A Vida de Joana d’Arc

Resenha sobre a vida de Joana d’Arc

A história da humanidade é permeada por diversos acontecimentos trágicos e gloriosos, dentre os quais, a história de Joana d’Arc se destaca como uma menção ao misticismo e aos preconceitos seculares.

Ao tomar a decisão de envolver-se na guerra dos cem anos, disputada entre a França e a Inglaterra, a jovem se pôs frente a tabus religiosos e culturais que moldavam as relações humanas do século XV, época em que as mulheres eram subjugadas aos caprichos dos homens.

Após uma adolescencia envolta em acontecimentos distinguidos como divinos para alguns e delirantes para outros, a jovem camponesa partiu do seu vilarejo, localizado no interior da França, para liderar uma guerra na qual jamais havia tido contato. Inesperiente, Joana recorreu ao rei vigente da época, Carlos VII, relatando sua história e as vozes que lhe ordenavam libertar a cidade de Orléans, na França, a qual havia sido invadida pelos ingleses durante a guerra.

Em um primeiro momento o rei articulou algumas situações para tentar desacreditar Joana, pois para ele e a nobreza, era incabível uma mulher apresentar-se como uma líder de guerra. Entretanto a jovem não se deixou abater e conseguiu tranpor as barreiras impostas e conquistar a atenção do rei.

Com a permissão do rei, Joana seguiu junto de uma tropa de homens em direção a Orléans. Ao seu comando, a tropa conseguiu libertar a cidade e consagrar a imagem da jovem como heoína. Mediante a tal fato, os franceses avistaram em Joana uma líder disposta à salva-los, contribuindo como motivação para estes não desistirem da guerra.

Adentrar em uma guerra dessa maneira tranformou Joana d’Arc de camponesa frágil à destemida líder civil, para alguns era considerada uma fonte de inspiração, enquanto que para outros era apenas uma mulher ousada. Joana não desafiou somente os seus limites físicos, como também todas as crendices da sua época.

Neste cenário, os ingleses continuaram a combater a França arduamente, ao ponto de conseguirem invadir e cercar a cidade de Paris. Em meio ao tumulto e as incertezas com a derrota na guerra, os francesses se rebelaram contra Joana e atribuíram a ela as responsabilidades sobre o ocorrido.

A jovem, com apenas 19 anos foi então entregue aos ingleses, que por meio de uma inquisição, julgaram e a acusaram de realizar atos afrontosos à religião e os bons costumes, caracterizando Joana como bruxa herege. Sua sentença de morte foi expedida e a jovem foi queimada na fogueira da inquisição em maio de 1431.

Ao contrário do que os ingleses imaginavam, a morte de Joana fortaleceu as crenças francessas sobre a sua divindade, tornando-a uma líder espiritual. Neste contexto os franceses permaneceram firmes na guerra até a batalha de Castillon, em 1453, na qual, a vitória sobre os ingleses consagrou a França como vencedora da guerra.