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CONCEITO DE HUMANO COMO UM ANIMAL SOCIAL, NO ARISTOVELS

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Por:   •  8/4/2014  •  Seminário  •  1.266 Palavras (6 Páginas)  •  300 Visualizações

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A CONCEPÇÃO DO HOMEM COMO ANIMAL SOCIAL, EM ARISTÓTELES

José Márcio Maia Alves

Na visão de Aristóteles, o cidadão não existe isoladamente e é sempre parte de um todo do qual pertence inteiramente. Somente como integrante da pólis há como se conceber o cidadão. O homem está destinado à pólis e a ela é imanente.

Incursionando pelo pensamento aristotélico, a pólis seria o estágio final dos níveis de organização do homem. A família seria o primeiro núcleo de organização, cujos líderes naturais – como em todo agrupamento humano em que o intelecto opera – estariam destinados a “prever” a forma e melhor forma de subsistência dos seus integrantes, podendo distribuir tarefas a outros, tudo para executar os meios necessários à manutenção da existência do grupo, tendo-se este como um todo de sustentabilidade indispensável para a existência das partes enquanto integrantes da família.

A partir da família, o homem desenvolve níveis mais complexos de organização em grupo em que a liderança dos senhores será alcançada primordialmente pelo exercício da inteligência e pela origem familiar. Em Aristóteles, há uma probabilidade quase que invencível de se amealharem senhores advindos de famílias que tradicionalmente exercem a liderança. Exemplos desses níveis de organização são os povoados ou pequenos conglomerados humanos que vivem em comunidade e se unem em busca de benefícios e auto-suficiência para o próprio grupo.

A cidade já seria o estágio final de organização, entendendo-se esse termo “cidade”, na concepção de Aristóteles, não tão-somente na extensão compreendida na pós-modernidade, a saber, coincidente com a menor unidade da federação e em que os seus integrantes mais guardam identidade de propostos entre si. Aqui, em Aristóteles, “cidade”, ou pólis, deve ser entendida como Estado, núcleo de organização política e administrativa de um agrupamento auto-suficiente e que, como “todo”, deve se movimentar em benefício exclusivo das suas “partes”, ou seja, do seu povo.

Ainda com Aristóteles, a pólis assegura aos seus membros condições de existência, assim como também de uma “melhor” existência. E é assim porque essa é a natureza da cidade, já que a “natureza das coisas” é exatamente o seu estágio final, ou seja, “o que ela é quando o seu crescimento se completa”. A natureza da pólis, então, é prover e bem prover ao cidadão de forma auto-suficiente e por isso, o homem jamais poderá deixar de buscar e fazer parte da pólis, podendo ser considerado, nesse contexto, como um “animal social”.

Se enveredar por caminhos avessos a esse propósito, Aristóteles não vislumbra o cidadão. Entende que o atributo da auto-suficiência do homem (e não da pólis) e o seu sentimento de não se identificar como parte de um todo o faz revelar-se com singularidade esdrúxula à pólis. O homem, neste contexto, não será homem. Será um animal selvagem – um monstro – ou um deus.

Se o homem não fizesse parte da pólis “seria desprezível ou estaria acima da humanidade”. Reafirme-se: o homem está a ela destinado por natureza. E um traço característico através do qual a natureza induz a essa conclusão é, segundo Aristóteles, a fala. Sem ela como fator delimitador da natureza humana ficaria difícil se ver o homem como “animal social”. Isso porque é através da palavra que ele exprime e distingue o “conveniente do nocivo, o justo do injusto, o bem do mal”, cujo exercício é fundamental para a constituição da cidade como um instrumento para a busca da felicidade.

De fato, a fala enquanto instrumento de comunicação apresenta-se como traço marcante e determinante para se estabelecer uma divisão entre a civilização e as comunidades bárbaras, bem como ainda entre o homem e os outros animais. Somente ao homem que se comunica é assegurado o poder de se organizar e de traçar o seu próprio destino. Nesse sentido e ao agir como “animal social”, o homem garante a sua existência por identificar os antagonismos e saber traçar posturas que promovam o seu bem e o de sua espécie. A comunicação através da palavra é fundamental para atingir esse desiderato na medida em que o homem está destinado à pólis, cujo objetivo é oferecer sustentabilidade por e para os seus integrantes.

A partir, então, da premissa de que o homem, como “animal social”, é destinado à pólis, há como se entender os diversos papéis encontrados na sociedade quando se investiga essa finalidade humana por uma questão de natureza. É incursionando por essa seara que se entenderá numa visão aristotélica as relações entre senhor e escravo, governantes e governados.

Com efeito, a investigação acerca da legitimidade da autoridade do homem como pressuposto para o exercício do poder sempre foi preocupação da humanidade. Em Aristóteles, há uma nítida diversidade entre níveis de autoridade no que tange às qualidades do governante, sem tratá-las adstritamente

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