em 1982. Na primeira fase seu intuito principal era recolher as representações dos moradores acerca da pobreza, vinculadas ao consumo nas unidades domésticas, ela não tinha contato contínuo com as pessoas entrevistadas, com exceção dos três rapazes que eram informantes, abriam-lhe caminho e garantiam que não seria molestada naquele ambiente, com o tempo passando adquiriu confiança de caminhar só.

Enquanto falava sobre sua pesquisa, as pessoas achavam que fosse uma funcionária do governo, muitas vezes Alba teve de ser bem clara ao dizer que não lhes traria nada, e que nem o governo lhes mandaria coisa alguma depois. E com isso, algumas vezes era dispensada por candidatos à entrevista, negando dar alguma informação que seja.

Na segunda fase de sua pesquisa, ela iniciou contato com as associações de moradores e as organizações voltadas para o lazer. Após permanecer junto às associações, conversando, participando de reuniões e entrevistando alguns membros da diretoria, resolvendo então dedicar-se as agremiações carnavalescas e aos times de futebol, isso por causa da negação de dados sobre a história da associação que considerava indispensável.

Ao chegar a uma das partes mais interna do conjunto, onde se encontravam uma das mais importantes quadrilhas de traficantes, os moradores admiravam-na assim que falou ser professora universitária, ela percebeu que eles sentiam um enorme respeito por quem estudava e conhecia livros. E Alba sabia a importância de nunca prometer nada a essa população cansada de tantas promessas. Na verdade, ela não tinha nenhum interesse de ser considera alguém importante e de se manter como mediadora entre esse povo e o resto da sociedade.

A atividade de pesquisa para Alba não era mera técnica de obtenção de dados, e assim viviam uma relação social, em que ambas as partes aprendeu a se conhecer. A própria atividade de pesquisa a livrou de ser mero objeto decorativo. Após passar a fase inicial das abordagens experimentais e dos jogos de conhecimento, ela pode usufruir do livre convívio. E não olhava com superioridade para eles, pois conseguiu convencê-los da seriedade dos seus propósitos.

Nunca foi considerada igual, e assim foi aceita por todos, a generosidade e confiança fizeram sua entrada, com isso passou a trocar idéias, objetos, pequenas delicadezas com eles sem se preocupar com retorno, parecendo relação de longa duração. Nas reuniões da diretoria do bloco, ela gravava as entrevistas que concediam como um gesto gracioso,

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