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Estruturação Urbano-Industrial Do Estado De São Paulo

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Por:   •  19/9/2013  •  6.845 Palavras (28 Páginas)  •  363 Visualizações

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OS EIXOS DE DESENVOLVIMENTO E A ESTRUTURAÇÃO URBANO-INDUSTRIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

Universidade Estadual Paulista, UNESP, câmpus de Presidente Prudente.

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Os eixos de desenvolvimento e a estruturação urbano-industrial do estado de São Paulo, Brasil (Resumo)

Partindo da relação existente entre os processos de urbanização e industrialização, este ensaio procura demonstrar as condições que fizeram com que a cidade de São Paulo se tornasse o principal centro urbano-industrial do Brasil e da América do Sul. Também almeja explicar os principais conceitos relacionados com o fenômeno da metropolização, para depois se dedicar a um estudo mais atento das três regiões metropolitanas do Estado de São Paulo e da expansão urbano-industrial iniciada nos anos 1970, partindo da metrópole paulista em direção ao interior do Estado seguindo os principais eixos de desenvolvimento, isto é, as principais rodovias, dentre elas a Presidente Dutra, Anhangüera e Bandeirantes, Castelo Branco, Washington Luiz e outras.

Palavras-chave: urbanização, industrialização, metropolização, desconcentração, eixos de desenvolvimento.

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The axles of development and the urban-industrial structuration of the state of São Paulo, Brazil (Abstract)

Departing from the existent relationship between the urbanization process and industrialization, this essay attempts to demonstrate the conditions underwhich the city of São Paulo became the principle Brazilian and South American urban-industrial center. It also seeks to explain the principle concepts related to the phenomenon of metropolization, which will later be dedicated to a more intensive study of the three metropolitan areas of the State of São Paulo and of the urban-industrial expansion during the 1970’s which left the metropolis of São Paulo at the center of State development axes due to the creation of principle highways, among them the Presidente Dutra, Anhangüera and Bandeirantes, Castelo Branco, Washington Luiz and others.

Keywords: urbanization, industrialization, metropolization, disconcentration, development axes.

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Introdução

No Brasil, segundo os critérios oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considera-se como cidade toda a sede de município, independentemente do número de habitantes e das funções desempenhadas pela maioria da população.

Considerando como urbano tudo o que está localizado dentro do perímetro urbano do município (uma determinação municipal), além dos distritos e das áreas de expansão urbana, como os condomínios fechados, por exemplo, o censo de 2000 do IBGE aponta um grau de urbanização no Brasil de 81,23%.

Assim, apesar de alguns autores, como José Eli da Veiga só considerar urbano os municípios com mais de 20 mil habitantes, o critério brasileiro oficial é o da localização (perímetro urbano), embora outros países possuam outras formas de análise, como a função urbana, a destinação urbana, a densidade populacional, as formas de trabalho, o número de habitantes e muitos outros.

Feitas estas considerações iniciais, este ensaio tem por objetivo um breve estudo sobre a estruturação urbano-industrial do Estado de São Paulo, Brasil, com base na teoria dos eixos de desenvolvimento. Para tanto, faz-se mister tecer considerações sobre o fenômeno da metropolização e da desconcentração urbano-industrial, esta em curso desde a década de 1970. Inicialmente, faz-se necessário um breve histórico sobre a urbanização brasileira, a qual progredia à medida que o país ia se industrializando, principalmente a partir dos anos 1940.

Urbanização e industrialização no Brasil

Apesar das cidades terem se originado na Antigüidade, foi a partir do desenvolvimento industrial que a urbanização acentuou-se consideravelmente.

A Revolução Industrial (1750) teve por palco a área urbana e a fábrica é um fenômeno necessariamente urbano:

Ela exige, em sua proximidade, a presença de um grande número de trabalhadores. O seu grande volume de produção requer serviços de infra-estrutura (transportes, armazenamento, energia etc.), que constituem o cerne da moderna economia urbana. Quando a fábrica não surge já na cidade, é a cidade que se forma em volta dela. (SINGER, 1977, p. 24-25).

Desde o final do século XVIII, urbanização e industrialização foram processos complementares, associados um ao outro. As primeiras máquinas exigiam grande quantidade de trabalhadores vivendo próximos das fábricas e, para a comercialização dos produtos industrializados, eram necessários os estabelecimentos comerciais, que são típicos do meio urbano. Também a infra-estrutura criada para atender aos interesses de algumas fábricas, como abertura de estradas, ruas, fornecimento de energia, água encanada, meios de comunicação, atraiu novas indústrias para as cidades, aumentando a concentração de pessoas no espaço urbano.

Na medida em que crescia a industrialização, as sociedades iam também se urbanizando. A industrialização oferecia empregos urbanos à população rural que deixava os campos em busca de novas oportunidades de vida, em razão de mudanças estruturais, como a mecanização da agropecuária, que diminuiu a necessidade de mão-de-obra no campo, ao mesmo tempo em que crescia a necessidade de trabalhadores nas fábricas e nos serviços urbanos.

Deste modo, em muitas partes do mundo, principalmente nos países que estavam se industrializando, a população urbana passou a crescer mais do que a população rural, caracterizando o processo de urbanização. Para que haja urbanização, faz-se necessário que a população urbana aumente em relação à população total de um país.

A transição de um Brasil agrário para um país urbano foi uma conseqüência direta do processo de industrialização que tomou grande impulso na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, que implementou o modelo de industrialização como forma de substituição das importações.

Furtado (1964) afirma que, com a retração do mercado mundial oriunda da crise

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