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Sandro E ônibus 174

Artigo: Sandro E ônibus 174. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/10/2013  •  365 Palavras (2 Páginas)  •  664 Visualizações

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Sandro usou drogas, assaltou, foi mantido sob custódia do Estado em uma casa de recuperação aos 16 anos mas fugiu devido aos maus tratos recebidos, sequestrou um ônibus, usou os passageiros como reféns e, por fim, matou Geisa, grávida de dois meses. Aos 6 anos presenciou o assassinato de sua mãe e é a partir disso que inicia sua trajetória nas ruas perante uma sociedade má.

Vítima da invisibilidade social, ignorado por todos que o cercavam, ocupou desde sempre um papel subalterno por onde passava. Segundo sua tia, sonhava em ser artista e reconhecido mundialmente. Por quê? A carência de atenção e oportunidades aliada à desestruturação familiar e descaso do poder público para com o pobre órfão satisfazem tal questão. Conscientemente, os atos do mesmo não são tidos como corretos e/ou passíveis de negligência pela sociedade na qual vivia. A nossa sociedade.

Pouco após ser vítima da chacina da Candelária, Sandro passa a ser o algoz do novo drama, impondo sua invisibilidade que redefinia o fato social do qual se tornara protagonista. Com a presença em massa da mídia tinha certeza de que não seria executado pelas dezenas de policiais que lhe apontavam armas naquele momento. Dono da situação, sentia-se glorioso frente às câmeras, finalmente visto e conhecido por milhares.

Mesmo errônea, a atitude de Sandro revela um grito desesperado, remonta uma espécie de “legítima defesa” contra a situação social que lhe foi imposta. Pessoas como ele são consideradas lixo na sociedade, jogadas em qualquer canto para nos desresponsabilizarmos delas. Cabe aos policiais a tarefa suja de eliminar tais “lixos”, aquilo que não queremos nem suportamos ver. Dessa forma, ao saírem dali, mataram-no porque estão acostumados a matar, conscientes de que nada vai acontecer. Afinal, quem vai defender um Sandro? Ninguém.

Assim como ele, milhares estão espalhados por esse país e situações semelhantes se repetem todos os dias. São os Sandros gritando por socorro, tentando nos acordar para o fato de que precisamos resolver tal situação que é maior que a Candelária ou o 174. Se a sociedade não se mobiliza, o legislador também não o fará. É certo que as Leis regem a sociedade, mas sozinhas não são nada, muito menos aplicadas apenas à parcela desfavorecida da população.

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