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TOMÁS DE AQUINO: FILOSOFE ADMINISTRATIVO

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Por:   •  24/5/2014  •  Tese  •  3.379 Palavras (14 Páginas)  •  164 Visualizações

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TOMÁS DE AQUINO: UM FILÓSOFO ADMIRÁVEL

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*

Primeiros anos

Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios. Nasceu em março de 1225 no castelo de Roca-Sica, perto da cidade de Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu pai, conde de Landulfo d’Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino. Aí iria ser educado pelos sábios monges beneditinos, ordem religiosa fundada por Bento de Núrsia exatamente naquele local.

Tomás fez com raro brilhantismo os primeiros estudos. Mais tarde freqüentou a Universidade de Nápoles. Conheceu então os frades dominicanos, seguidores de Domingos de Gusmão, fundador da ordem dita dos pregadores. Tinha dezoito anos e resolveu fazer-se dominicano. Seus pais e irmãos ficaram decepcionados, pois Tomás era genial e tinha uma carreira fulgurante pela frente. Não queriam que ele fosse um frade de uma ordem mendicante.

Como a família o importunasse no Convento de Nápoles, Tomás foi transferido para Paris. À força foi de lá retirado e trazido de volta ao castelo paterno. Tudo fizeram para lhe tirar da cabeça a idéia de ser padre. Nada o convencia: nem rogos, nem promessas de uma existência com tudo que uma família rica pode oferecer.

A tentação e a vitória

Seus irmãos imaginaram armar-lhe uma cilada. Foi um plano realmente diabólico. Introduziram no seu quarto uma mulher bonita, charmosa, jovem, mas sem moral.

Pensaram eles que Tomás não resistiria. Entregar-se-ia a ela. Desistiria de sua vocação eclesiástica. A provocação era de baixo nível. Grande a tentação. Ao entrar a moça no quarto, Tomás compreendeu que deveria agir sem demora. O perigo era iminente. Então ele que estava entregue a uma piedosa leitura, imediatamente se levantou. Arrancou um tição da lareira. Com ele na mão, como uma espada de fogo, pôs a mulher em fuga.

A moça gritou e sumiu. Deve ter pensado que estava a lidar com um louco furioso agitando chamas, ameaçando, na aparência, deitar fogo à casa. Tomás, logo que ela saiu foi correndo até à porta, a fechou e a trancou. Num impulso natural esmurrou o tição incandescente na porta e traçou nela com o carvão um grande sinal da cruz. Jogou o que sobrou do carvão no fogo. Sentou-se de novo na sua cadeira e voltou a estudar.

Após dois anos, sua mãe Teodora concordou em libertá-lo. Deixou-se seguir para o convento de Nápoles em 1245. Acompanhado pelo Superior Geral, João o Teotônico, Tomás partiu para Paris. Dali foi para Colônia na Alemanha. Foi discípulo de Santo Alberto Magno com o qual logo se afinou culturalmente. Os estudantes de Colônia eram ávidos de discussões filosóficas. Nelas Tomás tomava parte ativamente.

Grande o proveito que tirou das sábias preleções de filosofia e teologia de Alberto Magno, cujos conhecimentos eram enciclopédicos. Com ele Tomás aprendeu que a verdadeira vida de um ser racional é fazer de sua inteligência uma ascensão contínua até chegar aos mais altos conhecimentos inteligíveis, atingindo a ciência da alma e a ciência de Deus. Ótimo discípulo, Tomás se distinguiu entre os colegas, obtendo fama pelo seu talento indiscutível.

Seus famosos escritos

Em 1252 Tomás em Paris ensinava como bacharel. Segundo o método da época, deste modo poderia alcançar o título de mestre e doutor. Escreveu neste período comentários ao livro de Sentenças de Pedro Lombardo, obra composta entre 1150 e 1152. Comentou também o Profeta Isaías e o Evangelho de São Mateus.

Passados quatro anos era doutor e escrevia a Suma contra os Gentios, na qual faz uma exposição da crença cristã para uso dos missionários. São quatro livros dos quais os três primeiros tratam de verdades acessíveis à razão e o quarto livro das verdades de fé propriamente ditas.

Em 1268 iniciou a Suma Teológica, sua principal produção. Consta ela de três partes, subdivididas em questões e artigos. As duas primeiras partes datam dos anos de 1266 a 1272. A terceira, iniciada em 1272, ficou incompleta. Foi complementada pelo companheiro e amigo fiel de Tomás, Reginaldo de Piperno. Esta parte se chama

Morte imprevista

Quando Tomás de Aquino tinha cinqüenta e três anos, a 7 de março de 1274, foi surpreendido pela morte no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava a caminho de Lião onde, por ordem do Papa Gregório X, iria participar do Concílio de Lião. Ainda no leito de morte encontrou forças para falar aos monges sobre o livro da Bíblia denominado Cântico dos Cânticos.

Após seu falecimento ele entrou para a História com o título de Doutor Angélico, dada a culminância espiritual que atingiu e a perfeição de sua existência.

Conta-se que certa ocasião, diante de um Crucifixo, Tomás ouviu de Jesus estas palavras: “Bem escrevestes sobre mim, Tomás, que prêmio quereis”? Respondeu ele: “Nada senão a Ti mesmo, Senhor”. Prestes a morrer pronunciou estas palavras, após receber a Eucaristia: “De ti, Senhor, me veio o preço da redenção da minha alma! Todos os meus estudos, vigílias e trabalhos foram por teu amor”.

Conta-se que naquele dia 7 de março de 1274 Alberto Magno que se achava em Colônia, na Alemanha, com lágrimas nos olhos comunicou aos frades: “O irmão Tomás de Aquino, meu filho em Cristo, luz da Igreja, morreu. Deus acaba de me revelar isto”. Teve, portanto, a longa distância a percepção do falecimento de seu discípulo exemplar.

O corpo de Tomás de Aquino repousa na Catedral de Tolosa, na França. Foi declarado Santo pelo Papa João XXII que o canonizou em 1323. Paulo V em 1567 o declarou Doutor da Igreja e Leão XIII o proclamou em 1879 padroeiro de todas as escolas católicas. Venera-se sua memória a 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi transladado para Tolosa, em 1369.

Ensinamentos de Tomás de Aquino

Tomás de Aquino acentuou a diferença entre a Filosofia, que estuda todas as coisas pelas últimas causas através da luz da razão, e a Teologia, ciência de Deus à luz da revelação.

Mostrou que o homem é o ponto de convergência de toda a criação e que nele se encerram, de certo modo, todas as coisas.

Ensinou que há uma união substancial entre a alma e o corpo. Isto é o fundamento maior da dignidade da pessoa humana. Esta é um corpo que está enformado por uma alma ou uma alma a enformar um corpo.

Defendeu o livre arbítrio, ou seja, a liberdade da vontade humana para aderir ao bem ou ao mal, donde a responsabilidade

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