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Frida Kahlo e sua representação no movimento feminista

Por:   •  24/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.273 Palavras (6 Páginas)  •  2.507 Visualizações

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Frida Kahlo e sua representação no movimento feminista

Introdução

Frida Kahlo é uma pintora mexicana que atualmente é símbolo de muitos movimentos feministas. A vida de Frida foi marcada por momentos de protesto do lugar na mulher da sociedade, e muitas vezes esses momentos foram subjetivos.

Frida reconhecia a opressão de uma sociedade patriarcal, e mesmo com uma vida tão perturbada repleta de dificuldades e limitações ela combateu as conformações de sua época e batalhou por seu lugar tanto no mundo artístico, como na sociedade em que vivia.

Neste trabalho será esclarecido o porquê de se tornar uma personagem tão icônica na luta das mulheres do mundo. Para esta análise é necessário entender o curso de sua vida e como ela se tornou uma artista sucesso mesmo viva, pois são nestes pontos que as feministas se apoiam em Frida.

A vida de Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderon nasceu no México, em 6 de julho de 1907 e faleceu em 13 de julho de 1954. Em seus 47 anos de vida, foi pintora e militante do partido comunista mexicano. Sofreu muito e foi na pintura que encontrou o refúgio para sua história tão amarga.

Sua primeira tragédia foi aos 6 anos, uma poliomelite a deixou de cama por vários dias. Como consectário da doença, Frida fica com um dos pés atrofiado, a tornando manca. Quando jovem, aos 18 anos, sofreu um acidente que lhe resultou em problemas muito sérios e ficou entre a vida e a morte por vários meses, tendo que passar por inúmeras cirurgias para reconstruir seu corpo. Para mais, ficou muito tempo em repouso em casa, e foi neste período que ela começou a pintar, embora seu pai já fosse pintor.

Aos 25 anos Frida conheceu aquele que ela considera a maior tragédia de sua vida, Diego Rivera, muralista e militante do partido comunista mexicano. Frida teve que lidar com o comportamento infiel e abusivo de seu marido, além de passar por vários abortos devido as sequelas de seu acidente.

Todas essas dores que passaram por sua vida são registradas em suas pinturas e obras, desde seu acidente até o próprio marido. Suas pinturas são autoretratos, cheios de signos e símbolos, os quais revelavam o momento de sua vida.

A utilização da imagem de Frida como meio de afirmação feminista

        Para compreender a associação da figura de Frida com o movimento feminista é necessário fazer uma breve retrospectiva de sua vida que exemplificaram momentos de protesto, seja na sua arte ou em seu próprio comportamento.

        A pintora mexicana enxergava as roupas como meio de linguagem, durante sua juventude Frida utilizava roupas masculinas como forma de afronte a sociedade da época. A artista era assumidamente uma transgressora. Como marca de sua imagem, as sobrancelhas de Frida sempre chamaram muita atenção, seu estilo era único e característico. O seu estilo, já mais velha, era algo planejado e baseado em diversas culturas de diversas épocas. Seu tipo de roupa preferido era o típico mexicano cujo nome é Tehuantepec também nome de uma cidade no Sul do México. Frida se inspirava nas Zapotecas, mulheres desta região que viviam em uma sociedade matriarcal e participaram de forma ativa na Revolução Mexicana. Portanto, suas roupas afirmavam sua postura política a favor da indepêndencia feminina e nacional. Esse tipo de roupa também permitia que ela disfarçasse a perna, consequência da pólio, e o corpo fragilizado pelo acidente de bonde e cirurgias. Em seu casamento com Diego Rivera, Frida abandonou seu vestilo branco rendado e utilizou um traje popular emprestado pela empregada de seus pais.  

        A autoestima de Frida era muito abalada devido a destruição de seu corpo pelos acidentes. Com isso, a utilização de calças e saias longas eram uma estratégia para disfarçar suas marcas, os quais se tornaram símbolos fortes da artista.

        Entretanto, mesmo com tantas marcas, Frida estampou a capa da revista Vogue em 2012, após quase 60 anos de sua morte. A campanha pretendia divulgar a exposição “As Aparências Enganam: Os vestidos de Frida Kahlo” realizada na Casa Azul onde ela e Diego Rivera viveram seu casamento.

        O feminismo de Frida não era propriamente dito, pois não estavam em suas obras. Para mais, a artista, durante muitos anos viveu em um relacionamento abusivo, fazendo assim com que por certo tempo ela se mantesse a sombra do marido. Uma das explicações da crítica e feminista britânica Laura Mulvey está na associação das obras da mexicana a um dos lemas do feminismo dos anos 60 e 70: o pessoal é político. A feminista britânica considera que as discrepâncias entre homens e mulheres são socialmente constituídos e desenvolvem um fato material e diante disso, argumenta que os temas abordados por Frida em suas obras não eram fruto de uma “natureza” tipicamente feminina, mas, na verdade, da condição imposta a ela enquanto mulher. Nada obstante, sua arte não é um mero lugar imposto ela enquanto mulher, já que Frida demonstrava seu viés político e seu caráter transgressor até mesmo em sua vestimenta. A partir deste fato é possível afirmar que Frida desenvolveu sua inerente noção de mulher.

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