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Debret: grande retratista do Brasil Imperial

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Por:   •  19/11/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.897 Palavras (16 Páginas)  •  497 Visualizações

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Debret: grande retratista do Brasil Imperial

Jean Baptiste Debret , mais conhecido por Debret, foi um grande retratista do Brasil Imperial, em que suas obras nos permitem ver como era a nossa sociedade neste período.

Debret chegou ao Brasil ao dia 22 de Março de 1816 e permaneceu no país por quinze anos, partindo para França em 1831, já com os seus sessenta e três anos. De nacionalidade francesa, tinha quase quarenta e oito anos quando chegou, ele veio com uma missão artística, missão que, entre outros objetivos, idealizaria e organizaria a criação de uma Academia de Belas Artes. Nasceu ao dia 18 de abril de 1768 e faleceu, em 28 de Junho de 1848, ambos em Paris na França.

O pintor foi “convidado” por D. João VI a retratar todos os momentos da monarquia, além disso, a nação encontrava-se em um processo de formação de sua própria história e precisava de cultura, de pessoas capazes de ensinar arte, afirma Valéria lima .

A chegada de Debret ao Brasil coincidiu com a morte da Rainha de Portugal, D. Maria I, e o pintor foi encarregado de retratar o funeral da rainha bem como a coroação e o reinado do novo monarca da corte, retratando a história política do Novo mundo, o Brasil Império.

Segundo Lima (2004), “A missão artística francesa apontou no Brasil, liderado por Joachim Lebreton, que veio acompanhado pelo pintor Debret, o paisagista Nicolas Taunay, o escultor Auguste Marie Taunay, o arquiteto Grandjean de Montigny e o gravador de medalhas Charles Pradier”. O principal objetivo da missão era fundar a primeira Academia de Arte do Brasil, como citado anteriormente.

Pintor, desenhista, aquarelista e professor de francês e pintura, ele tinha diversos dotes. Seu trabalho artístico procurou demonstrar com detalhes e cuidados, a formação do Brasil no sentido cultural do povo. Ao chegar ao Rio de Janeiro, se depara com o contraste do Brasil em relação à Europa, ficando assim fascinado com a paisagem da nova colônia e com as formas do povo que habitava a terra.

A sua obra enfatiza o que considera os diferentes momentos da marcha da civilização no Brasil: os indígenas e suas relações como homem branco, às atividades econômicas e a presença marcante da mão de obra escrava e por fim, as instituições políticas e religiosas. Pag. 29 (Lima, 2004).

Embora se tenha muito a falar sobre Debret em especial iremos abordar suas particularidades profissionais, voltada para suas pinturas que são mais que artísticas, são fatos históricos que retratam peculiaridades da vida cotidiana imperial, escravocrata e indígena.

Após sua partida do país o artista lançou uma exposição em 1834, à primeira de três obras que retratariam a vida, a cultura, a religião, os costumes, o governo e o povo da nação cujo ele passou quinze anos de sua vida. Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil foi o livro publicado em Paris, durante 1834 e 1839, e expos fotografias, respectivamente, de índios e a natureza, depois o cotidiano de brancos e negros, e por ultimo volta-se para a corte e elite.

Aos Índios e a natureza brasileira, o artista dedicou o primeiro volume de sua obra, sendo 55 pranchas direcionadas aos nativos e burgueses. Nas suas obras indígenas o pintor transmite uma ideologia, que pode ser percebida através das cores, traços fortes e definidos, os apresentando heroicamente.

Pintura romântica de Debret

Com relação ao negro e a vida cotidiana dos brancos, o pintor descreve através de suas telas, assim como, o escravo sendo açoitado, Um jantar no Brasil, Negra vendendo caju, O mercado de escravos, entre outros, desigualdades existentes na sociedade brasileira daquele período, nos permitindo fazer uma análise crítica acerca da cultura em que o corpo social estava inserido. O escravismo era o pilar de sustentação econômica e social. Vemos as disparidades primeiramente identificando quem é livre e quem é cativo, através da tonalidade da pele e de possíveis ações de servidão e de maus tratos expressos nas telas.

A sociedade brasileira, nesse período , tinha a economia baseada na mão de obra escrava, como anteriormente foi citado. O escravo é submetido a uma condição de propriedade, sem direitos, sem saúde e lazer, era submetido ao domínio de seus senhores, tendo diversas obrigações e trabalho árduo. O artista soube transmitir bem a cruel realidade dos africanos com relação ao trabalho, pois percebemos os negros nas construções civis, nas lavouras, nas ruas vendendo frutas, negros substituindo cavalos e carregando seus senhores, os percebemos nas atividades domesticas, amamentado e cuidando dos filhos dos brancos. Ainda os vemos sendo maltratados, submetidos a castigos físicos deprimentes, sendo humilhados em praças publicas, torturados, muitas vezes até a morte, assim como esboçam as obras de Debret.

Aplicação do castigo de açoite

Sobre os costumes dos brancos podemos perceber o seu passatempo, que nas imagens nos revelam ser a escrita e leitura, a prática ao instrumento musical, o descansar na rede. Os vemos supervisionando o trabalho escravo, sendo servidos. Detectamos como eram os seus trajes diários e de festividade, suas casas, as ruas e principais praças.

Passatempo de ricos

Os momentos ilustres da monarquia foram retratados por Debret em telas que descreviam fielmente os acontecimentos históricos daquela época, como, por exemplo, a tela que retrata a posse de D João VI, mostrando a riqueza, que pode ser percebida através dos trajes, do espaço físico; a religiosidade, através da presença do clero; a aclamação do povo devido a quantidade de pessoas presentes, como podemos ver na imagem abaixo.

Debret Imperador

Com relação à corte ele fotografou Dom João VI; Dom Pedro I; costumes de ministros e secretários de estado; Damas da corte, etc., sempre com detalhes, nos mostrando os trajes, adereços, gestos, e costumes característicos da época. Debret também encontrou inspiração nas ruelas e becos do Rio de Janeiro, em que demonstra em diversas pranchas a beleza tropical e urbana da cidade. Ora paisagens de morros, Ora as pessoas nas ruas, suas pinceladas descreviam sua forma de interpretar cada momento observado.

Sobre a religiosidade, vemos presente nas obras, imagens de igrejas na cidade de castro, Paranaguá, coleta

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