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DE OLHOS ABERTOS LHE DIREI, BELCHIOR, JOVEM QUE DESCEU DO NORTE, DIZENDO SIM A PAIXÃO E MORANDO NA FILOSOFIA

Por:   •  24/3/2022  •  Monografia  •  6.983 Palavras (28 Páginas)  •  93 Visualizações

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DE OLHOS ABERTOS LHE DIREI: BELCHIOR, JOVEM QUE DESCEU DO NORTE, DIZENDO SIM À PAIXÃO E MORANDO NA FILOSOFIA.

LOBO, PAULO ANTONIO DE FREITAS - ALUNO

RUTHES, VANESSA ROBERTA MASSAMBANI - ORIENTADORA

RESUMO

O presente trabalho tem como tema “De olhos abertos lhe direi: Belchior, jovem que desceu do norte, dizendo sim à paixão e morando na filosofia” e tem como objetivo propor uma análise acerca da influência literária, poética e principalmente filosófica na discografia do cantor e compositor cearense Antônio Carlos Belchior, evidentes em sua musicalidade bem como a mensagem transmitida através de sua vasta obra a qual é considerada atemporal pelo frescor da atualidade que a mesma reflete.

Busca descrever a trajetória, discografia, e as experiências adquiridas pelo cantor e compositor que influenciaram em suas canções, chamando a uma reflexão do contexto social, político e econômico de sua época, bem como quanto sua relação com a mídia e com o público e sua importância e as implicações em divulgar a cultura erudita sob o viés da musica popular brasileira através de mensagens comuns e cotidianas a seus conterrâneos e em última instância a milhares de brasileiros e cidadãos latino-americanos.

Belchior, dotado de um profundo senso crítico, se utilizou de diversas metáforas e fragmentos de poesias e da literatura brasileira e mundial para de maneira única e filosófica cantar o amor, a vida, a rebeldia e as inquietações da alma, através da música, transitou pela política em uma perigosa época da história latino americana, cantou os sentimentos humanos de uma forma geral e em especial do povo oprimido, sofrido, com seus medos, suas angústias e suas esperanças.

Palavras-chaves: Belchior, poesia, paixão, música, filosofia.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho ressalta a importância da música do cantor, compositor, músico, desenhista, caricaturista, produtor, artista plástico e professor Antonio Carlos Belchior.

A presente proposta tem como objetivo reconhecer e registrar a importância e a influência da força das letras do compositor Belchior na qual remete a diversas e influentes personalidades em diversos ramos da cultura e principalmente sob o aspecto filosófico constituindo-se de um trabalho de investigação qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica através de coleta de dados em trabalhos acadêmicos, reportagens, entrevistas, revistas especializadas e plataformas de mídia.

Busca descrever e demonstrar sua influência no campo da poesia e da filosofia, além de concluir e apontar o legado que deixou como aplicação e objeto de reflexão as futuras gerações vindouras.

Belchior, nascido e criado no nordeste brasileiro, porém, inconformado, rebelde e ávido por adquirir cultura e conhecimento decide tentar a vida em um ambiente totalmente diferente e inóspito, realiza seu sonho de se tornar um artista se tornando um cidadão do mundo sem, no entanto jamais esquecer sua regionalidade e suas raízes, transmitindo através de suas letras e canções, mensagens metafóricas, se utilizando para isso de diversos fragmentos da poesia, da literatura e de obras de outros grandes nomes da musica nacional e internacional.

Buscamos no presente trabalho evidenciar a mensagem metafórica de suas canções sempre permeadas pelos grandes filósofos tanto da antiguidade como da era moderna, os quais em uma análise e uma correlação entre suas canções e a Filosofia procura demonstrar a intenção e a preocupação do artista em promover uma reflexão de temas que envolvem amor, política, sociedade, vida, etc. e principalmente quanto à necessidade de se provocar mudanças internas e externas através da poesia de suas composições quase sempre dotadas de um simbolismo hermético evidenciando a vida sofrida e dolorosa da grande população deste país com dimensões continentais neste nem tão pequeno canto da América Latina.

2. ANTONIO CARLOS BELCHIOR, TOCANDO POR MÚSICA E MORANDO NA FILOSOFIA

A obra do cantor e compositor Belchior inegavelmente nos deixa um legado a ser preservado, estudado e admirado pelas gerações futuras.

 A música enquanto arte é linguagem comum a toda humanidade e possui inúmeras funções na sociedade humana, tais como prazer estético, expressão musical, diversão, socialização e comunicação. 

A análise das letras de canções populares que tratam de temas do dia a dia do cidadão comum é uma notável ferramenta, pois nos permite e possibilita uma estimulação e um desenvolvimento pessoal, social e cultural, colaborando para entendermos melhor uma passagem, um momento histórico, as peculiaridades de uma determinada região geográfica, etc., sem mencionar a benesse que nos proporciona a música em relação a uma boa saúde mental.

Nós, seres humanos somos musicais por natureza, amamos cantar e nos deleitar ouvindo uma boa música. A música, atestada pela própria ciência pode ser utilizada para motivar pessoas, plantas e animais servindo não somente para proporcionar prazer, mas também como efeito curativo a alma e ao corpo.

É de conhecimento geral a proximidade entre a história da música e a história da filosofia. Rousseau, Nietzsche e Adorno, eram envolvidos com a música, pois também foram compositores. Adorno disse certa vez: "Estudei filosofia e música. Em vez de me decidir por uma, sempre tive a impressão de que perseguia a mesma coisa em ambas".

Este fato inegável e recorrente no pensamento ocidental pode ser confirmado em textos que vão desde os pré-socráticos até autores mais recentes, sendo possível assim elencar um contingente de músicos teóricos e/ou práticos e filósofos que teceram longas ou breves discussões sobre esta intersecção.

Os gregos, já antes mesmo de Sócrates e Platão, já possuíam a idéia e o conceito de arte e música, não com a mesma definição que hoje utilizamos. A palavra “arte” é de origem latina, arché. O mais próximo do que hoje entendemos como arte na Grécia antiga era conhecida como techné, que seria o “saber fazer”, mais precisamente o fazer poético (poiesis).

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