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Palestras em pauta: Krasnaya Shapochka e Zolushka

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Por:   •  18/11/2013  •  Tese  •  5.534 Palavras (23 Páginas)  •  239 Visualizações

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CONTOS DE FADAS EM PAUTA: CHAPEUZINHO VERMELHO E

CINDERELA

Véra Beatriz M. Bertol de OLIVEIRA (PG –UEM)

ISBN: 978-85-99680-05-6

REFERÊNCIA:

OLIVEIRA, Vera Beatriz M. Bertol de. Contos de

fadas em pauta: Chapeuzinho Vermelho e Cinderela.

In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS

LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007,

Maringá. Anais...Maringá, 2009, p. 1048-1056.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Aguiar e Bordini (1993), o texto literário infantil institui as próprias

regras de comunicação com seu leitor, estabelecendo com ele um pacto em que a

ligação real entre tempo e espaço não se faz necessária, muito menos aponta para uma

determinada situação e a insere dentro de uma realidade significativa. Poderíamos dizer

que o leitor suspende sua descrença, aceitando as regras do jogo que a leitura

proporciona e dispensa tal realidade pelo tempo que demora a leitura. Assim, esse tipo

de texto se vale de pressupostos que o autorizam e o amparam a desprezar essa possível

diferenciação no contextorealidade/fantasia , facilitando ainteração entre ele e o leitor

mirim.

Os Contos de fadas adaptados ao público infantil de outrora, se enquadram nesse

tipo de texto, echegam ao século XXI resgatados por inúmeros estudiosos em várias

áreas do conhecimento, entre eles, professores e pedagogos que os utilizam em estudos

literários. Os psicólogos e psiquiatras se valem dos contos como auxiliares em terapias

com crianças e jovens, pois acreditam que tais obras tratam de conflitos e inquietações

infantis (e adultas) mais comuns do que se podesupor.

Os estudiosos da alma humana talvez defendamessa idéia pelo fato de os contos

apresentaremnarrativas carregadas de magia, fantasia e umotimismo latente. Isso,sem

dúvida, suscitano leitor criança, uma crença fiel na maldade da bruxa, na ousadiado

príncipe, do bem vencendo o mal, do humilde que logra ganhar do orgulhoso, e que

todos viveram “felizes para sempre” após superar provações e dificuldades.

No entanto, para Bettelheim (1992) é importante quese tenha em mente que:

O prazer que experimentamos quando nos permitimos ser suscetíveis

a um conto de fadas, o encantamento que sentimos não vêm do

significado psicológico de um conto (embora isto contribua para tal)

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mas de suas qualidades literárias –o próprio conto como uma obra de

arte. O conto de fadas não poderia ter seu impacto psicológico sobre a

criança se não fosse antes de tudo uma obra de arte (BETTELHEIM,

1992, p. 20).

Nessa medida, o conto é, antes de tudo, um objeto construído com forma e

conteúdo ordenados com a finalidade de impressionar e causar sentimentos, seja de

comoção, ódio, alegriaousuperação. Essa finalidade, de acordo com Candido (2004), é

justamente o que confere à obra de arte um poderque o autor chama de humanizador,

pois, aotrazer consigo tais sentimentos nas palavras ordenadas ao longo da narrativa,

ajuda a organizar o caos interiorpróprio do ser humano. Com isso, o leitoré levado,

ainda que de maneira inconsciente, a buscar naleitura a reflexão, a sabedoriae, como

destaca Candido (2004, p. 180), “a boa disposição para com o próximo, o afinamento

das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a

percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor”.

A partir desses pressupostos, no presente estudo, pontuaremos aspectos

relacionados à estruturados contos de fadas, com o objetivo de esclarecer a importância

do conhecimento acerca do objeto literário utilizado como leitura. Odesconhecimento

de determinados recursos estilísticos, por parte do mediador da leitura literá ria, poderá

converter os contos em veículo de normas moralizantes e doutrinadoras, alheias à

formação de um leitor crítico, pois “os fatores estruturais de um texto de ficção –

narrador, visão de mundo, linguagem – podem-seconverter no meio por intermédiodo

qual o adulto intervém na realidade imaginária, usando-a para incutir sua ideologia”

(ZILBERMAN, 2003, p. 23).

Para a análise de alguns elementos estruturais da narrativa, tomaremos como

exemplos dois contos infantis que costumam ser muito apreciadospelos leitores mirins:

Cinderela na versão de Charles Perrault e Chapeuzinho Vermelho na versão dos Irmãos

Grimm.

2. NA PAUTA: OSCONTOS DE FADAS

A origem dos contos é incerta; sabemos,

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