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A Evolução Tecnológica e seu Reflexo na Fotografia

Por:   •  27/10/2015  •  Artigo  •  3.376 Palavras (14 Páginas)  •  396 Visualizações

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A Evolução Tecnológica e seu Reflexo na Fotografia

Felipe Chiesa Chagas

Nathaly de Souza Gonçalves

Universidade Vila Velha – UVV, Vila Velha, Espírito Santo.

Resumo

Este estudo se propõe a investigar alguns dos aspectos pertinentes à evolução tecnológica e suas interferências no contexto da Fotografia, no sentido de lançar um olhar sobre a nova era digital e a evolução dos meios de produção, circulação e exibição de obras fotográficas na massificação de uma atividade outrora restrita a uma pequena parcela da população, devido a limitações óbvias como, por exemplo, a aquisição da câmera fotográfica, ferramenta essencial à prática da fotografia. A acessibilidade cada vez maior a gadgets e aparatos tecnológicos – que incluem câmeras fotográficas profissionais – tem forte influência no cenário ao qual se inserem entusiastas, amadores e profissionais. A arte de “escrever com a luz”, que dá origem ao termo, parece tornar-se agora quase irrestrita graças aos novos meios de acesso que trazem consigo uma gama de pessoas que acabam por abandonar o amadorismo, se aventurando no mercado profissional. Assim, este artigo pretende explorar a possível queda de fronteiras entre a arte, o hobby e a profissão, que se fundem nesse novo cenário montado pela inclusão digital e evolução dos meios, que podem gerar adversidades que talvez fossem imprevistas antes do advento da internet e das facilidades de compartilhamento. Este artigo fará, por fim, uma breve análise da convergência do novo contexto tecnológico e algumas de suas consequências perante os fotógrafos, abordando possíveis divergências entre os que aderem à fotografia enquanto arte, profissão ou hobby.  

Palavras-Chaves: Fotografia; tecnologia; modernidade; arte.

Desde o início dos tempos o homem sente a necessidade de registrar o mundo em que vive. Mesmo muito antes da descoberta da fotografia, nossos ancestrais praticavam pinturas rupestres e registrava seus dias – suas histórias. Foi-se desenvolvendo o som, a fala, a língua, a letra, a arte, até chegar na era da Revolução Industrial e seu domínio da ciência. Em meio a diversos aparatos tecnológicos, desenvolvimento cultural e invenções modernas, foi concebida, nesse momento uma notável descoberta:  Fotografia (KOSSOY, 2003).

Segundo Kossoy (2003), a Fotografia já surgiu com a promessa de que seria um grande avanço tecnológico para a humanidade. Esta era, inicialmente, artesanal, mas seu consumo era crescente e ininterrupto principalmente na Europa e nos Estados Unidos, o que tornou a Fotografia um bem cada vez mais sofisticado e desejado. Sua grande aceitação originou-se a partir de 1860, chegando hoje a um enorme império fotográfico, com diversos comércios desse setor e indústrias investindo cada vez mais em tecnologia. É importante relatar que os fotógrafos do passado recebiam como demanda, na maioria das vezes, os registros de “paisagens urbanas ou rurais, a arquitetura das cidades, as obras de implantação das estradas de ferro, os conflitos armados e as expedições científicas, a par dos convencionais retratos de estúdios” (2003), o que nos dias de hoje poderia ser inclusive uma expressão artística.

A descoberta da Fotografia abriu portas para criações artísticas, servindo também como ferramenta de recordação, autoconhecimento e memória visual, proporcionando avanços nos registros documentais e criminais, o que beneficiará a história que, a partir de então, teve seus momentos registrados e documentados para a posteridade (KOSSOY, 2003). A contribuição da fotografia para a história foi além de um simples registro. Por ser a forma fiel da imagem daquilo que está representando, a fotografia pode trazer consigo uma gama de emoções para quem vê. Dependendo do espectador, essa particularidades de sentimentos é único e individual, indo do amor ao ódio, ou até mesmo um frio e seco registro, imune de quaisquer emoções (KOSSOY, 2003).

Machado (1996) explica que, com o passar dos anos, a diferença entre a arte, ciência e tecnologia já não é tão perceptível quanto antigamente, um dos motivos desse fenômeno é que os artistas modernos utilizam-se da ciência – e seus avanços tecnológicos – para expressar a sua arte (1996). O autor relata:

Podemos considerar a relação da arte com a tecnologia como um casamento marcado por períodos de harmonia e de crises conjugais. Sabemos, por exemplo, que a palavra grega téchne, de onde deriva tecnologia, se referia a toda e qualquer prática produtiva e abrangia inclusive a produção artística. Os gregos não faziam qualquer distinção de princípio entre arte e técnica e esse pressuposto atravessou boa parte da história da cultura ocidental até pelo menos o Renascimento (MACHADO, 1996).

Esse “casamento” entre arte e tecnologia poderá se perpetuar por muitos anos no que depender da indústria e da economia mundial. As indústrias estão cada vez mais interessadas em oferecer tecnologia de ponta para esse setor, traçando estratégias com finalidades que poderiam ser denominadas de imperialista e procurando conquistar o mercado internacional, tornando-se referência em um setor bastante concorrido em todo o cenário mundial (MACHADO, 1996). Essas indústrias lançam a todo momento produtos inovadores com tecnologia avançada, reinventando seus aparelhos e disponibilizando-os para o consumo (1996).

Machado (1996) cita que as concorrências neste setor brigam ferozmente para sair na frente e tornar sua marca referência no mercado. O autor deu como exemplo a Sony japonesa, que juntou-se com a estatal TV NHK, após terem financiado várias experiências de Francis Ford Coppola, cineasta norte americano, do polonês Zbigniew Rybczinski, com o sistema de vídeo de alta definição, além de terem patrocinado vários eventos internacionais, dedicados ao tema da exploração artística dos novos meios.

Quando se fala em fotografia como arte Machado (1996) explica que a tecnologia tem sua responsabilidade na arte que conhecemos nos dias atuais, pois sem ela também não haveria o desenvolvimento artístico como conhecemos hoje. O autor cita que existem duas formas de discursos sobre a arte e tecnologia:

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