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Quatro Dimensões da Violência Juvenil

Por:   •  20/11/2015  •  Ensaio  •  1.264 Palavras (6 Páginas)  •  181 Visualizações

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POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

DIRETORIA DE ENSINO

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR SENADOR ARNON DE MELLO

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Resumo do texto “Quatro dimensões explicativas da violência de jovens”,

de Concépcion Fernández Villanueva

Aluno: Cap Silvio de Jesus Teles

Referência: VILLANUEVA, Concépcion Fernández. Quatro dimensões explicativas da violência de jovens. In: SILVA, J. M. A. P.; SALLES, L. M. F. (orgs.). Jovens, violência e escola: um desafio contemporâneo. São Paulo, UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 182p. ISBN 978-85-7983-109-6.

        Segundo as ideias de Villanueva (2010), a violência que tem os jovens como protagonistas permeia constantemente a consciência coletiva sob a forma da chamada “delinquência juvenil”. Citando Revilla e outros, a autora sistematiza esse tipo de violência em quatro tipos: a) a violência reivindicativa; b) a delinquência juvenil; c) a violência vinculada ao ócio; e d) a violência escolar.

        As duas primeiras não se prestam à explicação do fenômeno da violência juvenil porque, segundo a estudiosa, elas são semelhantes às violências que ocorrem com adultos, constituindo-se verdadeiras “condutas inapropriadas, fora do marco legal” (p. 104). Assim, para o estudo a que se propôs, Villanueva (2010) entende relevantes as violências vinculadas ao ócio e a escolar, processos que estariam ligados aos aspectos de identidade e representação da juventude (grupos). Com base nisso, a estudiosa elegeu quatro dimensões que contribuem no processo de explicação da violência juvenil.

        A primeira delas diz respeito às dimensões grupais. A violência juvenil estaria ligada a questões de conformação de grupos (gangues, torcidas, etc.) e a forma como estas regras influencia cada membro do grupo. Estes grupos se formariam com base em muitos fatores (interesses comuns, política, laços de vizinhança, clãs familiares, etc.). Trata-se de uma violência que se manifesta pela própria função que o grupo acredita desempenhar na evolução social (p. 106). A dificuldade da identificação da participação de cada membro, segundo a estudiosa, é fator que contribui para a impunidade.

        Mencionando os estudos de Shaffer, Villanueva (2010) acentua a importância da integração ao grupo como fator importante na psicologia evolutiva e na passagem da juventude para a idade adulta. “Os grupos étnicos, os grupos de amigos, de gênero, de profissão, sejam os já integrados da estrutura social, seja os minoritários ou marginais, jogam um papel determinante na formação da identidade social dos jovens. É nos grupos que se constroem e se reforçam os valores, as crenças e as ideologias. Se, por um lado, há uma aspecto positivo nesse processo de integração, há, por outro, um negativo: a defesa das relações e valores grupais podem surgir como uma obrigatoriedade para seu membro, o que pode resultar em ações tomadas sem a necessária liberdade.

        A segunda dimensão explicativa da violência juvenil é a da identidade social. Esta é entendida como o conjunto de significantes pelos quais os atores sociais se reconhecem e são reconhecidos. São níveis, distribuídos na estrutura social, que situam o sujeito em posições de maior ou menor poder. Essa defesa de posição ou o alcance de novas exigem algum tipo de violência (física, social ou simbólica). A identidade é um processo, ao mesmo tempo, individual e grupal. O indivíduo precisa se mostrar ao grupo e este, por sua vez, aos demais grupos, o que ocorre inclusive na escolha do nome do grupo (skinheads, punks, latin kings, góticos, etc.). Esse jogo de identidades incluem ou excluem os indivíduos das posições de poder, o que se materializa, também nos grupos urbanos – como os que se formam em escolas – por meio do exercício de algum tipo de violência.

        A ideologia seria, para Villanueva (2010), a terceira dimensão explicativa da violência juvenil. Mencionando Van Dijk, ela entende ideologia como o “conjunto de crenças sociais compartilhadas por grupos” (p.114). Trata-se de algo que, indo além do dado, apresenta-se como “vivo”. Crenças, valores políticos, sociais e culturais, podem fornecer subsídios às ideologias. Por isso há os direitistas e ultradireitistas, os esquerdistas e ultraesquerdistas, os pacifistas, os nazis ou antinazis, e tantos outros grupos que se formam com base nas interações cotidianas do indivíduo com o grupo ou grupos, com suas ideologias, com seus significantes e significados. Nessa construção ideológica, ela reconhece dois processos básicos: a) o de acumulação e repetição de ideias ao redor da mesma realidade e com o mesmo sentido; e b) o gerenciamento de discrepâncias e dissidências. As ideologias atuam como selecionadores e legitimadores da violência: quem e porquê merece sofrê-la. Ao mesmo tempo, deslegitimam os atores sociais que tem o poder de controlar o uso da violência ou de usá-la. Por exemplo, na violência das escolas, é comum que os agentes que tenham papel disciplinar não gozem de nenhuma credibilidade entre os alunos. A ausência de identificação com a ideologia dominante na escola explica a incidência do fenômeno.

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