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VOLTAIRE E A RELIGIÃO

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Por:   •  8/6/2013  •  816 Palavras (4 Páginas)  •  390 Visualizações

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VOLTAIRE E A RELIGIÃO

Apesar de sua acentuada crítica à Igreja Católica. Ao estudar e questionar a fundamentação doutrinal do catolicismo, Voltaire apresenta-nos de forma contundente o significado e a importância da Igreja Católica, por ele denominada de Igreja Romana, para a formação da sociedade francesa, bem como para o debate das mudanças em processo na França setecentista.

Voltaire em sua crítica a Igreja Romana assume postura anticlerical, tanto em suas obras literárias como nas históricas. Utiliza-se da literatura para divulgar suas teses e discutir com seus pares as teses que lhe são mais caras. Por exemplo, em O Ingênuo, obra de 1767, contrapõe-se a tese do homem natural de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), como destaca Sérgio Milliet, “o princípio é bem característico da filosofia do genebrino: o Ingênuo é honesto, franco, espanta-se com nossas ridículas convenções, mas a conclusão se revela contrária à idéia de volta à natureza”.

Ao propor uma religião aos homens tendo em vista os desvios da Igreja

Romana, Voltaire apresenta o que denomina de Religião Natural, a defender que:

Proponhamos a eles um Deus que não seja ridículo, que não seja desonrado por contos-da-carochinha, eles o adorarão sem rir e sem murmurar; temerão trair a consciência que Deus lhes deu. Têm um fundo de razão, e essa razão não se revoltará. Pois, afinal, embora seja loucura reconhecer outro soberano além do soberano da natureza, não é menos loucura negar a existência

desse soberano, embora haja alguns argumentadores cuja vaidade enganava sua própria inteligência a ponto de lhe negar a inteligência universal, a grande maioria ao ver os astros e os animais organizados, sempre reconhecerá a potência formadora dos astros e do homem. Em suma, o homem honesto submete-se com mais facilidade a curvar-se ante o Ser dos seres do que às ordens de um nativo ou de Belém. Será verdadeiramente religioso

esmagando a superstição. Seu exemplo influenciará a população, e nem os padres nem os velhacos terão de ser temidos.

(VOLTAIRE, 2006, P. 174).

A característica central da religião natural proposta por Voltaire é a possibilidade de o homem, apesar de sua crença, poder refletir. Abomina as irracionalidades, superstições apregoadas pelas religiões, que segundo Voltaire, são contrárias a natureza racional do homem e a própria inteligência universal. Para Voltaire, tudo o que vá contra essa inteligência universal levará os homens a intolerância e ao fanatismo.

Para estruturar sua crítica à Igreja Romana, Voltaire faz estudo minucioso e comparativo de seu livro sagrado, a Bíblia, e de seus dogmas confrontando-os com os de outras religiões. Entende por religião apenas o que denomina Religião Natural e, por isso, adjetiva todas as demais religiões instituídas de seitas, sejam elas cristãs ou não.

Nos capítulos XXVII e XXVIII da obra Deus e os homens, Voltaire apresenta as influências dos mitos e fatos de outras culturas incorporados pelos judeus. Destaca-se que ao fazer tais constatações, Voltaire tem a intenção de demonstrar que não há motivos para as divisões religiosas e, sobretudo, para os

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