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Movimento Operario No Brasil Na Decada De 1950e1960

Pesquisas Acadêmicas: Movimento Operario No Brasil Na Decada De 1950e1960. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/9/2013  •  553 Palavras (3 Páginas)  •  33.861 Visualizações

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Ao longo da década de 50, o Brasil vivencia um crescente recrudescimento da luta entre as classes sociais e suas frações internas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e a consolidação da hegemonia dos EUA sobre o mundo, a burguesia norte-americana consolida novas posições na economia brasileira e desata uma ofensiva para conquistar um controle sobre o Estado que melhor corresponda ao seu poder económico. A classe operária e os camponeses pobres protagonizam uma dinâmica crescente de lutas e criam novas formas de organização. As Forças Armadas são atingidas por este novo momento da luta de classes, provocando divisões em sua cúpula e rebeliões em suas bases.O ascenso operário e camponês na década de 50

Desde 1953, com a chamada “greve dos 300 mil” em SP, tem início um ascenso grevístico que, ao longo da década de 50, vai se espalhar por todo o país, abrangendo um número cada vez maior de categorias. A classe operária cresce numericamente, aumenta sua concentração em determinados centros produtivos. Marcada por fluxos e refluxos conjunturais, desenvolve-se uma curva ascendente de greves que têm como eixos centrais a luta contra o aumento da carestia de vida, que constituía um componente central do modo de acumulação de capital utilizado pela burguesia nestes anos, mas que vão ganhando, com o passar dos anos, crescentes níveis de politização e de radicalização; passando a combinar-se com ondas de saques a depósitos e armazéns em 1959 e chegando atingir, em de 1960, mais de 1 milhão e meio de trabalhadores em suas várias paralisações. Estas greves vão dar lugar a várias coordenadoras intersindicais regionais que unificam os setores mais combativos de diferentes categorias - contrapondo-se à estrutura sindical oficial, na qual era proibida a articulação sindical entre distintos ramos da produção -, como por exemplo o Pacto de Unidade Intersindical (PUI), que surge em 1953 em SP; e o Pacto de Unidade e Ação (PUA), que surge em 1960 no RJ, ambos tendo cumprido um papel chave no surgimento do Comando Geral de Greve que vai centralizar as lutas operárias em todo o país a partir de 1961.

Simultaneamente, o processo de expansão do capitalismo no campo, ao expulsar massivamente os camponeses pobres de suas terras, dá lugar e crescentes lutas de resistência que se enfrentam com o latifúndio e a novas formas de organização que passam a coordenar e dirigir essas lutas regionalmente e nacionalmente. É nesse marco que surge, em 1955, no interior de Pernambuco, a Liga Camponesa da Galiléia, que a partir de um longo processo de resistência, que combinava a utilização do Código Civil em defesa dos moradores com a ação política nas cidades e a resistência à repressão no campo, vai culminar na desapropriação do terreno votada pela Assembléia Legislativa do Estado em 1959. Essa experiência vai se estender como efeito demonstração por 13 estados do país, dando origem às Ligas Camponesas, que com o passar dos anos vão assumir pra si a luta pela reforma agrária.

A desapropriação da Galiléia, realizada pelo Estado burguês com o deslocamento compulsório da maior parte das famílias e o controle da burocracia estatal sobre a produção ao invés do controle democrático dos próprios camponeses, cumpre um papel chave para o giro à esquerda que as Ligas vão empreender a partir de 1960, quando, impactados pela Revolução Cubana, passam a impulsionar

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