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A CASA GRANDE SENZALA

Por:   •  27/10/2017  •  Resenha  •  1.011 Palavras (5 Páginas)  •  757 Visualizações

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PUC-SP

Fundamentos do sistema colonial na América portuguesa

Casa grande e Senzala

Gilberto Freyre

Docente: Maria Angélica

Discente: Rodrigo Santi

Gilberto Freyre, em seu texto "Casa grande e Senzala" reflete sobre a formação e as características da sociedade brasileira, a partir da organização social, política e econômica do Brasil Colônia. O autor foca em como se constituem as relações entre índios, negros e brancos  no período colonial, analisando as contribuições de cada um na formação da cultura e da estrutura social do Brasil contemporâneo. O trabalho de Freyre é fundamental para o entendimento dos antagonismos presentes na sociedade brasileira contemporânea, na medida em que o autor esmiúça a questão da miscigenação entre as etnias.

Características gerais da colonização do Brasil:formação de uma sociedade agraria, escravocrata e híbrida

       

         

          O capitulo que será analisado é o primeiro, "Características gerais da colonização do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida". Freyre analisa os fatores que contribuíram para a instalação e fixação da colônia portuguesa, e começa escrevendo sobre as características do português e sua história com o clima tropical. Ele começa exaltando a aptidão do português para a colonização híbrida e escravocrata dos trópicos devido suas experiências na Índia e na África, de clima tropical. E além disso, Freyre explica que o povo português é indefinido entre a África e Europa. Não faz parte exclusivamente de nenhum dos dois, tendo sua formação étnica e cultural influenciada pelos dois continentes. Portanto, o português carrega experiências culturais e características específicas, diferentes e semelhantes ao restante dos europeus, sendo difícil de definir o tipo normal de português. Segundo o crítico e historiador inglês Aubrey Bell, citado no texto de Freyre, a principal ideia de caráter do português é a de "vago nulo", a questão da imprecisão, que permite o português abrigar em si antagonismos. O caráter do português (comparação de Bell) "é como um rio que vai correndo muito calmo e de repente se precipita em quedas de água: daí a passar da "apatia" a "explosões de energia na vida particular e a revolução na vida pública", da "docilidade" a "ímpetos de arrogância e crueldade", da "indiferença" a "fugitivos entusiasmos"”

           Esses antagonismos expressam-se devido ao fator da bicontinentalidade, como escreve Freyre, sofrida pelos portugueses. A dualidade de sua cultura, europeia e africana, católica e a maometana, dinâmica e fatalista, fazem de seu regime colonial  no Brasil, em termos econômicos, políticos, morais e sociais, muito específico. Essas características e experiências do homem português permitiu seu sucesso na colonização e na adaptação às terras brasileira, como escreve o autor. O fator da miscibilidade foi fundamental para os portugueses, permitiu que eles suprissem o problema do volume humano, multiplicando-se em filhos com as mulheres de outras etnias. A miscigenação toma proporções exclusivas no processo de colonização do Brasil, ela vem acompanhada de uma forte sexualização da mulher morena, considerada a favorita pelos portugueses. A mulher mulata é permeada por uma cultura de objetificação extrema de seu corpo pelos colonizadores, responsáveis pela forte cultura sexual presente na sociedade brasileira contemporânea. A construção da imagem da mulher mulata, estabelecendo um papel social à ela essencialmente sexual e submisso é elemento fundamental na construção da sociedade patriarcal contemporânea.

         O português então, diferente dos outros europeus, ao se relacionar com as mulheres negras e indígenas, levando a miscigenação à um nível muito alto, teve mais facilidade na adaptação e permanência na terra dominada.

         Um fator importante no processo de colonização do Brasil é o clima. Como pensa Gilberto Freyre, apesar de os portugueses serem os europeus colonizadores mais próximos do clima tropical brasileiro, a diferença climática afetou esses colonizadores, fazendo-os mudar sua alimentação, e seu sistema de lavoura tradicional. Os colonizadores encontraram no Brasil um clima irregular e um solo desfavorável ao homem agrícola. Neste ponto o colonizador inglês levou vantagem. Sua colônia, os Estados Unidos, tinha clima muito parecido com o europeu, não comprometendo a vida econômica dos colonizadores.

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