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O Conhecimento A Dialetica A Arte E O Amor Platonico

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Por:   •  20/4/2013  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  1.340 Visualizações

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O conhecimento a dialetica a arte e o amor platonico

A anamnese, raiz do conhecimento

De que forma pode o homem ter acesso ao inteligível?

Platão descobre um caminho totalmente novo: o conhecimento é “anamnese”, ou seja, uma forma de “recordação” daquilo que já existe desde sempre no interior de nossa alma.

O Menon apresenta essa doutrina sob dupla forma: uma de caráter mítico e outra dialética.

A forma de caráter mítico-religioso: alma é imortal e renasce muitas vezes. Conseqüentemente, a alma viu e conheceu toda a realidade, a realidade do outro mundo e a realidade deste mundo. Sendo assim, é fácil compreender que a alma pode conhecer: ela deve extrair de si mesma a verdade que já possui desde sempre; e esse “extrair de si mesma” é “recordar”.

Entretanto, logo em seguida, no Menon: Após a exposição mitológica, Platão realiza uma “experiência maiêutica”: interroga um escravo ignorante de geometria e consegue fazer com que ele, apenas através do método socrático da interrogação, resolva um complexo problema de geometria (implicando basicamente o teorema de Pitágoras). Logo — argumenta Platão —, como o escravo nada aprendera de geometria antes, ele a soube encontrar por si mesmo, concuindo que a extraiu de dentro de sua própria alma, isto é, recordou-se dela. Aqui, a base da argumentação, longe de ser um mito, é um fato: o escravo como qualquer pessoa, pode extrair de si mesmo verdades que antes não conhecia e que ninguém lhe ensinou.

Platão apresentou uma nova confirmação da anamnese apelando para os conhecimentos matemáticos. Argumenta Platão: com os sentidos, constatamos a existência de coisas iguais, maiores e menores, quadradas, circulares e outras semelhantes. Entretanto, com atenta reflexão, descobrimos que os dados que a experiência nos fornece — todos os dados, sem exceção — não se equacionam jamais, de maneira perfeita, com as noções correspondentes que possuímos: nenhuma coisa sensível é “perfeitamente” e “absolutamente” quadrada ou circular. Então, é necessário concluir que existe um certo desnível entre os dados da experiência e as noções que possuímos: as noções contêm algo mais do que os dados da experiência. Qual a origem desse algo mais? Se ele não deriva nem pode estruturalmente derivar dos sentidos, isto é, de fora, sua origem está dentro de nós. Os sentidos nos proporcionam apenas conhecimentos imperfeitos. Nossa mente (nosso intelecto), ao se deparar com os dados dos sentidos, voltando-se para a própria profundeza, encontra neles a ocasião para descobrir em si os conhecimentos perfeitos correspondentes. E, visto que não os produz, não resta senão concluir que ela os encontra em si e os extrai de si como algo “originariamente possuído”, ou seja, deles “se recorda”.

Os graus do conhecimento: a opinião e a ciência

Em A República, “Platão parte do princípio segundo o qual o conhecimento é proporcional ao ser, de modo que aquilo que é ser em grau máximo pode, ser perfeitamente conhecido, posto que o não-ser é absolutamente incognoscível. Entretanto, como existe uma realidade intermediária entre o ser e o não-ser, isto é, o sensível, que é uma mescla de ser e não-ser enquanto sujeito ao devir, Platão acaba por concluir que também desse “intermediário” existe um conhecimento igualmente intermediário entre ciência e ignorância: um tipo de conhecimento que não se identifica com o conhecimento verdadeiro, cujo nome é “opinião” (doxa).

Para Platão, a opinião é quase sempre enganadora. Pode até ser verdadeira e reta, mas não pode possuir em si mesma a garantia de sua retidão, permanecendo sujeita a alterações, assim como mutável é o mundo sensível ao qual ela se refere. Para fundamentar a opinião e garantir-lhe a verdade, impõe-se, tratá-la com o expediente do “raciocínio causal”, isto é, firmá-la através do conhecimento da causa (da Idéia). Desse modo, porém, a opinião deixaria de ser opinião, transformando-se em ciência ou epistéme.

Platão explica ainda que tanto a opinião como a ciência realizam-se em dois graus diferentes: a opinião se divide em simples imaginação e a crença, enquanto que a ciência se desdobra em ciência intermediária e em inteleção pura. A cada grau ou forma de conhecimento corresponde um grau ou forma de realidade e de ser. A eikasía e à pistis simples imaginação e a crença correspondem os graus do sensível, referindo-se a simples imaginação às sombras e às imagens sensíveis das coisas, enquanto que a crença corresponde às coisas e aos próprios objetos sensíveis. A diánoia e a noesis ciencia intermediária e a intelecção pura se referem a dois graus do inteligível (ou, segundo alguns, a dois modos de captar o inteligível). A ciencia intermediaria consiste no conhecimento matemático-geométrico, ao passo que a intelecção pura se identifica com o conhecimento dialético das Idéias. A diánoia (conhecimento intermediário) opera ainda em torno de elementos visíveis (por exemplo, as figuras traçadas nas demonstrações geométricas) e de hipóteses. A inteleção pura se exerce através da captação pura das Idéias e do princípio supremo e absoluto do qual dependem todas as Idéias (a Idéia do Bem).

A DIALÉTICA

Os homens comuns se detêm nos dois primeiros graus do conhecimento, não ultrapassam o nível da opinião.

Os matemáticos ascendem ao nível da ciencia intermediaria; entretanto somente o filósofo tem acesso às inteleção pura e à ciência suprema.

O intelecto e a inteleção supera as sensações e os elementos do sensível, com um processo discursivo e intuitivo, ascende de Ideia em Ideia até a captação da Ideia suprema, ou seja, do Incondicionado. Este processo constitui a “dialética”.

Existe uma dialética ascendente que liberta dos sentidos e do sensível, conduz às Ideias e, ascendendo de Ideia em Ideia, alcança a Ideia suprema.

Existe uma dialética descendente que percorre o caminho inverso, para da Ideia suprema ou de Ideias gerais e, por um processo de divisão ou diairético, isto é, mediante a distinção progressiva das Ideias particulares contidas nas Ideias gerais, consegue estabelecer a posição que uma Ideia ocupa na estrutura hierárquica do mundo das Ideias.

Resumindo: A dialetica consiste na captação, baseada na intuição intelectual, do mundo Ideal, da sua estrutura e do lugar que cada Idéia ocupa em relação as outras Idéias nessa estrutura.

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