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O Dialogar Interculturalmente

Por:   •  5/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.434 Palavras (14 Páginas)  •  136 Visualizações

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Universidade Nova de Lisboa[pic 1]

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Mestrado em Português como língua segunda e estrangeira; Línguas, literaturas e culturas: estudos ingleses e norte-americanos

1º Ano – Ano letivo: 2015/2016

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Índice

Introdução        2

Dialogar Interculturalmente        2

Bibliografia        7

Anexo 1        9


Introdução

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Educação e Multiculturalismo e tem como principal objetivo, tendo como ponto de partida a visualização do vídeo “10 Surprising Ways To Offend People In Other Countries”, explicar a importância de termos consciência das diferenças existentes, especialmente, a nível de comunicação não-verbal, quando ocorrem processos de comunicação intercultural.

             Num mundo multicultural como é aquele em que vivemos atualmente, é preciso termos consciência da diversidade que nos rodeia. Desta forma, a pertinência deste tema parece-nos clara, pois permite exemplificar a importância da linguagem não-verbal e dos comportamentos na comunicação intercultural. Ter consciência destas diferenças culturais permitir-nos-á atuar mais adequadamente enquanto individuos, mas também enquanto futuros professores de língua portuguesa que poderão encontrar pela frente alunos com as mais variadas culturas.

Palavras-chave: símbolos culturais, linguagem não-verbal, comunicação intercultural.

Dialogar Interculturalmente

Vivemos hoje em dia num mundo multicultural. A convivência com o “diferente” é diária. Assim sendo, importa saber o que se entende, então, por “multiculturalidade”. Segundo Welsch (s/d In. Lash, 1999), a multiculturalidade relaciona-se com os problemas que diferentes culturas encontram quando convivem juntas dentro de uma sociedade. Aqui não se distinguem culturas homogéneas, o que significa que diferenças culturais podem existir mesmo dentro de uma única comunidade. Este conceito procura oportunidades para a tolerância e compreensão, e para evitar ou gerir os conflitos.

             O mesmo autor acrescenta que, se existe multiculturalidade, ou seja, o confronto entre culturas, deverá haver também interculturalidade. Neste sentido, a interculturalidade procurará maneiras através das quais culturas diferentes se possam reconhecer e compreender umas às outras e conviver (Welsch, W, s/d In. Lash, 1999).

             De acordo com o CommGap (s/d), a comunicação intercultural ocorre quando os indivíduos, influenciados por diferentes comunidades culturais, negoceiam significados partilhados em interação. O que é considerado comunicação intercultural depende, em parte, daquilo que cada um considera uma cultura, sendo que a definição de cultura é, por si só contestável. Alguns autores referem-se a “comunicação intercultural” como sendo comunicação entre indivíduos de diferentes nacionalidades. Outros expandem a noção de comunicação intercultural a etnia, religião, regionalismo, assim como orientação sexual (CommGap, s/d).

             Segundo o Conselho da Europa (2005), se um diálogo é uma troca de palavras e ideias, o diálogo intercultural é, resumidamente, uma troca entre pessoas ou grupos que não têm a mesma cultura. Este diz respeito, não apenas aos indivíduos, mas também às famílias, comunidades e grupos, ou pessoas que vivem no mesmo bairro, aldeia, cidade, país e, mais genericamente, na Europa e no mundo. Ao mesmo tempo, o diálogo intercultural junta pessoas de diferentes origens e com diferentes formações e padrões educacionais, que não acreditam necessariamente nas mesmas coisas e que não têm necessariamente a mesma forma de ver a vida.

             Assim sendo, hoje em dia, importa sermos competentes no âmbito da comunicação intercultural. Mas o que significará ser um comunicador competente entre culturas e quais são os elementos ou componentes dessa competência? O bom conhecimento da linguagem da cultura com a qual queremos comunicar é, sem dúvida, muito importante. No entanto, não é suficiente conhecer a gramática e o vocabulário de uma linguagem para sermos comunicadores competentes. Ser um comunicador competente entre culturas significa, também, saber usar estratégias pragmáticas (por exemplo, usar formas de boa educação quando se fazem pedidos) e conhecer padrões de comunicação não-verbal da cultura com a qual queremos comunicar. A compreensão mútua só acontece numa situação de comunicação intercultural quando se interpretam e se levam a cabo processos de comunicação verbal e não-verbal de uma forma apropriada.

             Se comunicação verbal é aquela que tem por base a linguagem escrita ou falada, então importa aqui saber o que será a comunicação não-verbal.

             De uma forma geral, linguagem não-verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação. A linguagem não-verbal pode ser até percebida nos animais. Por exemplo, quando um cão abana a cauda quer dizer que está feliz ou quando coloca a cauda entre as pernas quer dizer que sente medo ou tristeza.

             Sabendo isto, vários autores definiram “comunicação não-verbal”. Segundo Burgoon, Buller & Woodall (1989 In. Shi & Fan, 2010), é o diálogo não falado que envolve as mensagens transmitidas para além das palavras. De acordo com DePaulo & Friedman (1998 In. Shi & Fan, 2010), é o processo dinâmico de troca de informações cara a cara através de “pistas” e não de palavras. Mcneill (2000 In. Shi & Fan, 2010) acrescenta que a comunicação não-verbal tem um papel indispensável no processo de interação frente a frente.

             A linguagem é um sistema de signos que tem em si mesmo um valor cultural. Podemos pensar que a comunicação não-verbal é universal, mas na realidade não é. Da mesma forma que influencia a linguagem verbal, a cultura influencia a linguagem e os comportamentos não-verbais.

Ou seja, todas as culturas interpretam a linguagem corporal, os gestos, a postura, o grau de contacto visual, entre outros, de forma diferente. Culturas diferentes podem usar, por exemplo, o mesmo gesto com significados completamente diferentes, ou podem usar gestos muito diferentes para representar exatamente a mesma coisa. Por exemplo, levantar o polegar em Portugal significa “fixe”, em alguns países este gesto pode ser muito insultuoso.

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