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SEA ARALA

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Por:   •  29/10/2014  •  Tese  •  3.175 Palavras (13 Páginas)  •  168 Visualizações

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O MAR DE ARAL

O Mar de Aral, um lago terminal alimentado por dois rios principais, (Sirdaria e Amudaria) forma uma fronteira natural entre o Kasaquistão e o Uzbequistão. Era o quarto maior lago mundial em 1960; hoje, está em vias de desaparecer num pequeno e sujo poço. A destruição do Mar de Aral é um exemplo de como uma tragédia ambiental e humanitária pode ameaçar rapidamente toda uma região. Tal destruição constitui um caso clássico de desenvolvimento não-sustentado. O Mar de Aral e toda a bacia do lago ganharam notoriedade mundial como uma das maiores degradações ambientais do Século XX causadas pelo homem. A redução do Mar de Aral captou a atenção e o interesse de governos, organizações ambientais e de desenvolvimento, leigos e comunicação social nos últimos anos em todo o mundo.

O Mar de Aral antes de 1960

O Mar de Aral fica situado a aproximadamente 600 km do Mar Cáspio. Costumava haver nele mais de 1.100 ilhas, separadas por lagoas e estreitos apertados, que deram ao mar o seu nome; na língua kasaque, Aral significa “ilha”. O Mar de Aral era, até 1960, o quarto maior lago do mundo, cobrindo uma área de 66 mil quilômetros quadrados, com um volume estimado de mais de 1.000 km cúbicos. Embora seja chamado um mar, na realidade é um lago terminal, alimentado por dois rios principais: Sirdaria no norte e Amudaria no sul. Embora o Mar de Aral se situe entre Uzbequistão e Kasaquistão, todos os cincos estados da Ásia Central compartilham a bacia do Mar de Aral, uma área de 690 mil quilômetros quadrados. Os caudais destes dois sistemas fluviais sustentavam um nível estável no Mar de Aral. Ao longo dos séculos, cerca de metade do caudal dos dois rios alcançou o Mar de Aral.

No lago, encontrava-se uma variedade de espécies de peixes que eram pescados, incluindo certas espécies que só existiam no Mar de Aral, entre eles o famoso esturjão de Aral. As suas águas alimentavam indústrias de pesca locais com capturas superiores a 40 mil toneladas anuais, enquanto os deltas dos seus principais afluentes abrigavam dezenas de lagos menores e terrenos alagadiços de grande riqueza biológica. Florestas cerradas de juncos e canas, algumas vezes estendendo-se vários quilômetros em direção ao mar, rodeavam as margens do lago. À volta do lago e no delta fluvial, viviam grandes populações de saikas (antílopes), javalis selvagens, lobos, raposas, almíscares, perus, gansos e patos.

O Mar Aral era como um grande oásis no deserto. Durante muitos séculos, as estepes e as regiões semi-desertas abrigaram vários grupos étnicos. Antes da chegada da Rússia imperial, a população que vivia na área do Mar de Aral era, predominantemente, nômade. Este modo de vida era, até certo ponto, essencial, devido às condições de desertificação ambiental. O clima é fortemente continental e a paisagem é do tipo semi-deserto. Somente na zona perto dos dois rios era possível ter agricultura e por esse motivo, as pessoas que estavam afastadas das margens dos rios, viviam unicamente da criação de gado. A primeira tarefa do governo imperial russo foi fixar a população em comunidades agrícolas. No final do século XIX, cultivou-se algodão a uma relativamente larga escala quando se introduziram novas tecnologias de irrigação. Foram abertos canais para facilitar o processo de irrigação e uma boa proporção da produção agrícola da Ásia central estava completamente dependente da irrigação.

Nos finais dos anos 30, sob o comando de Stalim, o ministério soviético da água iniciou um projeto maciço de desvio da água a fim de irrigar as estepes do Uzbequistão, Kasaquistão e Turkmenistão para os preparar para a cultura do algodão. Nos finais dos anos 30, sob o comando de Stalim, o ministro soviético da água iniciou um projeto maciço de desvio da água a fim de irrigar as estepes do Uzbequistão, Kasaquistão e Turkmenistão para os preparar para a cultura do algodão. O primeiro grande projeto de irrigação iniciou a operação em 1939 com a construção do canal que rodeava o Vale de Ferghana no Uzbequistão. A caminho dos finais dos anos 40, grandes quantidades de água do Rio Sirdaria foram desviadas para fins agrícolas para Kizil-Orda no Kasaquistão e para uma zona perto de Tashkent no Uzbequistão. O programa de propriedade coletiva de Stalim atingiu duramente os kasaques e calcula-se que mais de um milhão de pessoas morreram ou abandonaram a região dirigindo-se para países a sul do Kasaquistão. Os kasaques que ficaram não possuíam os conhecimentos necessários e a tradição na agricultura, por isso tiveram que trazer peritos de outras partes. Os camponeses da Ásia central não aceitaram a propriedade coletiva e a industrialização da agricultura, por isso, a produção de algodão no Uzbequistão e de trigo e arroz no Kasaquistão não aumentaram até perto do começo dos anos 40.

Entre os finais dos anos 50 e 1970 completaram-se vários canais de larga escala para servirem estas expansões da monocultura do algodão. Nikita Khrushchev (1953-1964) estava pessoalmente fascinado por uma agricultura que não necessitasse de húmus e que pudesse ser feita em solos arenosos, utilizando apenas grandes quantidades de água. Quer Kasaquistão quer Uzbequistão estendiam-se por vastas áreas de solos arenosos e ambos os rios passavam através deles com enormes caudais de água. Foi iniciado um programa para tornar a União Soviética auto-suficiente em trigo e algodão. O algodão requer um clima quente e foi por isso que a produção de algodão foi instalada no Uzbequistão, irrigada pelas águas do Amudaria. A produção de trigo, cevada, milho-miúdo e arroz foi colocada principalmente ao longo do Sirdaria e do seu sistema de irrigação no Kasaquistão.

A bacia de drenagem do Mar de Aral depressa se converteu numa bacia muito importante para a agricultura soviética. Projetos de irrigação a montante, para a produção de algodão e arroz, consumiam, como esponjas, mais de 90% do caudal natural destes rios. Chegados a este ponto, no começo dos finais dos anos 70, nenhuma água do Sirdaria chegava ao Mar de Aral e o Amudaria fornecia apenas um volume mínimo que decrescia constantemente. E a juntar a isto, e devido à elevada evaporação, estas terras concentraram muita salinidade. Para limpar o sal destes solos, construíram-se canais de drenagem que provaram ser inadequados. Grandes desvios, más construções de sistemas de irrigação e má conservação, e gestão errada dos recursos hídricos, são apontados como causas principais para a diminuição do caudal entrado no Mar de Aral o que, por sua vez, alterou o equilíbrio ecológico existente.

Morte do Mar de Aral

É publicamente aceite

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