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A Cabanagem

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Por:   •  20/6/2014  •  1.309 Palavras (6 Páginas)  •  926 Visualizações

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A Cabanagem

Por mais que o Brasil estivesse independente após a proclamação de D. Pedro I, este novo governo ainda suscitaria muitas revoltas de populações provinciais, graças à negligência política e o conflito de interesses com as elites locais.

A Cabanagem, revolta popular iniciada no Pará em 1835, foi uma das mais sangrentas batalhas contra o autoritarismo do governo. Os ricos fazendeiros, forte influência política em Belém na época do Brasil-Colônia, estavam perdendo suas forças partidárias com a ascensão de D. Pedro I ao trono. Somava-se à revolta a forte repressão do governador paraense Bernardo Lobo de Sousa, que assumiu em 1833 o lugar de um candidato nomeado pela regência expulso pela população local.

Escravos, índios e mestiços também aderiram à Cabanagem, nome dado à revolta por causa das habitações da população média. Aderiram porque as péssimas condições de vida estavam se agravando com o crescente descaso do império. Percebendo a numerosa revolta provincial, a elite local não teve dificuldades em estimulá-los a partir para a batalha.

Félix Clemente Malcher se reuniu com os irmãos Antônio, Francisco e Manuel Vinagre e os jornalistas Eduardo Angelim e Vicente Ferreira Lavor em sua fazenda na intenção de organizar um motim para bater de frente com o governo. Porém, em uma violenta investida o exército conseguiu capturar Félix e assassinar Manuel Vinagre, em novembro de 1834.

Revoltado com a morte do irmão, em janeiro de 1835 Antônio Vinagre organizou novamente um motim e invadiu o palácio do governo de Belém. Eles raptaram e assassinaram o governador Lobo de Sousa e nomearam Clemente Malcher seu sucessor.

Não demoraria muito para que as divergências ideológicas entre os líderes do movimento se manifestassem. Quando assumiu o governo, Clemente Malcher jurou fidelidade ao imperador e tentou reprimir as insatisfações de Eduardo Angelim e Vicente Ferreira, ameaçando deportá-los. Para controlar a situação, Malcher atacou a tropa liderada por Francisco Vinagre, mas acabou sendo assassinado pelos cabanos, que exibiram seu corpo à mostra arrastando-o pela cidade.

Para levar adiante as ideias progressistas dos líderes cabanos, Francisco assumiu o governo, mas rapidamente mostrou sua faceta: no cargo, também se declarou fiel às ordens de D. Pedro I.

Com a saída do líder Antônio Vinagre, que impediu que seu irmão Francisco delatasse as ações dos cabanos para o império, Eduardo Angelim assumiu a liderança dos revoltosos, mas acabou enfraquecido com a ausência de apoio cada vez maior das elites locais.

Em abril de 1836, o governo central do Pará, sob comando do brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de Andréa (nomeado pelo império), ordenou um bombardeio geral próximo aos esconderijos dos cabanos e a captura do líder Eduardo Angelim, que foi preso e enviado para o Rio de Janeiro.

Mesmo com a derrota, os cabanos resistiram à repressão do império e se refugiaram na mata de Belém para tentar tomar o poder novamente. Entretanto, a fraqueza política e a ausência de um líder que conduzisse essa nova missão com êxito resultou em uma das maiores catástrofes do período regencial.

Cerca de 40 mil pessoas morreram nos conflitos da Cabanagem, em sua maioria índios e escravos. O Pará, que em 1833 tinha cerca de 100.000 habitantes, reduziu a uma população de 60.000, em 1840, ano em que o conflito chegou ao fim.

Revolução do Porto

Em agosto do ano de 1820 foi iniciado um movimento de caráter militar na Cidade do Porto. Tal evento ficou conhecido como A Revolução Liberal do Porto ou, simplesmente, Revolução do Porto, que em pouco tempo espalhou-se por Portugal, chegando até a capital, Lisboa. Desde sua primeira manifestação até a popularização e chegada em Lisboa, a revolução acabou conquistando apoio da burguesia, da nobreza, do exército e do clero.

A revolução de 1820 ocorreu em território europeu, porém, muitos de seus fatores estão ligados a acontecimentos na história do Brasil colonizado do século 19, como a fuga da corte Portuguesa para o Brasil em 1808.

Tal mudança ocasionou consequências irremediáveis para Portugal e seu povo. Uma delas foi a abertura dos portos brasileiros, findando o domínio português de três séculos nas fronteiras do país. Com o fechamento, a burguesia lusitana foi profundamente afetada, que dependia do predomínio português no litoral brasileiro para manter a posição econômica e social.

A Revolução do Porto contou com a criação do Sinédrio, um grupo formado por maçons para afirmar o Exército Português no país. O capitão inglês Beresford, comandante do exército português, estava no Brasil. Isso facilitou que o Sinédrio aliciasse militares portugueses, dando início ao avanço da revolução. Então, no dia 24 de agosto de 1820 a revolução explodiu de forma efetiva. Grupos militares se dirigiram ao campo de Santo Ovídio e começaram os levantes. Foram até a Câmara Municipal e formaram uma “Junta Provisional do Governo Supremo do Reino. Essa junta tinha integrantes como Brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca, então presidente,

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