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Preparando-se Para A Profissão Do Futuro

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Por:   •  6/11/2013  •  3.724 Palavras (15 Páginas)  •  181 Visualizações

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Talvez, se chamasse este texto de profissão do futuro, um leitor que não é da área contábil poderia discordar dele e até não lê-lo. Ele poderia indagar que essa profissão é uma das mais antigas que existe; poderia dizer que estereótipo da imagem desse profissional em nossa sociedade não é o melhor possível (aparentemente não muito criativo, talvez um pouco tímido e, em alguns casos extremos, até com suspeita de ausência de idoneidade profissional). A despeito de qualquer juízo já concebido, rogaria ao leitor que lesse este artigo até o fim e fizesse um novo juízo, não olhando basicamente o momento que vivemos mas projetando uma nova realidade que é emergente, inquestionável e irreversível.

Os historiadores dizem que a Contabilidade já existia há pelo menos quatro mil anos a. C. Eu diria que ela existe desde o início da civilização humana, pois, se a Contabilidade mensura riqueza e o homem (a razão da existência dessa ciência) é ambicioso por natureza, ainda que de modo muito precário, ela acompanha esse homem ambicioso desde o princípio. Veja casos na Bíblia, como os de Jó, Jacó e outros, que tiveram a sua riqueza avaliada, bem como a variação dessa riqueza.

Considerando o fim da escrituração tradicional em função dos meios eletrônicos; as críticas que o profissional contábil sofreu temporariamente em função dos escândalos dos bancos Econômico e Nacional ; e o estereótipo, superficialmente abordado desse profissional, parece loucura iniciar este artigo com o título tremendamente ousado: " preparando-se para a profissão do futuro”. Todavia, navegue comigo nessa aventura de descobrir algumas facetas muitas vezes ocultas dessa profissão.

Em primeiro lugar, precisamos entender que a imagem dessa profissão no Brasil ou em países subdesenvolvidos (ou em desenvolvimento) está muito aquém que nos países desenvolvidos. A certificação do contador na Inglaterra é dada pela rainha. Nos Estados Unidos, se você perguntar qual a vocação que alguém quer para seu filho, aparecem as profissões de médico, advogado e contador. Em alguns estados americanos o contador é o mais bem remunerado entre as profissões liberais. Lá, os auditores são uma classe privilegiada, ganham uma fortuna, jogam golfe e são muito respeitados. Isto acontece em outros países desenvolvidos.

No momento, no Brasil, não vivemos esses privilégios. Mas, na verdade, eles estão chegando e dentro de muito pouco tempo surpreenderão a muitos. Em meu livro Contabilidade Empresarial, publicado pela Editora Atlas SA, inicio dizendo que, ao contrário de outras profissões, a Contabilidade oferece um leque de pelo menos dez alternativas diferentes de exercício profissional. Farei menção de algumas dessas alternativas.

Na verdade, na área de negócios a linguagem universal é a Contabilidade. Assim, como muitas pessoas querem aprender inglês como um idioma internacional para se comunicar, é mister se conhecer a Contabilidade para se comunicar no mundo dos negócios.

Temos hoje um pouco mais de 100.000 contadores registrados em Conselhos Regionais em todo o país (os Estados Unidos formam 50.000 novos contadores a cada ano). Considerando que nosso universo de empresas chega a quase 4,5 milhões, podemos obter um quociente de um profissional habilitado para cada 45 empresas. Em sentido meramente algébrico, cada contador que se forma teria 45 empresas aguardando seus serviços.

Poderíamos argumentar que o contador enfrentaria a concorrência dos técnicos em contabilidade (em torno de 220.000) e dos escritórios de Contabilidade; que o Imposto de Renda dispensa grande parte das empresas de fazer Contabilidade e que poucos estariam interessados em fazer os relatórios contábeis. A resposta é muito simples:.as empresas estão percebendo que, sem uma boa Contabilidade, não há dados para a tomada de decisão numa economia que a cada dia exige mais competência e competição; que os técnicos e escritórios de maneira geral estão mais voltados para a avalancha de guias fiscais, legais, não tendo aptidão, salvo algumas exceções, de enfatizar primordialmente os relatórios para a tomada de decisões; que a empresa precisa de profissionais que ajudem no processo decisório, interpretando as informações e não " de serviços de despachantes contábeis" ou, exclusivamente, escrituradores (passando essa tarefa para o computador); que a dispensa da escrituração contábil pelo Imposto de Renda (ausência dessa escrituração contábil formal facilita o ilícito fiscal) é uma faca de dois gumes, pois, sem controle, não há saúde financeira. Assim, o contador, em sua nova função, tem muito espaço pela frente, como o "médico de empresas".

Não se admite hoje uma empresa, independentemente de seu tamanho (até mesmo a microempresa), sem custos. Na época de inflação alta, toda a ineficiência e incompetência eram jogadas no preço. Hoje, com estabilidade monetária, a margem de lucro reduziu sensivelmente e só com uma boa administração de custo se pode pensar em sobrevivência. Assim, a Contabilidade Financeira, a de Custos e a Gerencial têm, mais do que nunca, um espaço garantido. Sem uma boa Contabilidade, a empresa é como um barco em alto mar, sem bússola, à mercê dos ventos, quase sem chance de sobrevivência, totalmente à deriva.

Holland (1) divide a carreira de contabilista em três níveis: Nível I - Técnicos em Contabilidade e assistentes de contador; Nível II - Contador geral, contador de custos e auditor; Nível III - Contador gerencial e executivo em Auditoria. Para o autor citado, no Nível III, a remuneração é bem acima de R$ 100.000 anuais.

Dentro da Contabilidade Financeira, as especializações, como Contabilidade Rural, Contabilidade Hospitalar, Contabilidade Imobiliária etc. e os "casamentos" Contabilidade e Informática, Contabilidade e Direito Tributário etc., são excelentes opções para essa mudança de milênio.

E quanto ao auditor? Segundo o professor e contador Stephen Charles Kanitz, não existe corrupção no Brasil. O país ressente-se, isto sim, da falta de auditores e de auditoria. Somos talvez o país menos auditado do mundo. Por exemplo, existe aqui um auditor independente para cada grupo de 25.000 habitantes. Na Holanda, há um auditor independente para cada 900 habitantes; na Grã-Bretanha, um para cada 1.300 habitantes; nos Estados Unidos, um para cada 2.300. Quase todas as empresas nos países desenvolvidos são auditadas. No Brasil, somente 3.000 empresas (das quase 4,5 milhões existentes) estão sujeitas a auditoria obrigatória. Já existem projetos para mudar este quadro e, certamente, antes da virada do século teremos muitas empresas

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