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O Método Dialético

Por:   •  6/12/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.094 Palavras (9 Páginas)  •  269 Visualizações

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2.5 - MÉTODO DIALÉTICO

        A dialética surge na Grécia como método científico, sendo na época considerada o próprio pensamento científico, tendo como grandes expoentes Heráclito, Sócrates, Platão e Aristóteles. A dialética se define como a forma de analisar a realidade a partir de contraposições, conflitos e confrontação de teses e hipóteses. Em resumo, é o diálogo, ou debate, como meios de formar, ou desenvolver um pensamento racional e científico. (TODA MATÉRIA)

Através da dialética, sempre se tem uma nova conclusão a casa nova teoria, ou como diria Hegel, a cada tese e antítese, pois contextualiza o objeto de estudo de forma dinâmica, ou seja, analisa-o de forma histórica, social e cultural. Justamente por esse motivo, há este conflito de ideias. Certa teoria, ou certa situação pode variar ao ponto de vista de diferentes pessoas por se encontrarem em situações sociais e culturais diferentes. Não somente isso, pois pessoas inseridas numa mesma sociedade podem também ter diferentes pontos de vista por distanciarem de conhecimento cultural uma da outra. (TODA MATÉRIA) (LIVRE PENSAMENTO)

Quando duas pessoas exercitam, ou exercem a dialética entre si, há conflito de ideias, e deste conflito surgem novas ideias. Esta dinâmica era considerada por Platão como a legítima filosofia, ou a própria definição de pensamento científico. Para Platão, a dialética era algo que agia sobre a forma material, era metafísico, espiritual. Ele parte sua dialética do senso comum, ou seja, questiona o indivíduo e sua opinião para buscar novas formas de ver o mundo e alcançar a verdade, ou simplesmente refleti-la. Exige o esforço do indivíduo de libertar-se dos preconceitos e da superficialidade do senso comum. (TODA MATÉRIA)

Esta contraposição de ideias foi sistematizada por Hegel como a síntese de teses e antíteses, isto é, ele separa a busca da reflexão da verdade em 3 momentos: A tese, onde há uma ideia, pensamento primordial levantado por um indivíduo; a antítese, que seria a contraposição ou a contradição desta ideia; e a síntese, que seria o resultado deste confronto. A síntese por sua vez vem a tornar-se outra tese a ser rebatida. Cria-se um ciclo infinito onde o resultado seria a verdade absoluta. Hegel em sua filosofia coloca que as coisas (o objeto) só existem quando falamos sobre elas, porém, para falarmos sobre elas devemos já ter tido contato, ao contrário da filosofia de Kant, que diz que o objeto é ele por si próprio, tendo o indivíduo ou não, um conhecimento sobre ele. Hegel define essa relação Sujeito x Objeto como mediação, esta, como matéria fundamental da sua dialética. Um terceiro princípio levantado por Hegel em sua dialética é o da totalidade. Onde ele coloca que tudo tem uma inter-relação, ou interdependência, isto é, um ser e o nada, por exemplo, são contraditórios, porem são um só. O ser é o ser e o “não-nada”, e o nada é o “não-ser” e o próprio nada, logo um depende do outro para ser verdade. Na filosofia de Hegel, ele coloca essa relação como a consciência em-si-para-si, sendo o mais alto nível de consciência que o indivíduo pode alcançar. Logo, essa interdependência tende a dizer que, mesmo tudo tendo sua individualidade particular, dentro de um âmbito específico ele está em uma totalidade (tudo é um). Hegel exemplifica que o homem é o que ele faz da sociedade e ao mesmo tempo o que a sociedade faz dele, logo, tudo é uma única coisa, uma totalidade. Essa totalidade seria uma síntese entre a contradição (primeiro princípio) e a mediação (segundo princípio), essa totalidade pode ainda não ser absoluta, pois há ainda objeção para a contradição desta totalidade. Afinal, nada na natureza cessa, tudo está em constante movimento, inclusive a verdade. (FRAGMENTOS DE FILOSOFIA) (LIVRE PENSAMENTO)

Karl Marx, por sua vez, discorda de Hegel, e acha sua ideia sobre a dialética incompleta e insustentável por conceber essa contradição do movimento dialético apenas ao mundo espiritual, ou seja, Idealista. Marx acreditava que o mundo material que condicionava o homem e suas ideias. Surge então a originalidade de Marx com o Materialismo Dialético, e o considerado “início do método científico dialético”. Marx faz sua análise dialética em torno das relações sociais e econômicas baseada em fatos históricos e culturais, fundamentadas em grandes obras como O Capital e A Sagrada Família. A sua tese seria que a essência do homem se objetiva no trabalho, porém (antítese) esse trabalho seria uma alienação. Logo, (síntese) o comunismo viria como negação dessa relação homem-trabalho.

Em resumo, Marx usa da alegação das classes sociais no sistema capitalista, onde há os que detêm os meios de produção de trabalho, a burguesia, e os que vendem seu trabalho para estes, o proletariado. O comunismo seria a negação, ou supressão destas classes. Para ele, essa supressão deveria partir de movimentos revolucionários, como ele cita em A Sagrada Família, o proletariado tem então a missão de mudar a história. Como resposta prática às ideias de Marx, os trabalhadores instituíram em oposição ao movimento capitalista, a ditadura do proletariado, um estado que estabeleceria uma iniciativa ao movimento comunista, porém provisório.

Marx concebe essa ideia do movimento comunista e a ditadura do proletariado na sua obra O Manifesto Comunista, porém, não há um guia, ou uma receita para isso. Até os dias atuais não houve indícios de sistemas governamentais que seguissem a ideia de Marx em sua totalidade com sucesso, pelo contrário, ao invés de sínteses que seriam o resultado dessas revoluções, houve mais conflitos e menos aceitação por parte da sociedade como um todo – em todos os casos, a ditadura fora instituída como forma de governo. (FRANCISCO ANTONIO DE VASCONCELOS) (LIVRE PENSAMENTO) (SALATIEL, 2008)

Ao lado de Marx, Engels foi outro grande expoente da dialética materialista. Juntos elaboraram um conjunto de leis expostas em sua obra Dialética da Natureza. São essas leis fundamentais:

  1. Ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”;
  2. Mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”;
  3. Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa;
  4. Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários.

A ação recíproca diz respeito à relação de todas as coisas, onde tudo, ou toda a realidade, sendo a natureza ou a sociedade, está relacionada por laços necessários e recíprocos. Nada existe isolado, único, destacado do demais, mas sim como um todo único e coerente. Tanto a natureza quanto a sociedade, onde tudo que há nelas se relaciona necessariamente. Ou seja, a base ideal do coletivismo. Para Engels, o mundo e a dialética se relacionam por não serem estáveis, estão sempre em movimento. Na dialética, “o fim de um processo é sempre o início de outro”. (LIVRE PENSAMENTO)

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