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Transcrição e Retextualização - Clarice Falcão

Por:   •  19/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.111 Palavras (9 Páginas)  •  527 Visualizações

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    Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola de Comunicação[pic 1]

    Lígua Portuguesa I – Profª Filomena Varejão

    Beatriz Carvalho e Matheus Pinto – EC1

Transcrição e Retextualização

Entrevista gravada – registro semiformal [+ monitorada]

Mulher de 26 anos – Atriz, cantora, compositora, roteirista e humorista.

 ‘‘Clarice Falcão fala sobre saída do Porta, Gregório e feminismo’’ por Trip TV.

        Transcrição

Retextualização

C – o que eu bebi por você nunca arti:sta bebeu nem pirata bebeu nem ninguém vai beber ((som de violão))

E – você tava num negócio que tá com uma su:per visibilidade né...um negócio que po/mexeu com toda a história aí do humor recente no Brasil ((som de sapateado)) e: de repente cê toma essa decisão... não deve ter sido exatamente simples né?

C  o incrível... e não é assim... parece uma coisa que eu tô falando só por... mas o incrível é que eu sô assim muito muito amiga de todos assim... é tem uma relação muito antiga são três anos trabalhando juntos e e e muit/num/nenhuma confusão nada... falei com com o ian primeiro depois falei com todo mundo e: é falei gente agora eu tô com vontade de meio... eu gosto de ter saudade das coisas de não enjoar... e: eu falei eu acho que ta meio na hora... e aí foi foi ótimo... foi eles/assim... muito de portas abertas

E – você não ficou preocupada que eles já tivessem a fim de te mandar embora? porque ((clarice fala por cima)) a reação foi tão (boa)

C – se... pô foi tão bom... eu fiquei... eu fiquei meio cês não vão ficar tristes? não vão chorar? não vão me pedir pra ficar? não vá com deus... foi bem vai com deus assim

C – como assim vo/você é deus?

RI – assim... sendo assim... ó toda civilização acredita em alguma coisa... não é?

C – humhum

RI – alguma tinha que tá certa... correto?

C – humhum

RI – e não é que esse tempo todo quem tava certo era o pessoal da tribo da polinésia?

C – ca:ra::

E – tô vendo aqui... não vi esse clipe mas é um negócio com batons verme:lhos que as pessoas vão se desenhando... é isso?

C – sim ((música do clipe toca ao fundo))

E – e aí eu tô vendo uma coisa interessante aqui que: o lucro das vendas dessa faixa pelo itunes é revertido pro think o:lga né? que é uma ong que trabalha pelos direitos das mulheres

C – sim

E – como é que foi/que que é essa história assim desse clipe e essa a/e essa intenção de ajudar essa ong... que que tem por trás disso na tua cabeça?

C – então eu já era dessa/desse/do grupo do facebook dessa ong há muito tempo me interesso por esse assunto é/há muito tempo também e: paralelamente quando eu era adolescente eu era fanática pela destiny's child... era a música que eu cantava no karaokê e: e/ elas são muito/ se você olhar de agora elas eram completamente vanguarda feministas assim... é todas as músicas eram sobre empoderamento feminino e: é a eu não preciso de você pra pagar minhas contas e sai do meu pé pelo amor de deus e survivor que é uma música m/m/mega empoderadora assim... aí eu fiz essa versão com o/quem produziu foi o yuri... queiroga foi incrível ficou incrível a versão assim... e eu falei quero fazer um clipe... e ti/ e: tive a ideia/ eu e célio... que dirigimos o clipe juntos tivemos a ideia de de brincar com o batom vermelho que a gente achava que era uma coisa muito ambígua... que é um/é um objeto que em parte representa uma coisa de liberdade/de liberdade sexual e liberdade de de/ é: feminina... e por outro lado representa um pouco uma prisão de ditadura de beleza e tal... então a gente teve a ideia de chamar várias mulheres de enfim etnias...idades diferentes dá um batom vermelho na mão delas e dizer faça o que você quiser... então teve desde gente é...desenhando a cara toda até gente escrevendo sapatão até gente jogando o batom fora e não... fazendo nada com ele porque simplesmente não se identifica com aquilo

C – i’m a survivor... i’m gonna make it i’m a survivor and keep on surviving... i’m  survivor        

C – antes mesmo de gravar fiquei pensando em como recrutar essas mulheres...m/metade/ mais da metade são grandes amigas minhas e grand/e pessoas muito importantes na minha vida... mas eu queria também pessoas que eu não conhecesse e pessoas que tivessem...enfim/aí eu fui nesse grupo do facebook que eu gostava de de ver e de de acompanhar e pedi gente quem puder dia tal vou gravar um clipe e vou reverter o o o os/enfim o lucro pra/pra/pro think olga e foi bem bonito assim um monte de mulher de de de backgrounds totalmente diferentes é se conhecendo e dividindo histórias...aí todo mundo chorou saiu chorando todo mundo vermelho

C – meu amo:r... eu já não amo mais você:... esse namoro já acabou há muito tempo e só você não percebeu

E – é muito chato quando você se separa num relacionamento e: e: vem alguém perguntar e querer saber... como foi pra você aí ter uma relação exposta né? isso deve ser/isso isso pra uma pessoa como você não é muito/um preço muito alto não?

C – foi e: e a gente lidou com isso assim de um jeito um pouco/pouco é/pouco ortodoxo que foi bom se a gente tá nessa situação vamos fazer graça disso e aí a gente fez um seriado na época... a gente escreveu juntos que era um fake reality show da gente mesmo como casal... então eu era a clarice ele era o gregório e nós éramos versões mUito pioradas de nós mesmos... e aí a gente meio escancarou e falou bom... e aí as pessoas perdem o interesse ((risadas))

E – ótima técnica

C – foi uma técnica...

E – você expõe mais até do que pediram

C – aí óbvio que ainda tem é: a você tá andando na rua e as pessoas gritam gregório... eu não sô...eu sô/sô clarice...

E – sério?

C – é...mas é ((risada)) é normal

E – mas que povo culto...inteligente...((clarice fala por cima)) interessante né?

C – maravilhoso...maravilhoso...são piadistas ((entrevistador fala por cima)) são/tem que ir pro humor agOra

E – isso estimula a gente

C – eu gosto de você como quem gosta de um vídeo do youtube de alguém cantando mal... eu gosto de você como quem gosta de uma celebridade b... eu já achei quem eu amasse de verdade ((ruído))

E – Você estava em um negócio que está com bastante visibilidade, mexeu com o ramo do humor recente no Brasil. E de repente você toma a decisão de sair. Não deve ter sido simples.

C – Não estou falando só por falar, mas o incrível é que eu sou muito amiga de todos. Temos uma relação muito antiga: são três anos trabalhando juntos. E não teve nenhuma confusão, nada.

Falei com o Ian primeiro, depois falei com todo mundo. Eu gosto de ter saudade das coisas, de não enjoar, então eu disse para eles que estava com vontade de sair, que estava na hora e foi ótimo. Foi muito de portas abertas.

E – Você ficou preocupada que eles já quisessem te demitir? Já que a reação foi tão boa.

C – Poxa, foi tão bom... Eu fiquei perguntando: ‘‘Vocês não vão ficar tristes? Não vão chorar? Não vão me pedir pra ficar?’’ E eles: ‘‘Não, vá com Deus’’. Foi bem ‘‘vai com Deus’’.

E – Eu não vi o seu clipe mas eu sei que foram usados batons vermelhos, as pessoas se desenharam... É isso?

C – Sim.

E – Uma coisa interessante é que o lucro das vendas dessa faixa pelo itunes é revertido para a ONG Think Olga, que trabalha pelos direitos das mulheres, não é?

C – Sim.

E – Como foi a história desse clipe? E essa intenção de ajudar essa ONG? O que tem por trás disso na sua cabeça?

C – Eu já era do grupo do Facebook dessa ONG há muito tempo, me interesso por esse assunto há muito tempo também e paralelamente, quando eu era adolescente eu era fanática pela Destiny's Child.  Olhando para trás agora, você percebe que elas eram completamente da vanguarda feminista. Todas as músicas eram sobre empoderamento feminino: ‘‘Eu não preciso de você para pagar minhas contas’’ e ‘‘Sai do meu pé, pelo amor de Deus’’ e Survivor, que é uma música extremamente empoderadora. Então eu fiz essa versão, produzida pelo Yuri Queiroga e foi incrível. Eu decidi fazer um clipe, e eu e Célio – meu codiretor – tivemos a ideia de brincar com o batom vermelho, que é algo muito ambíguo, em nossa opinião. É um objeto que em parte representa a liberdade, sexual e feminina, e por outro lado, representa uma prisão da ditadura de beleza. Então tivemos a ideia de chamar várias mulheres de etnias e idades diferentes e colocar um batom vermelho na mão delas e dizer para elas fazerem o que quiserem. Então teve desde gente desenhando o rosto inteiro até gente escrevendo ‘‘sapatão’’, até gente jogando o batom fora e não fazendo nada com ele porque simplesmente não se identifica com aquilo.

C – Antes mesmo de gravar fiquei pensando em como recrutar essas mulheres. Mais da metade são grandes amigas minhas e pessoas muito importantes na minha vida; mas eu queria também pessoas que eu não conhecesse.

Então eu visitei esse grupo do Facebook que eu gostava de acompanhar e pedi: ‘‘Gente, quem puder, dia tal vou gravar um clipe e vou reverter o lucro para a Think Olga’’. E foi bem bonito, um monte de mulheres de backgrounds totalmente diferentes se conhecendo e dividindo histórias. Todo mundo chorou, saíram com o rosto toda vermelho...

E – É muito chato quando você se separa em um relacionamento e alguém pergunta sobre. Como foi para você ter uma relação exposta? Para uma pessoa como você não é um preço muito alto?

C – Nós lidamos com isso de um jeito pouco ortodoxo. Pensamos: ‘‘Bom, se estamos nessa situação vamos fazer graça disso’’. Então, na época, fizemos um seriado que escrevemos juntos. Era um reality show falso de nós mesmos como casal. Eu era a Clarice, ele era o Gregório, e nós éramos versões muito pioradas de nós mesmos. Então foi um pouco escancarado e as pessoas perderam o interesse.

E – Ótima técnica. Você expõe mais até do que pediram.

C – Óbvio que ainda tem estigma. Eu estou andando na rua e as pessoas gritam ‘‘Gregório!’’. Eu não sou o Gregório. Eu sou Clarice.

E – Sério?

C – Sim... Mas é normal.

E – Mas que povo culto, inteligente, interessante não é?

C – Maravilhoso! São piadistas.

E – Isso nos estimula.

C – Tem de ir para o humor agora!

As partes em vermelhos são trechos de vídeos de humor dos quais Clarice participou ou clipes de suas próprias músicas. Estas faziam sentido no contexto de entrevista oral audiovisual e editada em que se inseriam. Ao retextualizar a entrevista para o meio escrito decidimos por suprimir tais passagens.

Tivemos também de editar o texto reposicionando certas falas, uma vez que a entrevistada começava uma frase sem saber para onde ia e mudava o texto na metade; algo típico da língua falada. E para melhor entendimento finalizamos certas frases, acrescentando palavras, para concluir o raciocínio. Esta é outra característica da oralidade que se apresenta: o hábito de não finalizar frases, deixando o pensamento ‘‘solto’’.

Substituímos também palavras como ‘‘super’’ e ‘‘mega’’, que são prefixos utilizados pelos falantes como adjetivos, para verificar formalidade à entrevista.

Muitas palavras são constantemente repetidas, mas optamos por manter essa repetição ao invés de trocar por palavras que alterariam o tom da entrevista. Porque mesmo quando conferimos formalidade a entrevista, ainda era possível capturar a aura de descontração dos falantes, mas se colocássemos palavras como ‘‘porém’’ ou ‘‘logo’’, atribuiríamos demasiada monitoração à fala, o que não ocorreu.

* Matheus, confere no email da turma o arquivo que ela mandou com exemplos,como fazer o trabalho e explicando os sinais usados. Depois ouve a entrevista enquanto lê a transcrição que eu fiz e vê e concorda. Eu não sei se a parte inicial, com as informações e tal, tá certa, tentei copiar o que vi lá, acho melhor segunda perguntarmos a ela porque não to podendo perder ponto em bobeira.

PS: como a professora diz nas diretrizes temos que explicar as escolhas que fizemos na retextualização, eu já falei acima sobre as partes em vermelho porque já pretendo cortá-las na retextualização. Falei das dificuldades que eu tive na retextualização. Sinta-se a vontade pra editar o que eu falei/acrescentar coisas, tanto no trabalho em sim quanto na epxplicação.

        

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