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As Influencias do Positivismo no Brasil

Por:   •  14/10/2020  •  Tese  •  1.686 Palavras (7 Páginas)  •  137 Visualizações

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HISTÓRIA DO POSITIVISMO

Com a transição da industrialização (século XIX), surge na França o positivismo que traz consigo uma ideia de nova organização da sociedade com intuito de estabelecer controle, ordem e racionalidade. A sua origem é atribuída ao filosofo Auguste Comte, que devido ao contexto histórico social em que estava inserido de pós Revolução Francesa e Industrial, sente a necessidade de reorganizar a sociedade e o homem.

Baseado nos pensamentos de Condorcet de que para uma ordem social é preciso primeiro reformular o intelecto humano, ele então desenvolve o fundamento da filosofia positiva, no qual consiste uma reflexão sobre a ciência como forma de explicação racional da natureza, segundo Giannotti:

A obra de Condorcet traça um quadro do desenvolvimento da humanidade, no qual os descobrimentos e invenções da ciência e da tecnologia desempenham papel preponderante, fazendo o homem caminhar para uma era em que a organização social e política seria produto das luzes da razão. Essa ideia tornar-se-ia um dos pontos fundamentais da filosofia de Comte (GIANNOTTI, J. A. p. 10).

Com base na reflexão acima, Comte hierarquiza as ciências buscando explicações praticas de modo a planejar e desenvolver a sociedade e o homem por meio de referenciais das ciências exatas e biológicas. Desenvolve também a sociologia que busca a reformulação das instituições através da pratica.

Comte então sistematiza o progresso da filosofia positiva em três estados, sendo eles teológico, metafísico e o positivismo com os quais o homem deixaria de explicar os fenômenos por meio da religião e passaria a explicar por meio da ciência os fenômenos sociais, denominando em último momento a fase positiva visando sua praticidade.

HISTÓRIA DO POSITIVISMO NO BRASIL

Em meados do século XIX, o Brasil estava atravessando um momento conturbado em sua história. O país havia acabado de sair de uma guerra contra o Paraguai resultando no seu endividamento, havia também uma parcela da população que estava em crise com a monarquia e buscava seu fim, propagando diversos movimentos pré-republicanos e antiescravagistas. Cenário propícios para a instalação de uma nova ordem social, o positivismo.

Benjamim Constant, Michel Lemos, Raimundo Teixeira Mendes e Julio de Castilho, são alguns dos responsáveis pela implantação do positivismo no solo brasileiro diante do cenário social, político e econômico no país, cada um em um momento de desenvolvimento.

Membros da Escola Politécnica, Michel Lemos e Teixeira Mendes inseriram se no positivismo quando estudavam ciências exatas, sendo figuras importantes na fundação da primeira sociedade positivista do Brasil em 1876 e após uma viajem a Paris em 1877 fundam também a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro, adepto da religião da humanidade, Michel Lemos funda também a primeira Igreja Positivista do Brasil, mas não obtém êxito já que culturalmente o catolicismo era a religião predominante brasileira.

Importante professor da academia militar e integrante da primeira sociedade positivista do Brasil, Benjamim Constant disseminou o positivismo entre seus alunos, além de estar a frente do movimento militar que resultou no fim da monarquia, exercendo papel importante durante o período da proclamação da República.

Os membros da ortodoxia positivista foram responsáveis por uma forte militância a favor da instalação de um regime ditatorial que eles consideravam o ideal: a “Ditadura Republicana”. A divisa “Ordem e Progresso” presente na Bandeira Nacional é fruto do positivismo comtiano e foi idealizada a partir do lema Amor por princípio a Ordem por base; e o Progresso por fim. A bandeira inclusive foi toda idealizada por Raimundo Teixeira Mendes, e desenhada por Décio Villares que foi um pintor, escultor e desenhista carioca que tornou-se positivista em sua viagem à França (MELLO, R.R.P.B, 2010).

No âmbito político, a figura importante foi Júlio de Castilhos, na qual tornasse influente por instaurar o positivismo no estado do Rio Grande do Sul colocando os pensamentos de Comte em prática com a ditadura republicana.

Com todas essas características, juntos influenciaram em uma das transições mais importantes da história brasileira, a proclamação da República em 1889 e a elaboração da Constituição de 1891. O resultado dessa influência positivista ocasionou a criação da bandeira do Brasil que carrega em si o lema de Comte “ordem e progresso”.

INFLUÊNCIAS DO POSITIVISMO NO BRASIL

Na atualidade o pensamento de “ordem e progresso” ainda se perpetua como forma de controle social, por exemplo, a própria estrutura escolar na qual o método cientifico de Comte aplica a hierarquização não apenas dentro das salas de aula, uma vez que o corpo docente não tem autonomia sobre o conteúdo a se aplicar na escola, incorporando essa função a uma certa pessoa habilitada, a repreensão do pensamento autônomo do aluno, a maneira em que é imposto o comportamento a ser seguido dentro da sala de aula onde o aluno deve sentar em fileiras e quase sempre lhe é exigido silêncio, rebuscando assim o militarismo.

Um pensamento Comtista reincorporado nos anos 70 que é propagado até hoje é submissão de um campo de conhecimento em detrimento de outro, superiorizando as ciências exatas sobre as ciências humanas, já que elas visam o desenvolvimento de um pensamento crítico. Esse desenvolvimento crítico na forma de pensar acarreta na contestação, o que é inaceitável na lógica positivista, pois se o aluno é educado para entender o sistema que é imposto sobre ele, isso geraria uma certa revolta e foi justamente para controlar a revolta que a ideologia do positivismo foi criada.

A supremacia das ciências exatas prioriza o que é objetivo e prático em função do desenvolvimento tecnológico e industrial. Desenvolvimento esse que divide o homem em o homem que nasce para o pensar (acadêmico) e o homem para o trabalho (lembrando qualquer tipo de trabalho, desde o homem que dá ordens quanto aquele que está na linha de produção), esse papel social de cada homem é ligado ao determinismo remetendo a ideia de sociedade como sistema natural.

Porém há uma contestação a esse pensamento determinista de papeis sociais do homem, a problemática está, por exemplo, na precarização do ensino básico público, que prepara o homem para a indústria servindo de mão-de-obra barata, enquanto o ensino o ensino básico privado incentiva o homem para a vida acadêmica.

O sistema educacional de Augusto Comte atuou tanto mais entre nós quanto, além de preparar moral e intelectualmente a massa proletária,

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