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Por:   •  21/3/2014  •  512 Palavras (3 Páginas)  •  424 Visualizações

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LOJAS ARAPUÃ

Quebrada há 12 anos, a Lojas Arapuã, que já foi a maior varejista de eletrodomésticos do País, vaga como um fantasma. Pendurada numa dívida de R$ 1 bilhão, a família Simeira Jacob, dona da empresa, mudou quase toda para Miami (EUA). A Arapuã também mudou de ramo: em vez de tevês e computadores, hoje vende roupa barata na periferia de São Paulo. A empresa entrou em concordata, já teve a falência decretada duas vezes, mas continua aberta graças a sucessivos recursos na Justiça. Agora, aposta numa nova tentativa para não virar massa falida.

Fora os débitos tributários, de mais de R$ 500 milhões, que não entram no plano de recuperação, a Arapuã deve R$ 25,6 milhões a 664 ex-funcionários e outros R$ 694,5 milhões a várias empresas e investidores. Os ex-empregados ganharam na Justiça o direito a indenizações. A eles, a empresa pagaria até R$ 75,6 mil por pessoa. Já para as empresas e investidores, a Arapuã ofereceu R$ 3,5 milhões, para que dividam entre si. Isso representa cerca de 0,5% do que eles têm a receber.

A Arapuã pediu concordata em 1998 e, segundo a legislação da época, teria dois anos para quitar as dívidas. A empresa devia cerca de R$ 1 bilhão, mas pagou aos credores cerca de R$ 200 mil. Por conta disso, um juiz de São Paulo decretou a falência da empresa pela primeira vez, em 2003. Mas a defesa da Arapuã entrou com um recurso e o caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Arapuã de hoje é um apenas um fiapo da empresa que, até o fim dos anos 90, rivalizava com a Casas Bahia e o Ponto Frio. Antes de quebrar, em 1998, tinha 265 lojas, mais de 2 mil funcionários e faturava R$ 1,6 bilhão. Com ações cotadas em Bolsa foi apontada, num estudo de 1996, como a mais rentável entre as maiores companhias de capital aberto do País.

Observo que a quebra da Arapuã é fruto de uma série de problemas financeiros causados por problemas no mercado interno e externo dos quais seus gestores não haviam se preparado para isto.

No cenário externo temos: a crise da Ásia, em 1997, obrigou o governo a puxar os juros de 20% para mais de 40%. A inadimplência explodiu e empresas que dependiam de vendas a prazo, como a Arapuã, foram asfixiadas financeiramente.

No cenário interno temos: a introdução da CPMF (Contribuição Permanente sobre Movimentação Financeira) em janeiro de 1997, a proibição de financiamento das importações por prazos inferiores a 360 dias, em março de 1997, e o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6 % para 15 % sobre o total financiado, em abril de 1997, contribuíram para afetar negativamente a capacidade de compra do consumidor.

Enfim, a empresa não previu em sua administração que com a queda nas vendas devido aos problemas no mercado externo e seus reflexos no mercado interno fizesse com que a empresa não conseguisse gerar caixa suficiente para pagamento de suas dívidas, o que obrigou-a a se endividar ainda mais, acarretando o pedido de concordata seguida de falência.

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