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Movimentos Feministas

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Por:   •  9/9/2013  •  593 Palavras (3 Páginas)  •  1.466 Visualizações

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O feminismo atual questiona precisamente a forma tradicional de desempenho do papel de esposa e mãe. Não se trata mais de conquistar direitos formais mas de mudar a forma de relacionamento entre homens e mulheres, em primeiro lugar na família, mas também no trabalho e na política. As feministas, de um modo geral, não aceitam a divisão tradicional de trabalho entre sexos, pela qual cabem à mulher todas as tarefas domésticas, deixando ao homem o relacionamento com o mundo externo ao lar. O fato da mulher ser mãe não justifica que ela assuma todos os encargos da procriação, o que acarreta sua dependência do homem, que passa a ser o único a "trazer dinheiro para casa". É esta dependência que forma a base da subordinação da mulher, no plano econômico em primeiro lugar e nos demais planos em conseqüência.

Quando a mulher também realiza trabalho remunerado, isso, em geral, não constitui motivo para que ela deixe de desempenhar suas funções domésticas, acarretando-lhe o "duplo encargo" de cuidar da produção de mercadorias (na empresa) e da reprodução da força de trabalho (no domicílio). Daí a assalariada com encargos de família sentir-se duplamente explorada: pelo patrão e pelo marido. A discriminação salarial contra a mulher tem a mesma base: sendo considerada uma trabalhadora "complementar" (ao seu pai ou marido), ela é socialmente coagida a aceitar pagamento inferior por um trabalho que, por isso mesmo, é rapidamente abandonado pelos homens, que almejam (e geralmente obtêm) ganhos mais altos.

Embora se proponha objetivos concretos, o feminismo atual apresenta menos um programa definido de reivindicações do que uma visão renovada do que poderia e talvez deveria ser uma sociedade na qual indivíduos de ambos os sexos pudessem conviver em condições de igualdade. Assim, Betty Mindlin Lafer se pergunta: "o que aconteceria se homens e mulheres dividissem igualmente todas as tarefas, ambos dedicando a metade do dia a filhos e casa e a outra metade ao trabalho? É claro que toda a sociedade teria que se reorganizar para que isso fosse possível; hoje, em muito poucos empregos as pessoas podem limitar o número de horas trabalhadas. E para que os homens pudessem encurtar o dia de trabalho fora de casa, seria preciso que as mulheres estivessem mais preparadas para os mesmos empregos, recebessem mais instruções e facilidades para se cultivar. Então homem e mulher teriam a vantagem de ter a visão do outro, de repartir a responsabilidade econômica e o serviço doméstico, tendo os dois o prazer de estar com as crianças...

O que aconteceria se houvesse alternativas à vida em família, e que outras formas de viver se poderiam imaginar: comunidades, cuidado coletivo de crianças, mais escolas ou creches, cooperativas para o trabalho doméstico...? Qual a educação ideal para meninos e meninas, já que a mulher é, de certa forma, quem transmite os conceitos de masculino e feminino e sem querer pode perpetuar justamente o que deseja evitar?

Estas indagações revelam uma faceta do feminismo atual, que ele compartilha com outros movimentos de libertação, como os cie negros e homossexuais. Trata-se, antes mesmo de tentar mudar as relações sociais objetivas, de encontrar uma nova identidade para a mulher. Para que a mulher possa se libertar da sujeição que o comportamento dos outros — os homens — lhe impõe, é preciso que ela mesma

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