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ETNOGRAFIA: FUNÇÃO SOCIAL DA RUA SIQUEIRA CAMPOS

Por:   •  18/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.841 Palavras (8 Páginas)  •  310 Visualizações

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ETNOGRAFIA: FUNÇÃO SOCIAL DA RUA SIQUEIRA CAMPOS

       Este trabalho tem como objetivo apresentar uma etnografia da Rua Siqueira Campos no espaço de 100 metros limitados entre a Avenida Nossa Senhora de Copacabana (a mais importante e movimentada rua do bairro, pois é onde transitam as principais linhas de ônibus da região e onde também se localizam as principais lojas, centros comerciais e supermercados) e a Rua Domingos Ferreira, localizada no bairro de Copacabana, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Como sou moradora da referida rua já havia observado em momentos anteriores, para a diversificada função social que a rua apresenta, o que a tornou para mim um lugar rico para investigações antropológicas; vi que depois que iniciei o curso de Ciências Sociais poderia ser um objeto de um estudo etnográfico. A escolha pelo bairro de Copacabana se dá pelo fato de ser um bairro heterogêneo de moradores, espaços e moradias, mas também provoca algumas angústias em relação a problemas de trânsito, violência e prostituição.

       Copacabana é um bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro e conhecido internacionalmente por sua considerada linda praia, o que o torna um dos pontos turísticos mais visitados do mundo. Por isso, os governantes do Estado e do município buscam investir de forma mais qualificada em tal espaço, uma vez que permite incluir a cidade no mercado mundial de cidades mais procuradas. Não é a toa que há um grande gasto estético em promover uma grande festa de Réveillon nesse lugar, colocar transporte de qualidade para circular em suas proximidades, ter pistas de lazer bem delineadas, aparelhos de musculação bem conservados, planos pagos que incentivam o uso de bicicletas, um calçadão sinalizado e com acessibilidade, quiosques patrocinados por empresas dentro de padrões estéticos refinados, policiamento diário e organização no trânsito. Além de uma rede hoteleira qualificada e conceituada.

       A Rua Siqueira Campos é um logradouro do bairro de Copacabana. Originalmente chamada Rua Barroso, em homenagem a José Martins Barroso, a rua teve seu nome modificado para Rua Siqueira Campos em 1931. Este nome foi uma homenagem a Antônio de Siqueira Campos, um militar e político brasileiro que participou da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922 que propunha reformas na estrutura do poder do país, (se destacam o fim do voto cabresto pelo voto secreto, e a reforma na educação pública, que obriga o ensino primário para toda população), sendo um dos dois revoltosos que conseguiram sobreviver. A rua começa na Praça Vereador Rocha Leão, logo depois do Túnel Alaor Prata e termina na Avenida Atlântica, com uma extensão de um quilômetro, aproximadamente.        

       Para facilitar a escrita a partir de agora, usarei “Rua Siqueira Campos”, para referir ao espaço de 100 metros limitados entre a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e a Rua Domingos Ferreira, localizada no bairro de Copacabana, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

       A partir de uma observação “de perto” vi que a atual função social da Rua Siqueira Campos no espaço delimitado, apresenta características específicas. A descrição foi baseada na totalidade, que diz respeito a dois pontos fundamentais: o primeiro acerca da forma como é vivida pelas pessoas que possam influenciar na função social e, de outro lado, como é percebida pelo investigador. Nos comércios locais, busquei descobrir quem são os consumidores, se são turistas ou moradores do bairro. Também percebi a coexistência entre o trabalho formal e informal. Ao mesmo tempo em que exista um predomínio das bancas de camelôs, também há um grande número de vendedores ambulantes (picolés, doces, acarajés, salgados, roupas e etc.) e serviços informais distribuição panfletos (sex shops, cabeleireiros, compradores de ouro e etc.). Um trabalho que me chamou atenção foi a frequente permanência de músicos na Rua Siqueira Campos, que ficam com seus instrumentos (teclado, saxofone e etc.), tocando ao vivo para divulgar seus trabalhos e consequentemente venderem seus cds. Nesse contexto, observei a força do Estado que se faz presente no referido espaço, que busca acabar com a desordem neste local. Pode ser claramente observado o aumento do trabalho informal nos finais de semana e feriados.

       Desse modo, baseando nessa descrição, realizei esse estudo etnográfico na Rua Siqueira Campos em Copacabana, a fim de observar sua função social. No trabalho de campo apresento um “olhar” ao referido espaço urbano com a perspectiva de unidade de análise, ou seja, atribuir àquela rua delimitada uma análise que considere os aspectos observados.

       Em um de meus dias livres, me dirigi até a Rua Siqueira Campos especialmente para observá-la. Assim que sai do meu prédio notei que a temperatura estava mais quente nesse dia do que nos dias anteriores, mesmo sendo dez horas da manhã. Acreditei que seria um ponto positivo para minha etnografia, constatei o clima típico carioca, para minha surpresa foi o que ocorreu. Assim que saí do meu prédio na Rua Siqueira Campos, esquina com a Rua Domingos Ferreira, caminhei em direção à Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Minha impressão foi de que havia muitas pessoas vestidas com trajes de praia.

       A rua me pareceu dividida em duas partes: de um lado se encontrava a Praça Serzedelo Correia cercada por grades, apresentando um grande portão que durante o funcionamento do local fica aberto. Notei um número de 12 bicicletas que ficavam amarradas por correntes nas grades. Dentro da praça notei um número grande de idosos, que infelizmente não contei. Pelos cabelos brancos e rugas acredito que tinham mais de 65 anos. O tempo ainda estava um pouco abafado do lado de fora da praça, mas a presença de muitas árvores no local amenizava o clima e frequentemente até podia sentir o vento. Do outro lado encontravam-se prédios, bares, bancos e bancas de camelôs. De posse de meu celular comecei a fazer anotações sobre o que ali eu observei.

       Observei que a circulação de pessoas na calçada próximas de prédios, bares e bancas de camelôs, era bem mais frequente, no entanto, essas bancas acabam por obstruir a passagem dos pedestres que por ali circulam, sendo que a calçada é muito estreita e o grande número de pessoas que passam diariamente acaba por obrigar a correrem riscos caminhando pela rua disputando espaço com os veículos.

       Percebi que existe apenas uma lixeira em cada uma das duas calçadas da Rua Siqueira Campos e que não atendem às necessidades dos pedestres, sendo que é uma rua comercial com ponto de ônibus e praça, com isso as calçadas acabam ficando sujas com lixo.

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